Mentiras - Kjmila

40- medo

POV KJ APA

Tentei trabalhar o resto do dia, mas sempre acabava me perdendo em pensamentos, relembrando tudo que aconteceu. Ao descer para o estacionamento, percebi que o carro de Camila já não estava mais lá, aproveitei para ir pra casa também. No meio do caminho vi um senhor vendendo algodão doce, resolvi parar e comprar alguns.

Fui em direção ao orfanato. Chegando no mesmo, cumprimentei Luana que me deu um "Oi" animado e foi atrás de Sofia. Espero a pequena na recepção e logo a vejo vindo em minha direção, um grande sorriso forma em seus lábios assim que ela me vê.

-Oi tio Kj. -Ela me abraça e eu devolvo seu abraço na mesma hora.

-Oi princesa. Vim te trazer isso. -Lhe entrego um algodão doce.

-Eu adoro algodão doce! -Ela diz alegre.

-É eu sei.

Ficamos conversando enquanto ela se deliciava com o algodão doce, me contou sobre seu dia e em como quebrou um vaso e se escondeu de Luana subindo na árvore.

-Hoje veio um casal aqui tio Kj, eles foram bem legais comigo. -Ela diz terminando de comer seu algodão restando somente o palito melado e grudento de açúcar.

-Você não me disse sobre esse casal no telefone... -Falo pegando o palito e me levantando para jogar no lixo.

-Foi depois. -Ela diz dando de ombros. -Luana disse que eles querem uma filha. Eles foram legais com o Theo também.

Depois de mais um tempo conversando com ela, Luana a chamou para o jantar, ela me deu um beijo grudento e correu.

-Luana? -A chamei. Ela dá um sorriso para que eu continue. -Esse casal que veio hoje aqui... eles..... querem adotar a Sofia?

-Eles gostaram dela Kj, e do pequeno Theo também.
Ainda virão para outras visitas, para ver com quem
terão mais afinidade. -Ela diz sorrindo.

Agradeci a informação e fui até o carro, dei partida no mesmo e segui para casa. É impossível alguém não gostar de Sofia, ela é ótima, mas quererem leva-la? Eu sei que deveria estar feliz por ela, mas de alguma forma essa noticia me deixou com medo e uma sensação de vazio. Estacionei em frente de casa, peguei os dois algodões e entrei.

-PAPAAAAAI! -Escuto Benjamin gritar assim que abri a porta, e em seguida sinto um pequeno corpo se colidir com o meu

-Oi meu amor. -Falo me agachado e o abraçando. -Olha o que eu trouxe para você. -Falo mostrando o algodão doce.

-Obrigada papai! Eu amo algodão doce. -pega o doce e me abraça novamente só que agora mais apertado. -Mamãe olha o que eu ganhei . -fala assim que Camila aparece.

-Que bom meu amor. -Ela diz sorrindo. -Oi... -me olha com um sorriso de lado.

-Oi

-Posso comer? -Benjamin pergunta quase retirando o plástico.

-Não! Só depois do jantar. -Camila diz séria.

-Ahhhh mamãe! -Ele reclama com um bico lindo.

-Filho, obedeça sua mãe e pare de ser teimoso! -Falei o puxando e cheirando seu pescoço, sentindo sua colônia fraca mas cheirosa.

-Isso faz cócegas! -solta uma risada que é capaz de iluminar qualquer um. -Para papai! -Diz assim que volto a cheirar seu pescoço.

O prendo em meus braços e continuo cheirando seu pescoço enquanto ele ri, se debate tentando se livrar de mim, até que consegue e sai correndo.

-Duas crianças. -Camila fala sorrindo.

Me dirijo até ela e estendo a mão com o segundo algodão doce.