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FRAGMENTOS

Antes pensava num tempo muito longe, com dificuldades irrelevantes
Leigo de senso, sem tato
Entre lágrimas e sorrisos, gargalhadas, de desespero
Grande dia, vai ser quando entender o suspiro cansado
Recorrendo sempre ao meu reflexo, vendo-o desaparecer na água turva
Ignorando todos os sinais, escolhendo o caminho que me ditam
Agora faço o retorno, buscando os cacos da minha felicidade.

Revirados, sentimentos que me confundem
Acreditar no inimaginável
Numa sensação de amargor, me enoja
Cansativo de mais, perdendo as forças
Olhando todas as cores, aquarela
Representada apenas pelo cinza

Sem sabor, sem calor
Entre juras de amor falso 
Noto seu silêncio, por que não fala?
Te faltam palavras
Incontrolável sentimento de medo
Me assombrando no canto mais frio da mente
Entre esperança e desespero
Não existe uma solução?
Tentar, falhar, recomeçar
O ressurgir, vale mesmo a pena?

Fraqueza é ser humano
Raciocínio jogado ao vento, nada mais vale a pena
Ainda é, depois de tudo, ser humano?
Gritam meus erros
Mas jamais reconhecem meus acertos
Escuto pelas paredes um grunhido sofrego
No pódio do sucesso, meu nome não se encaixa
Tentei me destacar
Obrigando a todos a me ceder um lugar

Monstros do passado, resurgindo
Exclusão de pessoas
Muitos que se vão, em tempos diferentes
Orgulho, quebrado ao dizer "sim"
Rostos desfigurados
Imensurável é o arrependimento
Antes de ruir
Sigo pedindo uma luz

Onde exatamente me perdi?
Provavelmente quando me fragmentei
Quando apenas a sua voz a mim conseguia chegar
Quando era você, e não eu, eu mesma, comigo.

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