Apostando alto

12. Por você

— Agora me parece definitivo. Não vamos para a faculdade hoje. — disse Kyungsoo — O que querem fazer?

— Arrumar um emprego e ir para bem longe daqui. — respondeu Chanyeol, tão frustrado quanto Baekhyun.

— Seria divertido que conseguíssemos ir embora dessa cidade todos juntos. Já imaginaram? Sermos que nem adolescentes de séries da Disney? Colocar tudo numa mala e ir pra estrada dando um jeito, dormindo no carro... — Sehun divagou, fazendo os amigos refletirem sobre o fato.

— Eu não sei se conseguiria ficar longe dos meus pais assim, mesmo sendo uma bosta viver em cidade pequena, eu não quero ir muito além de uma cidade vizinha. Eu acho incrível ver séries onde os protagonistas acham válido ir morar do outro lado do país. Adoraria ser assim também, mas não quero abandonar meus pais. — Baekhyun suspirou.

— Enquanto isso, Kyungsoo e eu já fomos abandonados por nossos pais e ir para bem longe dessa merda parece a melhor maneira de viver em paz.

— Se isso for o que você deseja fazer, amor. Eu nunca vou impedir sua felicidade. Eu estarei do seu lado tanto quanto possível, podemos tentar um relacionamento à distância e tudo bem se não der certo também. Faz parte de crescer. Mas não se prenda a um lugar que vai te deixar infeliz para toda uma vida porque alguém que você é apaixonado hoje. Se houver oportunidade, siga sua vida e eu vou acompanhar você até onde eu puder. — Baekhyun acariciou os cabelos de Chanyeol, que franziu o cenho e olhou quase bravo para o garoto.

— Para você é tão simples assim me deixar ir? Eu achei que-

— Claro que não é simples. Isso é apenas um pensamento racional. É óbvio que eu não quero te deixar, se eu pudesse te manteria preso nos meus braços pra sempre, mas não é assim que a vida funciona, Park. Eu também não quero ver você infeliz e sei que sou incapaz de abandonar minha família. Então se ir embora for sua chance de felicidade, eu não vou te pedir para ficar.

— E eu nunca vou ir embora sem você. Não tem como ser feliz sem você do meu lado.

— Hoje...

— Hoje seu cu, Baekhyun. Se eu tô dizendo que não vou, eu não vou. — disse, irritado, levando sua mão para o pescoço de Baekhyun e parando na nuca, o trazendo para perto e o beijando.

— Eu devia ter feito uma pipoquinha. — Kyungsoo sussurrou para o namorado.

— E eu não deveria ter começado esse assunto, quase causei uma guerra. — respirou fundo — Mas você me deixaria para ser feliz?

— Claro que não, eu arrasto você pelos cabelos. Não tem esse lance de escolher e nem de relacionamento saudável. Eu sou tóxica, mantenho você na linha e comigo onde quer que eu vá. — disse sorrindo, dando um beijinho no namorado e fazendo os amigos rirem.

— Tá, mas e aí, vamos jogar uma carta? Dormir? Ver um filme? Temos o dia todo sem poder atender os celulares e seria melhor se fosse sem sair de casa. — disse Baekhyun.

— Acho que deveríamos assistir um filme de terror, pra valer dessa vez. Sem beijinhos e sem mãos bobas. — disse Kyungsoo rindo.

— Ela fala como se fosse a gente que estivesse de saliência dentro do cinema, descarada. — disse Chanyeol, olhando a amiga de cima a baixo com uma expressão de julgamento.

— Não começa, a gente deu só uns beijinhos. Também sou humana, sinto saudade do meu namorado. Normalmente a gente mal troca um beijinho na frente de vocês, sou bem comportada. — ela fez um biquinho.

— Só na frente de vocês mesmo. — Sehun riu, recebendo uma encarada mortal da namorada.

— Enfim, cinema então. Bora lá. Quero pipoca e quero uma coberta quentinha para um bom filme de terror. — disse Baekhyun.