OIEEE! Pensaram que eu tinha abandonado meus PIRULITEEEERRRS??! JAMAIS! Tive que focar em outra coisa esses dias, mas segura o coração, que a espera acabou e o SURTO VEM!
*
— Me fala que ele teve que ir direto para uma sala de cirurgia, ou que o carro pegou fogo e por isso, só por isso, aquele filho da puta não pôde te trazer até aqui. - Bruno pediu, retoricamente, ao me receber na frente do prédio
— Boa noite pra você também, meu amoor... - respondi, jogando um braço no pescoço dele para me apoiar enquanto tirava as sandálias — Para de drama, são só uns três quarteirões, eu não quis incomodar.
Bruno não se deu ao trabalho de descruzar os braços ou desfazer a cara amarrada durante o caminho pelo hall - cujo piso de mármore claro, geladinho, me fez suspirar de alívio - e se manteve calado no elevador.
A verdade é que uma parte de mim estava decepcionada com os detalhes que não tinham ido tão bem assim, na minha noite de sonho. Ao chegarmos na porta do apartamento maravilhoso do primo de Bruno, eu ainda tentava ignorar essa parte, porque a realidade não é perfeita, afinal; e eu não queria deixar minha mente voar até uma certa moto e uma certa loira que não tinha sido largada para se virar até chegar em casa...
— Huhum - meu amigo pigarreou, me salvando de pensamentos idiotas e me fazendo reparar que estávamos parados ali por alguns instantes à mais — Certo... Você vai ver uma coisa possivelmente impactante agora. Preciso que simplesmente não reaja. Vamos cumprimentar todo mundo e seguir pelo corredor, ok?
Pisquei os olhos devagar, pasma.
— Como é? Está... tudo bem? E porque está sussurrando?? - percebi que a raiva de mim tinha dado lugar a um desconforto estranho, como se ele estivesse sem jeito.
E NADA deixava Bruno sem jeito ou sem graça.
Ele revirou os olhos.
— Tá, só tente não se impressionar. Vamos.
Assumindo que se tratava de alguma pegadinha besta, aguardei que abrisse a porta e sorri para o gatinho cinza que espiou pela fresta. Notei um par de pernas atrás dele, dentro de uma calça social escura, e subi o olhar, pronta para cumprimentar Edu - o do da casa, ou seu amigo Júlio, que estava sempre por lá; mas eu estava errada e de repente tudo o que Bruno tinha dito fez sentido.
Aquele homem era quase intimidadoramente bonito. Ele devia ter uns dez anos a mais que nós e isso ajudava a explicar a espécie de "aura de poder" que ele exalava sem esforço, apenas por parado ali na sala, perto da porta, segurando uma taça de vinho tinto. Porém, havia um brilho travesso, moleque, no olhar e sorriso que nos dirigiu. Era um contraste desconcertante, mas eu poderia olhar para ele por muito tempo, antes de me cansar.
Bastante grata por ter sido minimamente preparada, sorri de volta sem deixar que o deslumbre aparecesse.
— Ah, você já está de saída, Eric? - a voz de Bruno soou um pouco mais seca que o normal, mesmo ao nos apresentar — Mika, esse é Eric, amigo do meu primo. Eric, essa é a Mikaelle, minha melhor amiga.
Eric inclinou levemente a cabeça para o lado e seu instante de avaliação fez minhas bochechas queimarem.
— Uma graça. Muito prazer, Mikaelle. - a voz era bonita também, meio grave. Mas havia um toque malicioso no tom que ele usou para se dirigir a Bruno — Estamos de saída. Vê se não exagera na bagunça, Bruninho.
Tive que me esforçar para segurar a risada ao ver os olhos ao meu lado se apertando em um desgosto quase palpável. Para me distrair da imensa vontade de rir, olhei ao redor, encontrando Edu; sua namorada, Nicole, e Júlio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pirulito de Coração
RomanceMikaelle esteve esperando por isso há muito tempo, o precioso momento de abrir o coração e declarar seu amor para Pedro Henrique. Porém, as coisas não saem como o esperado e, quando parecia que nada mais restaria além da humilhação completa, Matheu...