006 | DECISIONS

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TOM POV'S

Tudo estava pronto, iríamos fugir amanhã mesmo. Estávamos com o plano todo em mente, mas ninguém pode errar se não ficaremos aqui, e a última coisa que eu quero é continuar dentro desse quarto quente e fedorento.
Mas eu seriamente estou achando que não vamos conseguir, aquela policial ruivinha fica nos perseguindo 24 horas por dia, e quando não é ela, é um desses guardas mal humorado que tem cara de bater punheta o dia todo.

Eu estava deitado na cama, observando Bill fazer suas flexões. Fico entediado só de o olhar fazendo exercícios, apesar de eu amar fazer. Vamos ser sinceros que dentro de uma prisão ninguém tem vontade de fazer nada a não ser sair daqui. Isso que vivemos aqui dentro e um total inferno, todos os lugares são abafados e o cheiro de carniça é em todo canto, só de pensar nisso me dá vontade de vomitar.

Fiquei vendo Bill se exercitar por um bom tempo, mas minha atenção é tirada após um grande barulho tomar conta de meus ouvidos. Normalmente esse barulho irritante é tipo um sinal de escola para ir para o recreio, só que aqui o nosso "recreio" é cada um fazer um trabalho diferente, eu e Bill limpamos o refeitório, que na maioria das vezes está mais sujo do que outras partes daqui. São mesas caídas, bandejas pelo chão, resto de comida em cima das mesas. É uma nojeira.

[...]


--Porra não vejo a hora de sair daqui. -Digo me deitando na cama.

--Relaxa mano, amanhã a gente foge daqui. - Diz Bill se sentando em meu lado.

Dou um pequeno sorriso.

Eu e Bill sempre nos viramos dês os 16. Antes de toda merda acontecer, nossos pais nos ensinavam a como se defender, aos 12 eu e Bill aprendemos a dirigir de um jeito meio..... Peculiar para alguns, mas para a gente erra super normal, para nós nossa vida erra normal. Mesmo que vivemos em meio de drogas, brigas, mortes e entre milhares de coisas, sempre ficamos juntos, e durante esse período de aprendizado eu e ele aprendemos a nós virar dês de pequenos. Só que, acabou que nossa mão devia uma grande quantia para uns agiotas, eles se revoltaram com sua dívida e deram um prazo para ela, que se caso ela não pagasse ela iria morrer. E dinheiro não era o problema para nós, mas quem cuidava da maioria das coisas era meu pai, e ele falava que se ela que estava devendo era para ela se virar e conseguir dinheiro conquistado por ela, meu pai sempre foi um grande filho da puta, apesar dele ser um bom pai, ele nunca foi um bom marido, tratava minha mãe como se fosse nada . Durante muito tempo tive que lidar com esses problemas, e eu sabia que eu não estava sozinho, eu nunca estive sozinho, Bill sempre esteve lá, ele sempre me ajudava e eu sempre ajudava ele, ele era a única pessoa que realmente se importava comigo, pois nossos pais só ligavam para o dinheiro e porra das drogas.

E logo depois que minha mãe adoeceu, ela precisou de mais ajuda do que nunca, e eu e Bill ficamos lá com ela, fizemos que pudia para ela ficar melhor, mas nosso pai não ligava e passava a maior parte do tempo fora de casa. E assim foi por muitos e muitos dias, nosso pai nem se quer olhava na nossa cara, não trocava uma palavra com nós, um belo de um idiota. Se passou uns meses e nossa mãe adoeceu mais e faleceu depois de 3 dias que ela piorou, naquele momento meu mundo desabou, ela não era uma boa mãe, mas apesar de tudo eu considerava ela mais do que eu considerava meu pai. E para várias, quando minha mãe faleceu meu pai não estava em casa, e por ironia do destino ele ficou sem voltar para casa por muitos dias, e quando voltou estava mudado, seus cabelos que eram loiro agora eram negros, sua barba cresceu e ele parecia mais bem do que antes, mas tive que dar a bela notícia a ele, e foi assim que eu percebi o quão filho da puta meu pai era. Ele não teve um pingo sequer de consideração por ela, ele conseguiu humilha-la sem falar muitas palavras, mas o pouco que ele disse foi o suficiente para mim dar um belo de um soco em sua cara. Bill não sabia oque fazer na hora, mas por influência minha ele fez o mesmo, e assim foi, demos diversos socos nele. E depois daquilo eu e Bill vivemos sozinhos mas muito bem vividos, e junto com isso, nunca mais tivemos notícias do nosso pai, e sinceramente? Não faço questão de ter nenhuma notícia dele.

--Oque tá pensando? -Pergunta Bill

--Nada. -Respondo friamente.

Bill apenas me ignora e sai de perto de mim e se deita em sua cama. Fecho meus olhos e sem que eu perceba, eu adormeço..

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ATÉ O PRÓXIMO........



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