Capítulo 4

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Gosto do cheiro de um lago. Gosto da forma como meus cabelos levantam quando abrisa bate perto a margem. É confortante, poder sentir pureza em sua forma forma mais complexa, onde antes não há tanta beleza e simplicidade: como é o meu caso!
Mas não posso dizer o mesmo de Tyler. Ao cujo me fez trazer a esta parte da cidade, onde eu costumo fugir do meu cotidiano estagnado na Residência Patrick.
- Você só me trouxe aqui uma vez! - ele diz ao meu lado. Nós dois paramos em frente ao lago, cercado por uma imensidão de pinheiros e arbusto de folhas abastardas. Este lugar fica separado da cidade, a umas meia horas de bicicleta. Mas Tyler pegou a motocicleta de Brody, o que encurtou o tempo de viajem a uns quinze minutos; deve ser dessa forma que Brody foje tão rápido de uma cena de crime.
- Sim, nas outras você não estava presente!
- Ah... Qual é...!? - ele suspira - nós já conversamos sobre isso.
Eu dou de ombros, e começo a chutar a água que cobre o meus pés.
Porém, o silêncio é tão sufocante que nem mesmo a fotossíntese da enxurrada de verde que nos rodeia, é capaz de deixar o ar menos pesado.
Até que Tyler resolve falar: O que queria que eu fizesse? Que eu pegasse um ônibus de volta ao Mississipi? - seu tom de voz irônico me incomoda - Eu tinha 11 anos!
- Que seja cara .... O importante é que está aqui agora! E.... Eu acho que quero ir pra casa! Acabou sua tuor por hoje!
Eu dou meia volta e enxugo meus pés no gramado.
Enquanto calço meu tênis, não posso deixar de notar Tyler morder os lábios da forma maia brutal que existe. Embora esteja imaculadamente fitando o vazio, sei que eu sou a imagem que perturba sua cabeça nesse instante...
"Era uma tarde de quinta-feira. Minha casa exalava pura alegria e festejos. John bebia um vinho barato que comprara num armazém; Lillie bebida algo que era tudo menos álcool; Leo dava amassos em uma garota estranhamente bonita; Carie afagava os fios dourados e ralos de Aindan, e eu estava encostado no canto mais pacato da casa.
Era véspera de natal, e como Jackson é uma cidade relativamente pequena, as pessoas costumavam festejar entre sí e antes mesmo das seis. Então, minha família inteira estava feliz e reunida - algo raro pois John é nômade nesta família - mas eu não estava nada feliz.
Na verdade, eu era a criança mais triste em época de natal em todo mundo, talvez até a única. Tinha recebido a curta notícia de que Tyler Woodson estava indo para o Alabama.
Eu mirava a janela do meu quarto a cada dois minutos. A casa de Tyler é em frente a minha, e a janela do meu quarto dá de frente para a do quarto dele. Eu costumava usar um telescópio para conversar com ele por bilhetes, quando ninguém mais me dava atenção e quando o mundo estava insuportavelmente entediante. Mas as persianas continuavam fechadas na próxima vez que verifiquei.
Eu suspirei fundo, desanimado. Mas não desisti, eu estava louco por um Adeus, não há como ir para um local a quilômetros de distância sem um adeus. Eu precisava do meu, adeus são necessários quando uma fronteira está preste a separar uma amizade - foi então que verifiquei mais uma vez pelo telescópio, e para minha surpresa ele estava ali.
O meu melhor amigo estava me esperando na janela. Eu segurei um urro de alegria, pois ele me fitava pela lente de um telescópio. Assim que ele me notou, puxou uma pincel e começou a rabiscar uma folha branca.
"ME ENCONTRE NO PARQUINHO EM CINCO MINUTUS" dizia na folha. Ignorei o erro gramatical peguei minha bola de baseball e desci desesperadamente pela escada da casa minha casa.
Nem mesmo dei explicações a minha família, e corri o mais rápido que pude até o parquinho.
Atrás do carvalho estava Tyler, com as mãos atoladas em seu moletom azul. Eu esqueci que estava frio, e não levei qualquer que seja o cobertor então comecei a dar com os dentes um no outro.
- Você veio... - disse Tyler.
- Sim... Você vai mesmo embora? - eu perguntei.
- Infelismente! - ele afirmou - Minha mãe está decidida, nós vamos morar com minha vó. Vai ser legal.... O Alabama é um lugar legal.
- Sim... - eu chutei o gramado distraidamente - Mas não queria que você fosse!
- Também não! - ele disse - mas tenho que ir...
- Sim... Eu quero te dar uma coisa! - eu disse animado.
- Oque?
Puxei a bola de baseball do bolso e entreguei a Tyler.
- Sua bola de baseball, mas e seu pai...?
- Ele não vai sentir falta, eu mal vejo ele! - eu dei de ombros.
Tyler assentiu com a cabeça e entortou o sorriso - Também quero te dar uma coisa. Assim você nunca vai esquecer de mim, assim como eu nunca esquecerei de você com essa bola... - ele apertou a bola na mão.
- O que? - eu perguntei, procurando sinais visíveis de algo material mas não vi nada, apenas a silhueta franjinha de Tyler.
Então ele se aproximou de mim, se curvou um pouco e aproximou o rosto do meu.
- Minha mãe disse que essa é a forma mais fácil de demonstrar o amor por alguém! - ele disse.
Então ele se aproximou mais um pouco, subiu a mão ao meu rosto e encostou os lábios no meu.
Foi o meu primeiro beijo, talvez o único beijo verdadeiro que eu recebi. Eu ainda me lenbro do cheiro de maçã verde do shampoo que ele usava, e do cheiro de suor frio e infância que exalava dele.
Jamais me questione o fato de ter gostado de Tyler e de seu beijo. Mas sabia que o que eu sentia por ele era real, e não um simples conto de fadas platônico criado por ingenuidades e um desejo pela imagem do amor perfeito.
O meu amor era real, ele existia! Não era baboseiras, nem profanidades! Eu o amava sem desejo carnal, pois eu era novo assim como o mesmo.
Mas como tudo que é bom dura pouco: ele partir! Partiu assim como minha ingenuidade, minha calmaria e desejo por um futuro alguém.
Pois Tyler é assim. Um ladrão perfeito. Lindo, manso e sorrateiro!

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Mal pela demora, tava sem net para postar e tals. Mas está ai. E agradeço pelos novos leitores l, espero agrada-los com minhas obras. Afinal... Está é só a primeira de muitas!
Ops: ignorem os erros, logo logo estarei revisando!

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⏰ Última atualização: Oct 20, 2015 ⏰

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OS INDOMÁVEIS (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora