On n'a pas, pas d'bol

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Betty Cooper
23/10/24, Canadá
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A música alta estourando em meus ouvidos fazendo minha cabeça latejar.
Eu não devia estar aqui... eu não queria estar aqui.
Tudo oque eu queria agora era minha cama quentinha, no silêncio gostoso do meu quarto.

Mas ao invés disso estava no meio de um bando de adolescentes irresponsáveis e completamente chapados, se esfregando uns nos outros e praticamente se comendo na frente de todos.

O cheiro de álcool e maconha misturado com mijo é insuportável.
E eu aposto que se algum enxerido me visse aqui amanhã seria capa de todos os jornais da cidade.

"Herdeira da enorme fortuna dos Cooper é vista em festa clandestina. Seria a vergonha da família?"

Já até imagino a matéria perfeita haha hipócritas!
Todos pensam que o propósito que tenho na minha vida é dinheiro.
Não que eu não goste de ser rica, mas tenho sonhos maiores que uma fortuna, que por sinal, nem minha é!

Aliás, sei que estão pensando que sou a garota rica mimada. Ou então a garota rica rebelde e injustiçada, que é maltratada pela família.
Na verdade não é nada disso.
Minha vida é realmente maravilhosa! Meus pais são incríveis e amorosos, e mesmo tendo o dinheiro que temos eles me ensinaram sobre valores e morais. Me ensinaram oque realmente importa, e que eu nem sempre vou ter tudo oque quero, não importa quanto dinheiro eu tenha.

Eu só estou aqui por quero fugir!
Eu quero ir em bora, e tem sido assim por muitos anos.
Estou aqui porque preciso clarear minha mente, pra sorrir com frequência e distinguir as coisas. 
Essa é a parte ruim de ter dinheiro, ele tem que vir de algum lugar.
E as vezes esse lugar da onde ele vem rouba completamente a sua privacidade, e eu odeio isso.
Odeio como acham que podem se meter na minha vida!
Mas eu não posso fazer muita coisa quanto a isso.

Quando você nasce no meio disso é como se você fosse um assinante dessa vida de merda e não pudesse mudar de plano.
E ai você só tem uma saída, você coloca sua roupa e sai a noite para o mais longe possível.

Finalmente acho um lugar pra me sentar e assim o faço.
E ao olhar ao redor observo uma garota em cima de uma mesa, sacudindo a bunda dela e querendo números de telefone. Ainda é uma menina, mas está entediada e esse mundo a fascina... eu sei bem como é essa sensação, foi como me senti a primeira vez que estive aqui.
Rodando um pouco mais o olhar o vejo em pé no balcão do bar; cantando uma garota morena -como sempre-, enquanto tenta passar a perna no barman pra conseguir bebida de graça.
Os encaro por mais um tempo, e assim que vejo a morena revirar os olhos e sair eu viro o resto de gin no meu copo como se fosse uma dose de coragem e assim avanço em sua direção.

-Você não tem um dólar, não negocie. -Encosto-me no balcão quando o barman simplesmente sai.
Ele gira a cabeça, me olha de cima a baixo e vira novamente, levando o cigarro a boca. - E você não tem um grama, não tente agir como um traficante de drogas!

-Oque você quer?

-Como você tá?

-E Por que está interessada, Elizabeth?

Elizabeth...

-Vai ficar na defensiva até quando?

-Até você perceber que não te quero na minha vida!

-Juggie, podemos ao menos conversar como pessoas decentes?

-Não temos nada pra conversar, Eliza. -Fala com desdém o apelido que ele mesmo me deu, antes de começar a se distanciar... e não vou negar que doeu...

-Desculpa! - Seguro seu braço e sigo atrás dele.- Desculpa Jug... por tudo! Me desculpa!

-Ah agora você vem se desculpar?! Agora, que já me humilhou, agora que eu já fui motivo de chacota pela escola inteira. AGORA você vem com essa de desculpa?! Fala sério Elizabeth, qual a porra de seu problema? Você me destruiu na frente de todo mundo! Você sabia que ia me machucar e você só fez! Você não passa de uma vadia sem coração!

Bad boy- Bughead Onde histórias criam vida. Descubra agora