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Hyunjin batia o pé no chão freneticamente naquela sala fechada e fria. O único barulho emitido era do ar-condicionado e da sola de seu sapato contra o chão. Seu olhar estava desfocado e sua respiração não estabilizou nem por um segundo. Ele foi trazido de volta à realidade quando a porta se abriu e Derek entrou com seu colega, ele tinha uma pasta em mãos e caminhou até sentar na mesa, ao invés da cadeira atrás dela. Ele ficou próximo a Hyunjin, deixou a pasta na mesa e cruzou os dedos o encarando seriamente. O outro homem foi sentar onde ele certamente deveria estar.

— Posso te chamar de Hyunjin?

— Sim. — Estralou todos os dedos freneticamente.

— Hyunjin, eu vou te fazer algumas perguntas. Você não precisa se preocupar sobre nada, o único alvo aqui é o seu pai.

— Não foi bem o que pareceu lá no estacionamento. Eu sei que o que você disse tinha a ver com achar que eu fazia parte dos crimes do meu pai.

— É comum que toda a família esteja envolvida quando se é tão poderoso como chan.

— Não temos uma família. Era só eu e ele e ainda assim, só estou vivo porque ele precisava de alguém para odiar. — Travou o maxilar.

— Vasculhamos toda a sua casa e não havia nada muito comprometedor. Seu quarto parecia muito bem organizado, você tem um carro caro e estuda numa ótima faculdade e que, aliás, é totalmente paga. Não é uma bolsa. — Ele suspirou. — Não parece que você era tão odiado assim.

— O que... o que você quer dizer? — Ele ficou de pé, cético. Seus olhos estavam arregalados e seus punhos fechados enquanto tentava não usá-los contra aquele homem. — Você não faz ideia das merdas que eu aguentei. — Alterou a voz.

— Ok, se acalme. Sente-se. — Ele não obedeceu. — Eu só quis dizer, bem... Você poderia ter procurado a polícia. Seu pai é um dos homens mais perigosos do mundo, ele tem crimes de assassinato à tráfico de armas. O que te impediu? Nós iríamos te proteger.

— Vá se foder. — Ele rosnou e recebeu um olhar surpreso.

— Quer dormir na cadeia hoje? — O cara sentado indagou.

Hyunjin soltou um som estrangulado e começou tirar o moletom em pura frustração. Os dois homens se entreolharam como se estivessem procurando a resposta para aquelas ações estranhas um no outro, mas Hyunjin não deu a mínima. Ele também tirou a camisa e jogou tudo no chão com raiva e logo em seguida recebeu aquele olhar que sabia que iria receber: espanto. Seus braços tinham as cicatrizes de sempre, machucados de cinto, vidro, faca e tudo o que seu pai encontrasse e achasse interessante. E então o corte abaixo de sua costela, onde se lembrava claramente de ter sido acertado por Felix pela primeira vez naquele mesmo local. Onde havia sido golpeado com a fivela de um cinto e desde então, após cicatrizar, uma linha vermelha e saliente estava ali o lembrando de nunca desobedecer.

— Como eu poderia abrir minha boca? Como eu poderia achar que estava seguro quando ele dizia que isso não estava nem perto do que faria comigo se eu falasse? E que machucaria qualquer um que me ajudasse. Como eu poderia procurar a polícia quando Chan me falava que tinha homens que trabalhavam pra si em todos os lugares e antes mesmo de ser ajudado, ele iria me matar? Ele disse que tiraria minha pele fora e faria isso de maneira que eu continuasse vivo por tempo suficiente de me arrepender de ter nascido. — Ele engoliu o nó em sua garganta. — Como vocês acham que eu tinha o direito de abrir a boca?

— Puta merda. — Derek bufou e foi até o canto da sala para tomar água. O outro homem permaneceu imóvel e incrédulo.

— Eu quero ir embora. — Ele disse se vestindo.

THE WEST SIDE WOLVES | HYUNLIXOnde histórias criam vida. Descubra agora