O crescimento da CEO: plus size

Capítulo 2

Com os dias, Evelyn passou a ajuda o seu pai com a padaria, quando não estava na escola, estava em casa fazendo vários salgados para vender. Ela aprendeu com a sua mãe, tinha um caderno de receitas, mas isso só fez Evelyn engordar mais, ela comia muito e quando lembrava da sua mãe comia mais ainda. Isso só piorou, ela não conseguia se controlar, por mais que soubesse, era maior que ela.

Os dias no colégio eram todos iguais, mesmo que Alyssa defendesse ela, estava nítido que ela havia engordado mais ainda, Alyssa sempre conversava com ela para que ela fosse em uma psicóloga, mas Evelyn não tinha como pagar, não iria aceitar dinheiro da amiga e pelo público iria demorar, pois sempre era questão de filas e agendamentos.

O pai de Evelyn estava se afundando na bebida, as dívidas estavam aumentando mais agora que Fábia não estava mais lá, pois ela quem sempre tinha o controle e pensava em um jeito de dar conta de tudo. Evelyn até tentou, mas não é a mesma coisa.

Evelyn teve a ideia de vender alguns doces e salgados no colégio, era escondido do diretor, mas não deu muito certo, Richard denunciou ao diretor e ela foi suspensa. Nos dias em que ficou em casa, Evelyn vendeu na rua e conseguiu um bom dinheiro, voltava para casa feliz, mas seu pai sempre gastava em bebidas, Evelyn tentou ajudá-lo, mas ele não queria ajuda e nem viver mais.

Ela estava desesperada, já estava sem mãe, como viveria sem pai? Nem o luto ela pôde ter direito, tinha a escola, trabalhos, provas, a padaria, vender salgados, estava no controle de tudo e isso só a deixou mais nervosa e sobrecarregada. Sua avó materna queria que ela fosse morar com ela, mas Evelyn não queria deixar seu pai, ela jamais faria isso, sua avó tentou ajudar pagando todas as contas, Evelyn avisou ao seu pai, mas ele não deu muita atenção.

A padaria faliu, alguns funcionários foram embora por não receber pagamento e não ter mias ingredientes, Evelyn colocou a padaria a venda, ela mesma fez isso, seu pai não estava em condições, só ia ter mais dívidas, ela conversou com o pai de Alyssa que entende melhor dessas coisas e conseguiu vender.

Evelyn estava chegando no colégio todos os dias atrasada, pelo menos não era barrada na chegada pelo Richard, mas em compensação, sofria na sala de aula e no intervalo.

Evelyn estava próxima da entrada do shopping como muitos outros vendendo algo, ela estava sentada em um banco de plástico esperando algum cliente, Alyssa estava vendendo com ela, mas precisou sair para comprar alguns saches para acompanhar os salgados. Richard e sua turma, que estavam indo para o shopping, não perderam a chance de humilhar Evelyn.

Mila: Oi, moça. Quanto é essa coxinha?

Evelyn: O que vocês querem? Não já basta no colégio?

Richard: Nossa, que vendedora mais ignorante, não quer vender sua coxinha?

Evelyn: Eu sei que vocês nunca comeriam.

Mila: Experimenta.

Evelyn: 2 reais.

Mila: Eu vou querer.

Evelyn pegou a coxinha, quando ela iria entregar, Richard se ofereceu para pegar e empurrou a suporte com os salgados. Tudo que estava dentro saiu rolando pelo chão, Evelyn viu seu mundo acabar ali, ela ficou segurando a coxinha olhando para as outras no chão. Eles deram risadas e saíram de lá.

Alyssa quando voltou ficar chocada vendo Evelyn catando todas para jogar fora, quem passava por ali sentia pena dela, alguns até riam e outros ajudaram.

Evelyn: Vamos embora.

Alyssa: O que aconteceu?

Mulher: Uma turma apareceu aqui e eu tenho certeza de que foram eles.

Evelyn: Foi o Richard.

Alyssa: Esse moleque de novo? Ah, não, não ficará por isso mesmo.

Evelyn: Alyssa, não, vamos embora, eu preciso fazer mais para encomendas.

Alyssa: Evelyn, eu sinto muito, vamos conseguir em dobro, tudo bem?

Elas guardaram tudo e voltaram para a casa de Alyssa, mas ao chegar, Alyssa se deparou com uma surpresa, uma ambulância estava levando seu pai na maca.

Evelyn: PAI!

Ela correu até lá com o coração apertado, sua vó a segurou e ficou ao seu lado.

Joana: Calma, filha, fique calma, deixe-os levarem seu pai.

Evelyn: Pai — chora — não pode ser.

Joana: Entraremos, venha.

Joana impediu que Evelyn o visse sendo levado, elas entraram e ficaram na sala. Alyssa levou aguá para ela.

Joana: Vim visitar você, seu pai não estava muito bem, bebeu demais, eu chamei ambulância quando ele desmaiou, você precisa ficar calma.

Evelyn: Não posso perder o meu pai, vó.

Joana: Precisamos orar e acreditar que ficará tudo bem, mas também precisa se preparar para o pior, você sabe a situação que o seu pai estava.

Evelyn: Quero vê-lo.

Elas foram para o hospital, quando chegaram ficaram esperando o médico vir falar com elas.

Joana: Como ele está?

Médico: Ele teve um Derrame, está em coma, foi comprovado de que ele ingeriu muito álcool e isso levou a acontecer o pior, eu sinto muito, não podemos fazer muito e nem dar uma boa resposta, só precisamos agora esperar como ele reagirá.

Evelyn: Ele morrerá? Doutor, eu não posso perder o meu pai, eu perdi a minha mãe e ele eu não posso perder.

Médico: Sinto muito.

O médico saiu, Evelyn estava inconsolada, ela não sabia o que fazer, não tinha como ajudar, e isso era terrível.

Joana permitiu que ela ficasse mais um pouco lá, elas foram embora para a casa de Evelyn em um silêncio enlouquecedor. Evelyn tomou banho e ficou deitada no seu quarto, estava muito triste, ela não tinha ânimo e só queria chorar, se sentia sozinha, queria a sua mãe por perto.

Joana queria chamá-la para ficar na sua casa, mas respeitou o momento dela, ela ficou lá, fez uma sopa para Evelyn e levou para ela.

Joana: Filha, tome essa sopa, vai te fazer em.

Evelyn: Não tenho fome, vó.

Joana: Você precisa se alimentar, seu pai precisa de você forte, desistiu das vendas?

Evelyn: Tudo bem, é por ele.

Ela comeu a sopa deixando sua avó feliz, ela ficou sozinha depois, só de imaginar que no dia seguinte teria que ir para o colégio e passar por tudo novamente, seu peito doía.

Assim aconteceu, ela foi muito triste para o colégio, passou por trotes logo quando chegou, eles a perseguiam, faziam-na de boba e colavam desenhos de baleia nela.

Evelyn não se importava, estava com os pensamentos no seu pai, torcendo para que ele ficasse bem, ela saiu dos pensamentos quando sentiu seu rosto molhado, eles jogaram água nela. Evelyn pegou a garrafa da mão de Richard e jogou no chão com força, fazendo ela quebrar.

Evelyn: CHEGA! QUERO QUE VOCÊ MORRA, RICHARD, ME DEIXA EM PAZ.

Ela o empurrou com força e saiu. Todos ficaram impressionados, nunca imaginaram que isso fosse acontecer, até Richard estava surpreso, mas eles se divertiram logo em seguida e a imitaram.

Evelyn foi para o banheiro, ela fechou a porta e se sentou no vaso chorando.