Capítulo 2

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Eu ainda estava parada ao lado do carro, vendo meu pai se aproximar e abraçar meus avós. Eu bufei baixinho e olhei ao redor pra vê se tinha alguma coisa que me distraisse pelo menos por segundos, olhei pro grande casarão dos meus avós e cruzei os braços. Até que não é tão ruim quanto eu lembrava, ela era simplesmente de madeira, altos e baixos decorada com algumas flores coloridas na frente, um pouco brega eu diria. Tá bem longe do que eu estou acostumada a viver, quando eu era criança eu gostava de vim pra cá com meu pai e minha mãe.

Mas muitas coisas mudaram, assim como minha vontade de vim pra esse lugar. Eu simplesmente passei a odiar lugares assim, eu simplesmente prefiro cidade grande. Ao olhar pro lado, meus olhos brilharam ao ver um lindo e grande campo com cavalos, eu simplesmente amo cavalos. Mas meu pai me proibiu de montar desde o dia que eu acabei caindo de cima de um, eu tinha quinze anos na época. Desde então, nunca mais montei. Eu estava tão distraída que nem vi meus avós se aproximarem de mim.

— Vem aqui, querida. Me dei um abraço apertado. — minha avó disse sorrindo abrindo os braços em minha direção.

— Ah claro, adoro abraços. — Eu sorri sem graça abraçando minha avó, eu odeio abraços, pra ser mais específica, odeio contato físico. Vi meu pai me repreendendo atrás da minha avó, ele sabia que eu não tinha vontade alguma de estar nesse lugar. Minha avó se afastou e sorriu olhando pro meu rosto.

— Nossa, como seu cabelo está grande, tão linda. Lembra muito sua mãe. — ela disse tocando em meu rosto com cuidado, eu apenas sorri minimamente. Minha mãe era linda, ainda dói ouvir falar dela.

— Seja muito bem-vinda Hanna, espero que goste de passar essa temporada com a gente. — meu avô falou sem alguma expressão no rosto, ele lembra muito meu pai, só que bem mais sério. Eu sempre tive medo do vovô, ele nunca foi muito de brincar ou dar carinho. As vezes ele me dá medo.

— Bom, agora que Hanna está em boas mãos eu tenho que voltar. — meu pai disse se despedindo dos meus avós.

— Vamos cuidar muito bem dela, vá em segurança.— minha avó disse beijando o rosto do meu pai, que sorriu como uma criança, minha avó era bem carinhosa. Vi meu pai se aproximar de mim, parando em minha frente.

— Filha, fique bem ok? Tenho certeza que vai amar conviver com eles. — falou deixando um beijo em minha testa, como sempre faz. Eu balancei a cabeça desesperada, eu não podia ficar nesse lugar, nem ferrando.

— Pai, por favor me leve de volta...juro que não vou mais aprontar nada. — fiz a melhor cara de choro que eu conseguir, eu tinha que conseguir fazer ele me levar de volta pra casa.

— Claro que não, Hanna. Você está aqui pra aprender que nem sempre as suas birras saem sem consequências. E eu tenho certeza que vai amar passar um tempo aqui com eles. — meu pai disse tentando me animar, coisa que não estava funcionando.

— Sim, claro...estou muito animada olha só.— falei com deboche fingindo estar animada. Meu pai fez uma careta séria de reprovação e eu me encolhi, cruzei os braços e olhei pro lado evitando olhá-lo. Sentir ele me abraçar e deixar o último beijo em minha testa.

— Tenho que pegar estrada, cuidem dela por favor.—  meu pai disse entrando no carro. Meu pé batia sem parar no chão, não acredito que realmente vou ficar nesse moquifo.

— Claro querido, cuidado. — minha avó disse acenando pro meu pai, ele sorriu e me olhou uma última vez, eu fiz questão de desviar. Ouvir o barulho do carro sendo ligado e logo depois olhei, vendo o carro dele se afastando.

— Venha querida, quero te apresentar pra algumas pessoas e você vai gostar. — minha avó disse me puxando pela mão, eu tentei balançar a cabeça negando, mas eu nem me deu ouvido.

A summer loveOnde histórias criam vida. Descubra agora