Diz-me, meu filho, por que tal aflição? Por que a tua alma se desvai pelo céu?
Digo-lhe, meu pai, a vida vem a ser como uma ostra, cujas dores produzem lindas pérolas posteriormente, mas até que este momento chegue, a dor vem a submergir-me no meu próprio corpo.
Compreendo-te, meu filho, mas venho a dizer-lhe que nem toda dor necessita gerar pérolas, mas as mesmas também nos vêm mostrar que somos humanos e frágeis. É conveniente e também saudável que representemos as dores como antecessoras às conquistas. Entretanto, não precisa ser sempre assim, nem é bom que seja assim.
Ao cair de uma árvore sob uma tentativa de escalá-la, não busques pensar sobre uma conquista que vos espera ao conseguir subir na mesma, mas sinta essa dor, percebá-a e reimagine teu corpo. Lembra-te do solo em teus pés, observa que a árvore também está sob este, e os três estão abaixo de um mesmo céu. Vê essas coisas, meu filho, não uses a dor apenas como um degrau para a conquista, mas imagina as dores como lugares a serem explorados, como lugares de descanso também. Às vezes, é necessário descansar sobre as dores, para lembrarmos do nosso interior, para cuidarmos de nosso mundo interno.
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devaneio de palavras
Randomdeixarei aqui postado (se eu lembrar), alguns de meus escrito, é isso, boa leitura.