𝐈

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Para melhor experiência, ouça Dollhouse, The Weeknd e One Of The Girls, The Weeknd em sequência.
Boa leitura!








Você se sentia reclusa, apesar de desajada pelas pessoas ao seu redor.

A festa estava animada, pelo menos na concepção de animação numa festa de adultos, vocês haviam acabado de chegar na vida adulta, todas as responsabilidades caindo por cima de seus ombros em apenas dois anos. Mas sua responsabilidade não era somente econômica, mas emocional, física e psicológica, um empasse gigantesco.
Você se sentou em um dos inúmeros sofás de couro daquele grande apartamento, que séculos antes era uma sinagoga. Deu um trago do cigarro de filtro vermelho que você sempre fumou enquanto virava uma dose pequena de whisky, ouvindo um homem falar com você, mas parecia tão distante, você não estava ali.

Você não se importava com a porra dos alunos dele, ou as baboseiras políticas que ele só tinha conhecimento por pura intenção, você conseguia enxergar através desses homens, as suas intenções nojentas e maliciosas sombreadas por uma máscara social extremamente artificial. Você não ligava para eles e eles tampouco se importavam com você, e talvez você até preferisse assim.

Você olhou para trás, sentindo sua mente levemente desconcentrada pelo tabaco e a bebida, prestação atenção na pessoa que estava no bar. Como não o notaria ali? Sua paixão de anos, a única pessoa que você amou há quase uma década. Estava tentando não perceber sua presença ali, você não era idiota para o mundo ver.

Não poderiam saber que ele poderia te possuir, que quebrou seu coração apenas para te controlar e que você amava sentir a dor que ele lhe causava porque era esse o seu tipo de amor.

“Você pode me usar, se quiser.” foram as palavras proferidas naquela noite, você não se importava se ele não te amasse de volta, você gostava de estar ao redor dele e de receber o que ele te dava, era por isso que ele te adorava tanto. Você tinha o que ele queria e ele dava a você o máximo que poderia ser posto a mesa.

Levantou-se da cadeira, dando um último gole do drink e o deixando em cima da mesa, deixando aquele homem desconhecido falando sozinho. Você passou entre a multidão, inúmeras pessoas ali apenas com um intuito, então você não se sentia tão promíscua pelas suas ações, mas no fundo, você queria ser segurada e empurrada para fora.

O seu vestido preto, de veludo, que marcava perfeitamente suas curvas e seus quadris, você gostava que poderia ser notada, com apenas um robe transparente por cima do vestido, com inúmeras jóias prateadas, anéis e colares... era impossível que você não fosse notada naquele meio, já dentro da pista de dança você sentiu olhares pesarem sobre você, enquanto remexia lentamente seu quadril, sentindo a sensação da maconha que fumara no início da festa bater forte contra o seu corpo, não se importando onde estava a Zenin que lhe acompanhou nesse momento, você só queria descansar.

Fechou os olhos, sentindo a forte batida de Dollhouse (with Lily Rose Depp) de The Weeknd tocar no fundo da festa, enquanto luzes azuis claras batiam contra o piso e espelhavam em seu rosto. Nunca havia se sentido tão bem e tão solta, mas ainda havia algo que te prendia. Virou a cabeça para trás, notando ele te observando minuciosamente.

Seus lindos cabelos negros amarrados mas com mechas levemente espalhadas por seus ombros, a blusa preta justa nos locais certos de seu abdômen e busto, ele estava impecável como sempre. Vocês já não se importavam com a troca de olhares que acontecia não importava onde estavam, você gostava de seus olhos negros presos em você, fazia você se sentir desejada por ele, e de fato era. O único homem que poderia te ter.

“Perfect as can be, have your way with me.” você murmurou a música enquanto o encarava.

Ele murmurou algo para o bartender de onde estava, pedindo por outra bebida enquanto você sorria boba, sentindo sua mente se distorcer ao som da música, tão psicodélica, não poderia deixar de sentir todas as vibrações do locais em seu corpo, descendo pelo seu estômago. Fechou os olhos novamente, olhando para frente, murmurando palavras desconexas com a música, enquanto as pessoas ao seu redor também se embebedavam com a sensação tão boa naquele momento, você não era a única ali apesar de sentir, ainda percebendo os olhares de alguns homens sobre você, mas você não poderia se importar menos. Você queria ser vista, especialmente por ele e não precisou nem mexer tanto o seu corpo por isso.

