CAPITULO O4

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Último Suspiro

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As gêmeas cuidaram de tudo para usarmos na festa. Para Cami, um vestido colado azul que combinava muito com os olhos da irmã e Wendy usaria um rodado preto e para mim um vestido rosa claro que seria usado juntamente com uma sapatilha prateada. O resultado? Eu parecia uma boneca: com direito a blush, máscara e batom rosa. Só faltou que colocassem buchinhas coloridas e fitinhas arco-íris nos meus cabelos, mas até que não ficou nada mal. Minhas amigas sabiam como se vestir e como me vestir.

– está vendo? Bem melhor do que todo aquele cinza.

– tenho que admitir, eu gostei – confesso.

– você podia incrementar algumas coisas assim no seu guarda-roupa.

– nem vem Cami, não é todo dia que eu estou disposta a sair desse jeito. Hoje é exceção.

– isso não importa, agora vamos logo por que se não iremos nos atrasar.

O clima da tarde estava indicando que a temperatura iria esfriar. O sol já se punha quando entramos no meu carro. A festa desse ano seria na casa de um dos alunos. O cara era bem rico e gostava bastante de se exibir e como era de se esperar a festa estava repleta de bebidas e vulgaridade. A música era bem alta, algum estilo de eletrônico ensurdecedor, onde são somente batidas e nada de vocal. E como todos sabem, eu não sou chegada nesse tipo de coisa, então, assim que minhas amigas se separaram eu saio pela porta da cozinha indo para um grande jardim no fundo da casa. Bem quando estou passando pela porta alguém "acidentalmente" se choca contra mim, derrubando um copo inteiro de algo com cheiro forte.

– o que você fez! – digo, analisando a grande mancha vermelha que se encontrava em meu vestido.

– olha por onde anda estranha. – ela diz.

Ergo meu olhar do vestido para aquela voz provocativa. Ashley.  Ela da um meio sorriso me desafiando. Desvio-me dela e continuo meu antigo caminho enquanto ouço uma risada provocativa. A noite não podia ser mais perfeita, estar em um lugar em que não quer estar, com quem não quer estar e ainda por cima com o vestido acabado. Tudo até agora conspirava contra mim. Talvez fosse alguma força do além me avisando para ir embora e, se eu pudesse me teletransportar com toda certeza era isso que eu faria, porém minhas amigas queriam se divertir e estavam de carona comigo, eu não poderia deixa-las na mão. Elas esperaram por essa festa por muito tempo e me ajudaram – mesmo que contra a minha vontade de vir – a me arrumar.

Olhei em volta e não tinha mais ninguém ali exceto eu. Todas as casas da rua eram umas distantes da outra e atrás de todas havia uma pequena rua e uma espécie de "floresta" do outro lado. Agora já de noite era assustador olhar para o lugar e quando o farfalhar de galhos soprou mais forte foi ainda mais assombroso continuar ali – mesmo para mim.

O vento sacudia todas as árvores do outro lado da rua silenciosa, a música mesmo daqui ainda era bastante alta, porém um pouco abafada. A mesma porta pela qual eu havia passado á alguns segundos bateu com força atrás mim devido ao vento. Olhei novamente para meu vestido rosa claro que agora manchado com um enorme circulo vermelho, o liquido que fora jogado escorreu e deu uma horrorizaste impressão de que aquilo pudesse ser sangue. E se alguém me visse ali desse jeito provavelmente chamaria a policia, por isso virei para ir embora. Passaria pela casa e rumaria ao estacionamento da frente onde se encontrava meu carro. Poderia esperar por lá durante um tempo e depois chamar minhas amigas. Lá eu estaria segura, certo?

A noite estava gelada, porém não foi isso que fez com que meus pelos se arrepiassem. Foi aquela impressão que senti de que não estava sozinha. E mesmo depois de olhar em volta e não ver ninguém, ainda podia sentir aquela presença ali comigo. Vir-me-ei novamente e decidi que seria melhor sair o mais rápido dali. O que quer que fosse não me parecia agradável e meus instintos normalmente sempre estão certos.

– já vai embora? Mas esta tão cedo, docinho. – uma voz grave diz. Seu som saindo quase que como um trovão, me causando estremecimento por todo o corpo.

 Eu não reconhecia quem dizia, olhei para trás de mim e ainda não via ninguém.

– aqui em cima!

– aqui em baixo! – diz se aproximando devagar – não se mecha! Ou não serei tão compreensivo. – alerta.

Era um homem alto, de no mínimo 20 anos, porém seu rosto fechado dava um ar de que fosse mais velho. Sob toda a roupa de couro e jeans ele era forte e alto, diria sim que era bonito se meus pensamentos não estivessem concentrados em fugir/correr o mais rápido possível dali. Mas quem disse que eu conseguia me mover? Por algum motivo meus pés se recusavam a se mexer. Uma adrenalina fora do comum passava por todos os ossos do meu corpo e ainda sim, lá estava eu. Parada, calada e morrendo de medo. Seu sorriso estava cada vez mais largo quando chegou a centímetros de mim e toco-me com os polegares da bochecha até o meu queixo, levantando o meu rosto e fazendo-me encara-lo. Seus olhos eram de um preto extremamente escuro e perturbador. Aliás, tudo nele era perturbador, tudo nele me fazia querer recuar. E mesmo tentando, eu não conseguia.

– qual é o problema meu doce? Perdeu a fala?

– diz com a voz baixa, quase que um sussurro próximo ao meu ouvido, raspando sua barba por fazer em minha pele e causando mais um arrepio desconfortável.

Reuni toda minha força de vontade para conseguir ao menos falar.

– qu-quem é você? Como... Como você fez isso? – gaguejei.

– ah, mas como você é adorável! Tão inocente e inofensiva – acariciando meu rosto novamente ele põe uma mão em minha cintura –, meu anjo, você é tão macia...

– é uma pena que não poderemos ter uma conversa muito longa. Você provavelmente adoraria me conhecer, mas infelizmente não irá. – ele da de ombros e continua: – Nem a mim e nem a mais ninguém.

Seus olhos ficam ainda mais escuros – se é que isso é possível –

O vento começa a castigar de tão forte. O barulho das árvores é ensurdecedor e a música continua a tocar dentro da casa com todos alheios ao que está acontecendo agora. A luz da lua que antes era o que iluminava o lugar fora coberta por imensas nuvens escuras, o céu assumindo um tom azulado/arroxeado, deixando tudo ás escuras.

– o que quer dizer com isso? – questiono ainda mais apavorada.

– não está óbvio? – pergunta com sarcasmo – Meu doce, hoje é o dia em que você morre.





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| como prometido: um capitulo maior. EBAAAA! Quem tá gostando?!

não se esqueçam que amo estrelas e comentários *u* |

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