Littérature d'amour [Taekook]

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Era tarde de sexta feira, e o sol escaldante fazia questão de deixar as ruas, abarrotadas de gente, ficavam quase insuportáveis de transitar. Naquele meio levemente infernal, caminhava um rapaz de estatura alta, músculos definidos, e apesar de seu tamanho amedrontador, no rosto trazia um ar gentil. As mãos tatuadas estavam agarradas ao mais novo exemplar conquistado com sangue, suor e muitas lágrimas.

O tal livro, era nada mais nada menos do que o mais novo romance fantástico lançado pela K VANTH Editora, a preferida do garoto - devo dizer que não é tão novo assim, visto que a última edição já tinha feito aniversário de 1 ano.

Mono, coletânea de pensamentos. By Kim Namjoon.

Quem olhasse de longe, não se valeria da simplicidade que o livro apresentava: a capa em um tom acinzentado era pouco atrativa e não carregava nada além da caligrafia corrida que envolvia o título da obra e alguns respingos, imitando borrões de uma caneta tinteiro.

Mas Jungkook conhecia bem o peso de cada frase escrita.

Desde jovem, Jungkook sempre amou ler, não se deixando levar por preconceitos literários ou preferências por gêneros, ele simplesmente lia e absorvia a mensagem como conseguia, repassava as informações que coletava e disseminava o conhecimento por onde passava.

Mas não se engane caro leitor, o rosto gentil, a inteligência e o gosto exacerbado por leitura não fazia dele alguém mais "tranquilo".

Jungkook colecionava romances na vida da mesma maneira que os colecionava em sua estante, junto de vários outros gêneros intrigantes, como um Casanova mais moderno, desprendendo charme e sedução, deixando as várias palavras lhe consumir, dizendo porém, com todas as letras para todas as pessoas, que era um homem para ser o amor da vida de alguém, mas jamais ser o amor para a vida de alguém.

Veja bem, ele se considerava um homem resoluto, e dono de várias primeiras vezes, bem como os personagens dos muitos tipos de livros que consumia fervorosamente. Gostava da aventura, do frio na barriga e dos desejos incertos que a adrenalina lhe proporcionava, era adepto aos romances, mas o que lhe enchia o coração era a aventura e fantasia de viver diversos mundos.

E bem ali, naquele momento, caminhando pelas pessoas apressadas, sentindo o calor lhe consumir os ombros, a mochila pesada sendo o motivo da ardência incômoda nas costas, rumava para o metrô, esperando poder chegar à faculdade em paz.

Mesmo ansioso para reler a obra em suas mãos, ele precisou guardá-lo em segurança enquanto corria por entre as escadas até sua plataforma, torcendo para que houvesse um único assento vazio para relaxar antes de ouvir incontáveis horas de gramática aplicada. Não perdendo muito tempo ao pegar o celular e viajar pelas redes sociais em busca de entretenimento.

Havia conhecido a editora em uma das suas andanças pelo parque próximo a universidade, um homem de meia idade tomava conta de uma banca pequena de livros novos e bem feitos. Todos com detalhes delicados e sinopses fantásticas. A curvatura das letras e o logo da editora lhe chamou tanta atenção quanto o livro em si. Isso havia acontecido em seus plenos 20 anos, e no momento, já sabia todos os passos da editora que sempre o mantinha nas nuvens. Curtia cada post, compartilhava cada foto e não perdia tempo em adquirir cada exemplar vendido. Era como uma realização crescente e uma esperança única para o estudante, era como ver o próprio futuro em suas mãos, encapado, encadernado, editado e diagramado.

Já do outro lado da cidade, um rapaz de cabelos acastanhados, olhos sinceros e sorriso quadrado andava de um lado ao outro dentro do pequeno escritório em seu apartamento. De vez em quando puxava os fios revoltos tentando lhe trazer alguma ideia mirabolante que lhe rendesse muito mais do que havia perdido.