é uma madrugada barulhenta na mente de beomgyu. tão barulhenta que tocava várias músicas e ao mesmo tempo vozes que choramingam constantemente. estava há minutos observando o melhor amigo deitado ao seu lado com os olhos fechados. soobin parecia surreal com brilho lunar que iluminava o seu belo rosto. beomgyu deitou por cima do próprio braço, ficando mais próximo do rosto bonito.
— soobin, eu te amo. — não hesitou em pronunciar em um sussurro, um segredo que apenas ambos sabiam.
os olhos escuros do mais velho abriram-se lentamente e beomgyu sorriu quando foi tocado na bochecha com as pontas dos dedos, entendendo segundos depois que soobin estava a desenhar um espiral no local.
— eu te amo também.
trocas de eu te amo passou a ser um hábito para ambos, nada muito estranho, como se tivessem a necessidade de afirmar isso. bom, pelo menos beomgyu queria lembrá-lo a todo momento não porque se via na obrigação de dizer, mas porque realmente ama soobin. corpo e alma. ama tanto soobin que poderia sentir o peito dilacerando, a carne definhando e o cheiro de sangue. havia tantas coisas que beomgyu desejou e ainda deseja confessar mais que um "eu te amo".
o ato rápido de soobin não deu tempo para o moreno impedir quando já estava com o pescoço entre seus braços e o corpo por cima do dele. estavam muito perto e muito perto significa sinal vermelho em uma das inúmeras regras da mente de beomgyu. eles eram melhores amigos, irmãos, amor de alma — soobin adora afirmar isso —, definitivamente não poderiam ultrapassar a enorme barreira.
— soobin.
— eu gosto de você.
beomgyu negou com a cabeça rapidamente. soobin não tem o direito de reacender aquele sentimento que o moreno sempre tentou enterrá-lo. o peito de beomgyu doeu tanto que sentiu queimar em batidas. ele tentou segurar aquela água salgada estranha que algum maluco nomeou de choro mas acabou transbordando.
soobin chamou-o pelo nome e o moreno deslizou para o colchão, cobrindo rapidamente o rosto com as mãos. o loiro sempre deixou os sentimentos de beomgyu em uma valsa desorganizada, aquelas bem feias que ninguém consegue ter controle dos próprios passos e muito menos consegue escutar a melodia.
as mãos do mais novo foram retiradas de seu rosto com a permissão do próprio ao sentir o toque suave nelas. beomgyu sempre amou toques suaves, principalmente quando soobin era o responsável por eles. observou novamente o rosto perto: soobin parecia preocupado.
— do que tem medo?
na verdade, beomgyu tem medo de várias coisas. a principal seria perder soobin para alguém maior, alguém com sentimentos intensos, alguém que não seja beomgyu. e a dor estava inclusa porque somente soobin é capaz de machucá-lo.
o loiro esfregou a ponta do nariz ao dele vagarosamente antes de subir a ponta por toda a extensão do nariz bonito de beomgyu e descer outra vez, deixando um beijinho.
— podemos tentar! estamos nessa há quatro anos.
— não quero. soobin, eu realmente gosto de você, eu amo! mas isso é tão estranho, tão assustador. penso em como vamos ficar se isso der muito errado e a nossa amizade acabar.
— amizade... quem quer enganar? o sentimento não é unilateral e dói em mim também, beomgyu. dói muito mais do que antes porque agora eu sei o que significa. eu finalmente entendi porque você sempre se afastava.
— mas ainda dói, soobin. quatro vezes mais logo agora que você sabe. você sempre soube... preferia que não tivesse me contado.
o moreno teve suas lágrimas enxugadas e um breve carinho nas bochechas. o que faria? sentia uma vontade absurda de chorar outra vez. ficar com soobin como sempre imaginou é uma coisa muito desejada embora muito assustadora para beomgyu que sempre pensou negativo sobre eles.
— eu sempre vou te amar, beomgyu. você é o espiral da minha estrela. — o moreno não deixou de sorrir ao ouvir a comparação que era usada quando ainda muito jovens.
beomgyu permitiu sentir os dedos longos tocar delicadamente seus lábios, movendo-se pelo pescoço até dedilhar a clavícula.
— você é tão lindo. — ainda é incomum para ele ouvir elogios do mais velho.
ambos possuem uma gravidade tão forte que são atraídos um pelo outro. colidem quando os lábios se tocam. as duas estrelas de nêutrons orbitam uma à outra, formando a supernova.
mas a poeira estelar de lágrimas da estrela choi beomgyu sempre retorna depois de uma explosão, desejando ser engolido por um buraco negro a ter que colidir com a estrela choi soobin outra vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
kilonovas.
Romanceas kilonovas são explosões estelares gigantes que ocorrem quando duas estrelas de nêutrons orbitam uma à outra e finalmente colidem. esse fenômeno violento origina grandes e pequenos objetos no universo: desde buracos negros até átomos. beomgyu e so...