01 • filho da puta

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Kirishima estava entediado. Longos minutos haviam se passado desde que Bakugou saíra do banho e sumira dentro da casa. O ruivo mexia nas coisas do quarto de seu anfitrião com dedos e olhos curiosos, realmente não havia entrado naquele cômodo antes, era o único que não havia explorado. Sentia-se, de certa forma, incomodado em invadir tanto a privacidade do outro, mesmo que já estivesse invadindo.
Riu fraco com o pensamento, mas a culpa não era dele e nem de seus amigos, certo? – Quem mandou o loirinho deixar esse tapete tão mesquinho e convidativo na porta de casa? – Bom, não pensaria nisso.
Kirishima sabia que precisava relaxar seu corpo, portanto decidiu tomar um banho e lavar seu cabelo. Entretanto, como adorava criar um caos, optou por usar o banheiro da suíte do loiro, ficando extremamente feliz ao notar uma banheira convidativa.
Logo, não pensou duas vezes, não fez nada além pegar uma toalha no guarda-roupa, se despir, e ligar a água daquela banheira luxuosa para tomar seu banho. Curioso com os vidros dispostos ao lado da banheira, Kirishima derramou o conteúdo de um deles na água e apreciou a fragrância de caramelo – o loiro cheira mesmo como caramelo –, e quando estava pronto para entrar na banheira escutou barulhos de saltos batendo no chão e, em seguida, a campainha ser tocada.
"Oi, velha."
"Já não te disse pra você ter mais respeito comigo, moleque?"
"Vai se fuder, doida. Entra logo."
"Obrigada, idiota."
Kirishima gargalhou baixo ao ohvir o diálogo entre eles. Pareciam bem próximos, parecidos e amigos. Com poucos segundos descobriu que o nome do loiro era Katsuki e o de sua mãe Mitsuki. Eram nomes bonitos e 'Katsuki' combinava perfeitamente com seu dono.
Também pôde descobrir que Katsuki era monitor no laboratório de Química de sua universidade, assim como o ódio que o loiro tinha por uk tal de Mineta, que aparentemente o loiro era obrigado a ajudá-lo contra sua vontande.
Não perderia a oportunidade de importuná-lo, então tomaria um banho rápido, afinal teriam outras oportunidades para usar aquela banheira maravilhosa. Ao fim do banho, enrolando-se na toalha, Kirishima começou a se secar enquanto focava sua audição em qualquer coisa menos na conversa entre eles, visto que esta se tornara algo pessoal demais para se intrometer.  Não queria ser mais indiscreto do que já estava sendo.
Saindo de seus pensamentos alheios, Kirishima terminou de se secar e enrolou a toalha ao redor de sua cintura.
Em frente ao espelho, arrumou seus fios tingidos de vermelho, estes que pingavam e água escorria por seu abdômen definido. Não negaria, estava um próprio pecado.
Sorrindo, voltou ao quarto se questionando o quão irritado seu anfitrião ficaria caso aparecesse na sala daquela forma? Ele pagaria pra ver, pois irritar o loiro já havia se tornado, em tão pouco tempo, uma de suas atividades favoritas. decidiu provocar um pouco mais o rapaz. Teria sua atenção assim, afinal. Não?
Kirishima havia achado o loiro lindo, um verdadeiro pedaço de mal caminho, com uma beleza intensa e perigosa, diria que até mortal. Era como se fosse uma espécie de anjo, mas muito mais intrigante e interessante que um. Nada puro, apenas mortal.
Na sala ou na cozinha, Katsuki e sua mãe ainda conversavam. Ainda não havia se acostumado com a distância entre todos os cômodos, mas imaginou ser em um desses dois em que os parentes estavam.
Decidindo colocar sua ideia em prática, o ruivo andou lentamente pelo corredor e, ao se aproximar da sala, com o celular em mãos fingiu estar em um local cujo sempre frequentava, como se fosse sua própria casa, um convidado frequente.
— Amor, porque você não me avisou que a comida estava pronta? — o vampiro entrou na sala digitando em seu celular, fingindo não ter notado a senhora ali, parando no meio do cômodo com suas pernas um pouco separadas, assim puxando a toalha para cima, para que permanecesse em sua cintura. — Oh... — Abriu a boca ao olhar para frente, mas em uma ótima atuação a fechou rapidamente , fingindo não tê-la notado ali. A senhora loira tinha a boca aberta em um belíssimo "O", seus olhos abertos na mesma quantidade, completamente arregalados.
Bakugou percebeu a surpresa de sua mãe, também estava surpreso, mas estava bem mais puto do que qualquer outra coisa. Sua mãe o olhava como se exigisse uma resposta e tudo que conseguia fazer era encarar o ruivo com ódio e descontá-lo na latinha de cerveja em sua mão.
— Bebê, porque não me avisou que teríamos visita? Por favor, me perdoe aparecer assim, deixe eu me trocar... Que vergonha, amor!
— Não! Não tem problema algum! — A senhora Bakugou sorriu enquanto se mexia um pouco atordoada e pegava suas coisas. — Se eu soubesse que meu filho estava com visita eu teria vindo mais tarde.
— Oh! Você é a senhora Bakugou? É um enorme prazer te conhecer, o Katsuki fala tanto sobre você! Me sinto horrível por estar assim em nosso primeiro encontro, realmente acabei de sair do banho. O dia foi um pouco quente, sabe? — Sorriu ao perceber a mulher ficar vermelha, assim como Katsuki, que abaixou a cabeça mordendo fortemente o lábio. Kirishima sabia que o loiro estava prestes a explodir.
— Posso me trocar e podemos conversar um pouco mais, o que acha? Gostaria muito de conhecer a senhora!
— Eu realmente já estava de saída. Ainda preciso buscar meu marido, vim apenas dar um oi para o Katsuki, mas... — ela se levantou e foi até o filho, dando-lhe um beijo em sua bochecha. Com isso, a senhora Bakugou encarou o ruivo para se despedir — Qualquer dia quero ter um almoço com você, parece ser um bom garoto.

