Capitulo Quatro

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Park Jimin


O seu olhar assustado se voltou a mim no mesmo instante, bem depois de ler aquele bilhete que com toda a certeza a fez se arrepiar dos pés a cabeça. Achei engraçado a sua reação ao ler tal coisa, abri um sorriso e acenei com uma mão para ela, depois dando atenção ao professor e deixando a garota em seus devaneios.

Enquanto eu estivesse na minha forma física, eu não poderia fazer mais nada com relação a minha forma espiritual, que era o que eu tinha quando visitava a S/N nos sonhos dela. Esse é o preço a se pegar quando você está em um corpo de carne e osso, como se fosse uma roupa e isso deu um trabalhão pra conseguir. No meu caso, se eu continuasse sendo um espírito, conseguiria visitá-la mais em seus sonhos e fazer o que sempre fazia, também lia a mente dela enquanto eu estava junto dela no dia a dia. Bom, acho que ficaria mais fácil de dizer que eu era apenas um fantasma, mas eu era um fantasma obsessor, só saia da "cola" dela para encontrar prazer em outras pessoas, mas eu gostei tanto da S/N que não consegui me desvencilhar dela nesse meio tempo, foi algo estranho demais.

Explicando melhor sobre o que eu era naquelas noites com a S/N. Eu consigo mudar de forma quando é com outra pessoa, eu me transformo e viro o que aquela pessoa sente atração, um cantor, ator, modelo, qualquer pessoa. Mas com a S/N eu não fazia isso, não sentia que precisava fazer isso, é confuso... Com ela eu podia assumir minha forma real que há tempos não lembrava que existia... Com ela eu podia ser eu mesmo.

E no momento do ato, eu sugava a energia sexual da pessoa, e usava do ectoplasma que elas emitem para fazer algumas coisas. Fazia apenas para um benefício próprio mesmo, nós espíritos precisamos disso para continuarmos seguindo sem um corpo carnal. Durante esses meses que eu andei me encontrando com a S/N em seus sonhos, acabei me apaixonando por ela, e isso desencadeou uma série de problemas comigo e com a gangue no qual eu faço parte no plano espiritual. Eles ficaram irritados pois eu não estava mais dando aqueles passeios que sempre dávamos em motéis, festas e baladas, que era onde tinha mais daquela energia de sexo e bebida que sempre amávamos, de fato, eu estava tão obcecado pela S/N que não consegui mais pensar neles e nem nessas coisas carnais. No final das contas eu estou aqui, com uma vida boa e feliz pois a S/N finalmente vai poder saber que eu sou real e que eu posso fazer parte da vida normal dela, se ela quiser.

— Até a próxima, alunos! — O professor disse ao pegar seus materiais e sair da sala.

A S/N logo pegou as suas coisas e saiu da sala sem olhar para trás, eu fechei o meu laptop e o meu caderno os guardando em minha bolsa preta com alça apenas um ombro. Levantei e fui em direção a porta de saída da sala, olhei pra um lado e não a vi, olhei para o outro e vi um cabelo amarrado e a mesma roupa que ela está usando, é a S/N! Corri até alcançar ela, chamei seu nome, ela continuou andando me ignorando. Eu toquei no ombro dela quando já estava próximo, e ela parou se assustando.

— Porque está fugindo de mim? — Pergunto com um sorriso mostrando o meu bom humor, ela me olhava suspirando forte — Está com medo?

— E você acha que eu estaria como? — A garota pergunta um pouco irritada.

— Pensei que você iria gostar de me ver, os seus sonhos foram apenas sonhos que eu fiz parte, apenas isso! — Digo simplista.

— Eu não sei como reagir a isso, não é possível que algo assim esteja acontecendo — S/N exclamou, deu de ombros e começou a andar.

— Bom, você não mudou nada — Acompanho ela nos passos — Está linda como sempre esteve, my little! — A garota vira o rosto para mim e pede:

— Dá pra parar de me seguir? — Indaga ainda andando, eu sorri com a sua pergunta.

— Eu sempre te segui, vai ser mais difícil agora que tenho pernas e braços, entretanto não irei parar! — S/N ficou confusa, ela parou de andar e olhou para mim.

— Como você fez isso? — Perguntou e eu levantei as sobrancelhas fazendo aquele biquinho de quem não entendeu a pergunta feita — Como você... — S/N me analisa, parecia hipnotizada com tanta beleza — Como você virou real? — Ela reformula a pergunta, eu sorri soprado.

— Usei o seu ectoplasma¹ pra criar esse corpo, apenas isso — Respondi — Demorou muito, pois precisava de um lugar escondido para criar ele, e também a minha identidade é falsa, toda a minha vida é falsa. Fiz isso para ser inserido nessa sociedade e finalmente poder te conhecer — Dei uma pausa e a garota parecia não acreditar no que eu disse — Ainda não acredita em mim? — Eu conhecia ela o suficiente para saber de certas coisas, as expressões faciais dela a entregavam muito.

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⏰ Última atualização: Aug 05, 2023 ⏰

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