Sentimentos do passado

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Gennevieve

A magia circulava em meu corpo que flutuava, meus olhos se mantinham fechados enquanto eu deixava a magia fluir, mantive toda concentração naquela sensação poderosa de se estar circulada por um poder maior que fervia em minhas veias, basicamente toda energia que minha magia tem circula aumentando a frequência e estabiliza meus dons, apenas com uma meditação de minutos. Suspirei. Tinha que manter minha concentração e calma para a reunião da ordem hoje, mesmo que alguns deles me irrite.
   Vou até meu quarto, e visto meu melhor vestido com um corpete por cima, calço minhas botas longas de veludo e me aproximo do espelho pequeno que tinha naquele quarto pequeno, observei minhas ondas ruivas descerem até minha cintura, pelo menos estavam bonitas hoje e menos desgrenhadas, pensei em como apreciava meus olhos acastanhados principalmente quando uso meu dom, o acastanhado se ilumina e por cima um vermelho vibra, ao mesmo tempo que admirava meus dons, eu os amaldiçoava, meu auto controle foge de questão e posso ser mais perigosa do que atualmente já sou.


Sede da ordem Oxstormain, mansão Malefic.

    - não podemos esperar até que iniciem os ataques, precisamos agir logo! – exclamou Graham sem paciência mas com sua postura habitual de lorde.

    - GHalldren precisamos fazer algo, já temos indícios que os matadores estão circulando pelas ruas de Londres – comentou Allanista preocupada.

      - acalmem-se, vocês precisam compreender que devemos agir com cautela, quanto mais fomos delicados diante essa grande probabilidade dos matadores terem retornado será vantajoso para nós. – Ghalldren ditou cada palavra com tranquilidade.

      - probabilidade? Senhor não há dúvidas que eles retornaram, veja – Graham mostra o jornal em sua mão relatando mortes de bruxos sem explicações e um relato de verem vultos negros- isso esta mais que claro! – batendo na mesa – temos que entrar em ação.

   Ri em deboche.

Graham me olhou com fúria nos olhos, fixou os olhos no meu.

- posso saber qual a graça Rousseau? – implicou Graham.

- você é uma piada, a altura do campeonato quer ter alguma razão aqui?- debochei com outro riso.

- falou a feiticeira que incendiou e matou uma cidade, que moral você tem bonitinha, diga – me? - Graham a olhou como a pior descrença e desprezo.

Algo remexeu meu coração, sentia a magia circular meu pulso e se iluminou em minhas mãos.

- você é um desprezível que deveria estar apodrecendo na cadeia, não ouse ditar minha dinastia para ofender-me- meus pulsos ardiam e meus olhos já queimava o vermelho, como fogo, como quentura, minha magia era vermelha, era caos e grandeza.

- venha então gracinha, não temo – Graham sorriu novamente destinando o sorriso a mim. Desgraçado.

Quando fui ataca-lo lançando minha mão em sua direção, senti mãos frias me segurarem.

- não faça isso Gen! – Keven exclamou segurando meu braço e minha cintura, oque chamou o olhar fixo de Graham, sua expressão de divertimento foi para séria, me senti confusa com essa reação.

- espero que todos estejam entendidos, afinal essa briga não ajudara em nada – GHall terminou quando viu nossos rostos suavizarem.


O resto da reunião seguiu em sintonia, decidiram que deveríamos nos mudar para a mansão, para manter patrulhas toda noite, Garden manteve Graham no lugar quando eu o alfinetava, assim como Keven, mas apesar de tudo não parava de pensar naquela expressão dele, não condizia com nosso momento, se eu fosse imaginar seria ciúmes mas não há como ele ter isso afinal éramos desconhecidos que desde o inicio não nos gostamos, e aquele momento de briga permanecia, o que realmente o incomodara? 


Mais tarde naquele dia
Estava na varanda da mansão pensativa e olhando para a vista sensacional que tinha de Londres, e senti uma aproximação.

- observando a paisagem? – Garden anunciou se aproximando ao meu lado sorrindo tímido.

- sabe, não é nada mal – sorri pra vista.

- apenas há um certo ódio com o proprietário dessa mansão – agora observando a vista também.

- não me leve a mal, mas detesto seu amigo, não sei como podem manter uma amizade, são tao diferentes, você é educado por exemplo- disse o olhando.

- não posso discordar de você – ele riu – mas preciso dizer que isso não é jeito dele.

- acertei o ego dele?

- certamente – ele ri novamente.

- olha, você percebeu o desprezo dele olhando pra mim? – ele afirmou com a cabeça – depois que Keven me parou...-pensei por um momento em sua feição mudando, mordi o canto do lábio incerta - ...ele me olhou diferente, quer dizer, olhou para as mãos do Keven em mim...eu acho – ele hesitou um momento.

- oh! – tossiu – ele bem...quando a vimos pela primeira vez, tivemos uma conversa sobre como você é idêntica a uma garota que ele já chegou amar um dia. – aquilo me fez arregalar os olhos.

- ele já amou um dia? – pergunto surpresa.

- novamente falo, ele não é assim, claro sua ousadia é inconfundível mas ele é um bom homem apesar de passar o que já passara na vida. – ele disse me olhando com carinho.

- então por que me tratou tão mal na primeira vez? – questiono franzindo o cenho.