— Só se for pra tomar sangue... — Katsuki murmurou, mas atraiu a atenção dos dois para si. Ele só negou com a cabeça e foi até sua mãe, lançando um olhar furioso para o ruivo. — Vamos velha, amanhã você me devolve o carro quando pegar o seu do conserto, vou precisar para a faculdade.
— O mínimo que deveria fazer era deixar ele comigo essa semana, você pode ir a pé para a faculdade.
Os dois estavam na porta e falavam mais algumas coisas, então Kirishima apenas ignorou e começou a mexer no seu celular, precisava avisar sua dupla que poderiam retornar a casa, isso até sair do seu foco e sentir suas costas serem encostadas na parede, arrancando um gemido baixo de si. A mão de Bakugou estava em seu pescoço, segurando firme, mas não pressionando para que não respirasse, o que fez o ruivo sorrir de canto e encarar os olhos vermelhos que o encaravam.
— Anda, pode apertar mais forte, eu gosto disso e de uns tapas de brinde, gatinho.
Bakugou engoliu em seco e encarou o rosto do ruivo, descendo seus olhos pelos lábios vermelhos e os dentes à mostra. Suas sobrancelhas arquearam levemente ao perceber os dentes mais pontudos no sorriso do outro, isso realmente deixava ele mais bonito e dava um charme mais intrigante para ele, mas isso ele nunca assumiria em voz alta.
Katsuki apenas soltou o pescoço do outro e saiu em direção ao quarto até ouvir o gemido do outro com o seu nome, fazendo ele virar e o encarar.
— Sabia que é pecado deixar um pau na mão? — Kirishima disse o encarando com um bico e se Katsuki fosse mais fraco, ele com certeza cederia, porque aquele ruivo apenas de toalha, com um belo corpo e um sorriso gostoso faria qualquer um se derreter e ajoelhar aos seus pés.
— Você tem duas mãos, as use.
Retrucou e virou para seu quarto, fechando a porta com mais força do que deveria ter colocado. Ele estava muito ferrado, mais ainda quando sentiu seu corpo começar a ficar quente e percebeu que não era só Kirishima que estava duro, e ele também estava.

• história escrita em conjunto com yqnight

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