Sentiu um cheiro forte de cigarro próximo a você e logo sem seguida, mãos longas deslizando pela as curvas de sua cintura, você poderia tê-lo empurrado se não soubesse quem era só pelo perfume, sentindo as medeixas de cabelo dele roçarem nas suas costas.
Ele roçou o filtro do cigarro contra os seus lábios, do qual você puxou e tragou profundamente, expirando-o enquanto ainda remexia seu quadril, agora contra ele.

Ele suspirou contra a sua orelha, agarrando fortemente a sua cintura com a mão direita enquanto sua mão esquerda subia pela sua caixa torácica, da qual posou sobre o seu pescoço. Seus dedos longos roçaram num ponto sensível do seu pescoço, do qual ele conhecia muito bem, onde ele envolveu a mão ao redor e apertou levemente.

Vocês não precisaram trocar uma palavra, toda a tensão estava ali, entre vocês dois, entre seus lábios e nos pequenos suspiros proferidos.

— Você sabe como tirar o melhor de mim. — você sussurrou, enquanto remexia lentamente seus quadris contra ele.

— Eu sempre quis te deixar sem nada, apenas para ficar comigo, ser o que eu quisesse que você fosse. — ele suspirou.

— Eu posso ser quem você quiser.

— Você já é o que eu quero. — ele sussurrou, depositando um selinho contra sua orelha.

— Mentiroso. — você retrucou. Ele soltou uma pequena risada suspirando pesadamente. — mas eu não me importo. Você não precisa estar apaixonado por mim, eu não preciso ser a única.

Você estava no topo do mundo, sendo a estrela que queria ser, amada por todos e até os que você não conhece, , com a sua vida conquistada, feito o que você sempre quis fazer, ser quem você sempre quis ser, mas ainda não estava livre, e por ele não se importaria em ser deixada sem nada.

Você se virou para a frente dele, subindo suas mãos por seu peitoral, lentamente, até seus fios na parte de trás, enroscando sua mão direita ali, enquanto a esquerda tocava sua clavícula, e subia até sua mandíbula, a mão dele ainda estava em seu pescoço. Ambos se aproximaram por conta própria, poderiam sentir a respiração um do outro contra seus lábios, fazendo cócegas, seus narizes roçaram um contra o outro, seus lábios se tocaram, mas nenhum ainda havia feito algum movimento sequer, saboreando o toque mínimo daquele momento.
Getou sentia seu corpo ansiando por mais, ele adorava quando você não se importava com o prazer dele, o colocando em situações assim, vocês sequer haviam se beijado e ele estava excitado e duro como pedra, sua respiração estava acelerada e suas mãos levemente trêmulas.
Você deu o primeiro passo, apertando tão forte o coro cabeludo da sua nuca que o arrancou um gemido, que foi engolido por você numa fração de segundo quando seus lábios se encontraram. Deus, vocês estavam desesperados por aquilo, ele sugou seu labio com tanto desejo e suspirou tão forte que você achou que ele poderia se desfazer ali mesmo. Vocês se beijaram intensamente, a mão dele que estava em seu pescoço agarrou fortemente, mas não o suficiente para te deixar totalmente sem ar. Ele beijava bem pra caralho, você não havia esquecido disso. Ele mordiscou seu lábio inferior levemente, pedindo passagem com a lingua tocando-a contra seu lábio, e você concedeu, a ponta da língua dele tocava levemente a sua enquanto ele saboreava seus lábios com desejo, uma bolinha de metal desconhecida deslizava contra sua boca, gelada e lisa, apertando fortemente sua cintura. A sua mão que estavam em sua clavícula subiu para o seu pulso que segurava seu pescoço, você sorriu contra o beijo, o que o fez te puxar para mais perto.

— Vamos para outro lugar. – ele murmurou contra sua boca, dando mais três selinhos em seu lábio inferior, descendo a mão que estava no seu pescoço até seus ombros, acariciando lentamente de uma maneira reconfortante, da qual somente ele sabia.










𝐎𝐍𝐄 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐆𝐈𝐑𝐋𝐒, 𝖲𝗎𝗀𝗎𝗋𝗎 𝖦𝖾𝗍𝗈. Onde histórias criam vida. Descubra agora