No Inverno Passado...

2

No ou outro dia já no intervalo

-Luna?- Ouço Mariana me chamando assim que eu tiro os fones de ouvidos- Luna, eu... Bem, a gente mal se falou hoje, né?- pergunta ela se sentando ao meu lado no banco da escola.

- É. Teve bastante matéria para copiar hoje, então, nem deu para a gente se falar.- respondo guardando o celular e o fone no bolso da blusa.

- Eu queria te pedir desculpas. Eu não achei que você fosse ficar brava comigo por ter perguntado quem era aquela menina.-

- Sabe, Mari? Eu nunca falei sobre ela pra ninguém, eu no máximo citava sobre ela as vezes pra minha mãe, mas é uma história tão confusa.- respondo abaixando a cabeça para que Mariana não perceba o meu olho lacrimejando.

- Hoje é quarta, lembra? Hoje é o dia do capuccino na sua cafeteria preferida, oque acha da gente ir lá depois da escola? E se estiver confortável, pode me contar um pouco sobre.- Mariana fala chegando mais perto de mim.

Penso um pouco antes de responder, afinal, mesmo que já tenha passado muito tempo, ainda sinto que dói muito.

- Tá tudo bem. Eu aceito.- Respondo tentando dar o melhor sorriso que tenho agora.

...

Agora é 3:45, já é a última aula. 4:00 em ponto vai bater o sinal da saída e eu e Mariana vamos na cafeteria, agora é aula de ciências, e eu estava pensando muito na futura conversa que terei, e não consegui prestar atenção na aula. Por eu ter pensado o suficiente, bom, eu acho que pensei o suficiente; eu decidi contar sobre tudo para Mariana.

- Luna?- Ouço Mariana chamando e saio dos meus pensamentos.

- Luna, aonde você tava?- pergunta ela se referindo no que eu estava pensando.

- Ah, eu tava lembrando que você tinha me chamado para ir na cafeteria. Nós ainda vamos, né?-  pergunto, torcendo para que algum menino tenha chamado ela para sair, e ela não poder ir mais.

Não sei se fico muito feliz ou triste, mas o sinal para a saída tocou. - Claro que ainda vamos, passei metade da aula pensando em torta de maçã. - ela fala e a gente começa a rir.

Enquanto pegava a minha mochila para sair, Mariana pega na minha mão e vamos de mãos dadas até a cafeteria.
Chegamos na cafeteria por volta de 4:05, já que não era tão longe da escola. Entramos e sentamos na última mesa, lá no fundo, assim, poderíamos ter mais privacidade para qualquer conversa.

- Boa tarde, meninas, já sabem oque vão querer?- nunca tinha visto aquela atendente, ela deveria ser nova. Ela estava usando o uniforme branco da cafeteria, e brincos de Pedrinhas vermelhas, ambas as cores combinaram com seu tom de pele negro.

- Torta de maçã e um capuccino - diz Mariana

- o mesmo que o dela. -

- Tudo bem, Já já, eu trago para vocês.-

- Obrigada é... Qual seu nome?- Eu pergunto

- Eva - responde Eva

- Obrigada, Eva.- Eu respondo com um sorriso meigo até demais para o meu gosto.

- não que eu seja o tipo de pessoa que vai tentar te arrumar alguém " antecipadamente", mas eu senti um clima, hein? Se quiser, eu vou embora e fica vocês, sem problema nenhum.- Diz Mariana e eu tenho vontade de dar um soco nela.

- Não começa, não, Mariana, euem, conheço a menina faz nem 5 minutos direito pra ter "um clima"- faço aspas com os dedos.

- Credo, que amarga, tá precisando de um café mesmo- Mariana diz e começa a rir da minha cara de quem mataria um. Ou dois.

- Meninas, tá aqui o pedido de vocês.- Eva fala enquanto colocava cada pedido de um lado da mesa.- Se precisar, é só chamar. - Concordamos em conjunto com a cabeça.

Mariana toma um grande gole de seu café e eu repito o ato.

- Bom... Quer começar a falar, ou ainda não se sente pronta, Lulu?- Mariana me chama por meu apelido preferido, oque me faz lembrar de quando ela me chamou assim pela primeira vez.

- Lembra de quando você me chamou de "Lulu" pela primeira vez, Mari??- pergunto sorrindo.

- Claro que eu lembro! Você tinha ido dormir em casa, minha mãe e meu irmão já estava dormindo, e a gente estava sem sono e tinha começado a chover, e nós nada teimosas - Ela fala com sarcasmo - resolvemos ir dançar na chuva. Daí você escorreu na calçada e bateu sua cabeça no poste - A gente começa a rir juntas igual idiotas- até hoje eu não sei direito como tudo aconteceu, foi tudo muito rápido. Só lembro de ter ficado muito preocupada e falar "Lulu, você tá viva?" E você NÃO me respondia e eu comecei a chorar.

- Eu lembro, meu Deus, você começou a chorar e eu comecei a rir, e nós fomos tomar banho, porque estavamos morrendo de frio, e depois pegamos uma gripe infernal por pelo menos 2 meses. - eu respondo ela.

- Saudades de ter 14 anos.- Ela fala enquanto come um pedaço da torta e eu finalizo o meu capuccino.

- Nós vivíamos fugindo de noite para ir comprar lanche, seu irmão sempre acabava vendo eu te levar até em casa. Foi nessa época que ele achou que nós estávamos namorando, e olha que você é a pessoa mais hétero que eu conheço.- Falo e começo a rir.

- Nossa, verdade, me sinto até ofendida, eu tenho bom gosto.- Ela fala e eu dou um tapinha no ombro dela.

Ficamos em silêncio por máximo uns 2 minutos, mas logo ouço ela me chamando. - Lu?- ela fala e eu desvio o olhar do meu prato pro rosto dela.

- Sim?-

- Você... É... Vai querer me contar? Ou ainda não está pronta? Só para te lembrar que não 'tô com pressa.- diz ela

- Olha, preparada 100% eu não estou para ser sincera. Mas eu vou começar.
               
   
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Ansiosos para o próximo capítulo? Bom, eu estou KAKAKKAKAKKA

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Kiss, Kiss 🖤