Elisa ainda estava inquieta, nervosa e sem entender o que era aquilo que Jacques causava nela.
- Preciso mudar isso! Quem sabe se eu me aproximar e nos tornarmos amigos também, essa sensação esquisita suma.
Elisa seguiu de volta ao salão, mas antes que pudesse chegar, ouviu uma voz suave e baixa em sua direção:
- Onde vai com tanta pressa, jovem dama?
Elisa sentiu seu corpo inteiro arrepiar. Era Jacques!
- Que susto! Disse Elisa desconfortável.
- Sou tão feio assim? – Brincou Jacques.
- Você não vai querer saber o que eu acho, curioso senhor! – Retribuiu Elisa entrando na brincadeira.
- Outch! Direto no coração! – Disse Jacques com drama.
- Não seja dramático! Você se recupera rápido. – Elisa debocha dando um dois tapinhas suaves no ombro de Jacques e se afastando.
- Ei! Onde você vai? – Perguntou Jacques ansioso.
- Dançar! Estamos em um baile, não lembra? – Respondeu de forma sarcástica em um sorriso cínico.
Ambos riram e voltaram ao salão.
Jacques olhou nos olhos de Elisa e com um olhar brincalhão, perguntou:
- A Senhorita me daria a honra de uma dança?
- Você por acaso vai pisar no meu pé? Já não basta a frieza com que vossa senhoria me tratou ao me conhecer? -zombou Elisa levando seu rosto bem perto de Jacques:
O rosto de Jacques se tornou mais sério:
-Desculpe meus modos. Eu sou mais tímido com quem não conheço e acabo passando uma imagem arrogante. A senhorita poderia me perdoar? – Disse com expressão dramática e envergonhada.
- Tudo bem, está perdoado. Estamos nos conhecendo e é natural que impressões sejam causadas, sejam boas ou ruins. – Disse Elisa em tom mais sério.
- Depois de você ter partido o meu coração em pedacinhos ao duvidar de meus atributos faciais, somos quase irmãos! – Disse Jacques quebrando a seriedade da conversa.
Elisa joga a cabeça para trás em uma espontânea gargalhada.
- Dramático, exagerado e engraçado. Está certo, insistente senhor. Vamos dançar!
Eles adentram o salão do baile e imitando um exagerado gesto de gentileza, beija a mão de Elisa, que ri baixo da gracinha de Jacques. Os dois dançam pelo salão, rindo e se divertindo como se existissem apenas os dois e como se já fossem amigos desde criança. Elisa estava satisfeita com o que estava sentindo. Leveza, tranquilidade e alegria.
- Essa sensação é melhor. – Refletiu ela enquanto dançava com seu mais novo amigo, Jacques.
O baile adentrou a madrugada, ambos cansados de rir e dançar, decidiram voltar ao jardim para tomar um ar fresco.
- Foi divertido! – comentou Elisa.
- Sim, e eu nem pisei no seu pé. Viu, sou um dançarino nato! – Brincou Jacques.
Eles riram e sentaram-se próximo a uma árvore.
- Quer dizer que você é noiva de Anthony? Garota de sorte! – Perguntou Jacques com ar brincalhão.
- Sorte? Sorte dele casar-se comigo! – Retrucou Elisa.
- Ah, modéstia para quê? – Disse Jacques debochando em meio a um meio sorriso.
Elisa sentiu um arrepio. Aquele meio sorriso a desconsertou totalmente, sem saber como se comportar, disse:
- Vamos? Está tarde e meus pais devem estar a minha procura.
- Eu disse algo errado? Perguntou Jacques confuso.
- Não, estava tudo ótimo. – Respondeu Elisa nervosa.
- Tem certeza?
-Sim, só me dei conta que está tarde e devem estar nos procurando.
Jacques sorriu e disse com a voz baixa e suave:
- Vamos, eu te acompanho.
Caminharam devagar até o salão do baile, em silêncio, apenas apreciando a brisa de primavera e a companhia um do outro.
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E nossa amizade, Jacques?
General FictionEm um tempo antigo, onde os casamentos eram arranjados, Elisa se vê em um conflito de sentimentos entre o noivo Anthony e seu melhor amigo Jacques. Anthony é um noivo leal, amigo e terno. Jacques é o amigo romântico e confidente, mas extremamente en...