Pai Celeste

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ANTES DE PROSSEGUIR:
Samuel Oliveira Camargo e Heitor Lobo são personagens originais, criados por mim, que fazem parte do universo de Call of Duty: Modern Warfare II (2022). Eles ainda estão em estado de criação, então eles podem (e serão) modificados com o passar do tempo.

Samuel tem 32 anos, Heitor tem 29. São casados, ambos homossexuais. Samuel é um membro e operador ativo da Força Tarefa 141. Heitor é o médico de combate na mesma divisão.

Essa história, Call Of Duty, será um conjunto de one-shots e contos entre esses dois personagens. Fanfics mais trabalhadas (mais de um capítulo) serão criadas separadamente no meu perfil para melhor organização.

O ponto de vista desta história é de Samuel. Ele será o seu narrador ao passar desta fita.

Você sempre foi gentil demais comigo, especialmente nesses últimos dias, Heitor — mais atento, mais cuidadoso, mais amoroso — como se eu fosse escorregar de suas mãos a qualquer momento

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Você sempre foi gentil demais comigo, especialmente nesses últimos dias, Heitor — mais atento, mais cuidadoso, mais amoroso — como se eu fosse escorregar de suas mãos a qualquer momento.

Talvez seja compreensível; temo que tenho ficado cada vez mais cansado.

Mas você ficou do meu lado, mesmo quando era perigoso demais.

Você não fala muito, mas seus gestos simples sempre significaram muito pra mim: você tira meus sapatos quando meus pés sangram depois de longas operações, você me alimenta quando meus braços estão doloridos demais para mexê-los eu mesmo.

Tenho notado especialmente seu olhar sobre mim quando estamos na base — cercados pelo cheiro pungente de pólvora e a incerteza do amanhã.

Você se pergunta o que se passa na minha cabeça?

Como posso te explicar a razão pelo qual o sangue que se acumula das almas que ceifo me cativa de forma tão indefinida?

Te preocupa meu olhar de indiferença quando vejo a luz em seus olhos desaparecerem, e seus corpos sucumbirem à morte?

Te preocupa, meu amor, o fato de minhas mãos só pararem de tremer quando aponto uma arma para um homem?

Eu não encontro comforto nas batalhas.

Eu não vejo arte na morte, também. Ela não é dramática, tampouco bela.

É crua, inflexível — imperdoável.

Mas é cativante. Faz você ansiar por ela.

Depois de tantas vidas tiradas, me pego pensando.

Alguns ficam quietos quando os livro de seus fardos, outros imploram enquanto o meu dedo se move para pressionar o gatilho.

Mas não encontro sentido nisso.

Por que imploras pela piedade de Deus, quando sou eu que seguro sua vida em minhas mãos ensanguentadas?

E por que é você, Heitor Lobo, aquele que limpa estas mãos ensanguentadas por mim?

Quando suas mãos mansas tocam o meu corpo marcado, massageando e limpando as feridas que causaram em minha pele, me sinto bem.

Quando você me acolhe e permite que eu afunde minha cabeça pesada em seus ombros, quando seus braços me cercam em um abraço calmo, me sinto bem.

Mas eu sei que você sabe.

Sei que você se culpa por não saber o que fazer, por não conseguir fazer as coisas serem mais fáceis.

Sei que quando você pressiona seus lábios em minha testa com um beijo casto, você reza que isso limpará os meus pecados e me fará um novo homem.

Mas não faz.

Eu te amo.

Você quase me faz querer viver.

"Pronto," você diz, e minha mente finalmente se cala.

"Obrigado por cuidar de mim," eu respondo e te ajudo a remover um curativo velho e ensanguentado de meu braço.

Nossas mãos se tocam e um
sorriso inocente se forma
em nossos lábios.


Pai Celeste,
Ande pela minha casa e leve embora todas as minhas preocupações. Traga silêncio onde há caos, leve luz onde há escuridão e coloque am—

.
.
.

Quase.


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