1. Harta.

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Estava cansada. Não sabia ao certo quando isso tinha acontecido mas durante esses dois últimos anos, Marianella viveu o melhor e o pior em seu relacionamento com Thiago. Sim, ela o amava. Sim, acreditava que ele era o amor de sua vida mas por quê doía tanto? Por quê, ela se sentia tão insegura em relação a esse amor?
Thiago a amava como ninguém havia amado mas ele também a magoava como ninguém havia feito. Aos poucos ela foi se deixando levar por essa insegurança, essa sensação de "e se"
E se ele voltar a me trair?
E se o Thiago mentir pra mim novamente?
E se ele realmente estiver certo quanto ao fato de que eu sou uma louca e vejo coisas onde não há?
Eram tantos cenários que ela criava em sua mente que isso chegou a lhe dá medo. Medo do amanhã. Do que poderia acontecer com a relação dos dois.
E Mar não queria isso, não queria se sentir assim mas não pôde evitar.
Quando isso havia acontecido? Desde quando ela se deixava dominar pelo medo?
Ela notou que seu namorado estava agindo estranho há alguns dias, desde que Luna havia chegado em Mandalay Thiago vivia correndo atrás dela e isso lhe doía.
Tipo... Ela não era o suficiente? Por quê ele precisaria de outra garota quando tinha seu amor?
Isso aconteceu por dias e Mar via absolutamente tudo, até os detalhes. Estava esgotada com a situação mas não queria desistir tão fácil assim.
Em outro momento, ela iria atrás de seu melhor amigo e lhe pediria ajuda mas depois do que havia acontecido dias atrás, estava receosa, então preferiu deixar como estava. Rama estava saindo com uma garota que conheceu uns dias atrás e de acordo com Tato, ele estava apaixonado.
Algo dentro dela se rompeu, não fazia idéia do que era. Por quê o fato de Rama estar com alguém a deixava tão mal?
Deixou esse pensamento de lado e se concentrou em resgatar sua relação, mais uma vez.
A aula de música havia acabado, Thiago foi correndo atrás de Luna mas mar o impediu, pediu para falar com ele em particular.
Assim, esperaram que todos saíssem da sala para falarem mais a vontade.

— O que quer Mar? Preciso resolver algumas coisas com os meninos e — antes que terminasse de falar, Mar o interrompeu.

— Precisamos conversar — disse com a expressão séria.

Silêncio ensurdecedor. O único som que podia se ouvir eram as suas respirações.

— Preciso que seja sincero Thiago. Eu juro que aguento o que for, mas afinal, o que você sente? — seu olhar se prende ao dele, as lágrimas insistindo em caí mas ela não deixou.

Mais silêncio. Ele não respondeu. Então ela continuou.

— Nós dois éramos... Éramos como, como a corda e a caçamba. Éramos um só  — disse, com sua voz embargada — Até que... Até que chegou a Luna — os dois estavam frente a frente, com os olhares presos um ao outro — E tornou nosso dia noite, todos nós caímos.  Thiago... Talvez seja eu, pode ser que seja eu mas também pode ser você.

Thiago baixou seu olhar. Não tinha coragem de encará - la naquele momento.

— Então eu, eu te juro que eu preciso que me fale o que sente. O que é? Com exatidão — Marianella lhe perguntou, com medo da resposta.

Não sabia se estava preparada para aquele momento. Tinha medo. Daquela conversa, dependia o relacionamento deles.

Thiago respirou fundo, olhando em seus olhos. E decidiu ser sincero consigo mesmo e com a garota que estava em sua frente, esperando uma resposta.

— Tem razão Mar. Sobre a Luna... Sinto por ela o que não, o que não posso controlar — a morena que estava segurando suas lágrimas há um bom tempo, se permitiu chorar. Seu coração estava doendo e o pior nem havia chegado ainda.
Respirou profundamente, limpando suas lágrimas.
O coração de Thiago doeu ao vê - la daquela forma mas ela havia pedido sinceridade e ele tinha feito isso.

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