- ele tem muitas questões na cabeça, as vezes você retornou nele um velho sentimento – Garden respondeu.

Fiquei pensativa sobre essa conversa.

A noite chegara e a hora do almoço, porem estava sem fome e resolvi ir direto para meu quarto que guardaram minhas malas, no caminho subindo as escadas e indo pro corredor avisto Graham encostado na parede, passei reto mas logo parei, suspirei, e retornei, ele me olhou de baixo a cima sem expressar nenhuma reação.

- quero me desculpar por hoje, sei que passei do tom e te provoquei, eu lamento ter feito isso. – falo cabisbaixa.

Ele inspirou. Mas não disse nada. Me virei e fui direto pro quarto me preparar, hoje começara o plantão noturno,  e serei eu a vigilante.

A noite fora tranquila, o beco que eu me encontrava era de pouca luz e nenhum ser vivo circulara por ali.
O vento rugiu de forma agressiva, assim como o céu criava um redemoinho de nuvens cinzentas que giravam fortemente, de repente uma rajada soprou no ar e um vulto escuro desceu até a rua, se transformando em uma pessoa, um homem alto de porte grande usando uma bengala que tinha em sua ponta uma estrela preta, aquilo me causou pânico, eu sentia que conhecia aquela força, me causando mais arrepios, fiquei à espreita, sem mover um musculo.

- venham meus irmãos, venham ao meu encontro – ele dissera aos céus, que passou a ter vários vultos que giravam em volta dele. – procurem em todas as casas, lojas, ruas mas achem ela, e quem se atrever a entrar no caminho, eliminem. – o homem exclamara e os vultos gritavam agonizantemente como bichos em bando, e dispersaram-se muros a fora. – estou quase lá – soltou uma risada e evaporou.

Tinha sido a primeira vez que os vira de verdade, os matadores, e eles tramavam algo, no caso encontrar alguém, energizei o feitiço para minhas mãos e voei para longe, o vento soprando meu peito agitava mais ainda meu coração, fui retornando para a mansão.

Toda mansão estava quieta e chegando velozmente, Gennevieve adentrou agitada.
- pessoal! Eles...eles estão aqui!

Logo todos desceram de seus quartos e pararam na sala de estar onde Gennevieve se encontrava andando de um lado para o outro.

- o que houve Gen, esta machucada? – Allanista perguntou se aproximando preocupada.

- eu os vi Allanista, vi os matadores – disse desconcertada – eles apareceram perto do departamento de magias, estavam à procura de alguém, ao que parece uma menina. –todos me olharam, sem esbanjarem alguma reação.

- tenho certeza que eles não procuravam uma garota, deve ter se apavorado demais e escutado errado – Graham disse num tom perdido.

- eu sei o que ouvi Graham – debati.

- talvez Gen esteja certa, mas ainda não podemos supor que isso é o foco deles, afinal eles sempre se planejaram bem antes de atacar. – Garden respondeu em meio aos dois.

- isso, Carlos tem razão, não vamos nos preocupar...ainda – disse Allanista hesitante.

Respirei fundo e concordei, Garden estava certo, não sabemos ainda direito qual e o porque desses ataques. Decidi ir a cozinha preparar um chá para acalmar meus nervos, peguei meus saches favoritos de morango e fui esquentar a chaleira com agua, foquei em um ponto fixo e relembrei aquela energia forte que saiu daqueles matadores e como fiquei me sentindo parte daquilo, nisso não escutei que alguém se aproximava.

- tenta adicionar mel, ficará perfeito pra um gole.

Me assusto e viro-me bruscamente quase acertando a pessoa. Graham Malefic.

- perdão, não queria assusta-la – ele sorri de lado. E que sorriso.

- você teve sorte de não ser acertado – eu disse tentando dissipar meu olhar dele.

- sei, você iria me causar uma grande lesão – ele solta uma risada nasal e gesticula com as mãos em forma de defesa.

Irônico.

Revirei os olhos – estou me questionando o porquê esta falando calmamente comigo – o fito com interesse.

- desculpas aceitas...bonitinha – ele morde o lábio e me olha de cima a baixo.

- ah! – só consegui essa resposta.

- desculpe meu comportamento, um cavalheiro não teria as ousadias que tive – ele comentou se aproximando de mim.

- você não me parece um cavalheiro, pelo contrário, um libertino – eu disse encarando seus lábios que ele mordiscava.

Ele franziu o cenho – tem toda razão, sou um libertino, porem de caráter – ele agora ficando a centímetros do rosto dela.

- caráter duvidoso – o provoco. Ele sorri abertamente.

Ele se aproximou lentamente ate encostar nossos lábios, e ele roçou os deles no meu, aquilo arrepiou todo meu corpo, sentia a textura da boca dele brincar e me acariciar, entreabri a minha boca dando passagem para ele, mas ele escorregou ate morder meu lábio inferior e parou.

- duvida de mim bonitinha? – ele ri me encarando, e apesar do seu sorriso ser algo excitante de olhar eu apenas me afastei.

Me virei, apaguei o fogo da agua e subi correndo as escadas, não acreditando ainda no que acontecera.

Graham

Eu só soube sorrir, ela ainda continua sendo minha garota...

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⏰ Última atualização: Aug 22, 2023 ⏰

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