Number two

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Lauren's point of view

Quando eu acordo, estou deitada em uma prancha de ambulância, tem uma socorrista comprimindo minha testa com uma gaze, ela tenta falar comigo mas sua voz soa distante

- O que - sussurro sem entender

- Eu perguntei se você me ouve - ela falou me olhando nos olhos

- Sim, eu ouço... Onde está minha mãe? - pergunto tentando levantar a cabeça, mas estou completamente imobilizada

- Fique quieta, vamos levar você pra o hospital

- Onde está a minha mãe?! - pergunto novamente sentindo o medo me atingir

- Eu estou aqui filha!!! - a voz dela soa um pouco distante de mim - Eu estou aqui, vai ficar tudo bem

- Mãe!!! Você está bem? - pergunto tentando levantar a cabeça, mas sem sucesso

- Fique quieta Lauren!! - a socorrista fala meu nome com rispidez e eu obedeço

- Pra onde vamos? - pergunto baixo

- Vocês serão levadas pra o HR - fala me colocando com cuidado dentro da ambulância, minha mãe estava sentada em uma das cadeiras

- Mas temos plano no Hospital Português - falo baixo

- Sabemos disso, mas é protocolo - ela se sentando ao meu lado - Assim que dermos entrada no HR, o setor administrativo irá ligar pra o Português, então eles irão buscar vocês

- Ok...

Falo apenas, minha mãe estava o tempo todo segurando minha mão e perguntando se eu estava sentindo alguma coisa, o tempo todo eu negava, mas ela não saiu de perto, o que me deixou mais calma, eu estava sentindo uma dorzinha incomoda na minha coluna, mas preferi não deixar ela nervosa por conta disso.

(...)

Após alguns minutos chegamos no Hospital da Restauração, os socorristas explicaram toda minha situação e logo os enfermeiros e médicos foram me avaliar. Mas não demorou muito e nos informaram que o Português tinha ido nos buscar, então fomos

(...)

Chegando no hospital, me deixaram em uma maca no corredor, para minha mãe resolver com a parte administrativa e me levarem pra ser avaliada com mais precisão

- Isso mesmo, Lauren Michelle, com dois L - ela fez uma pausa e ouviu a atendente - O carro bateu no lado dela do carro e ela perdeu a consciência...sim... Isso mesmo... Ela...

Deixei de prestar atenção no que minha mãe conversava com a atendente, pois algo, ou melhor dizendo, alguém roubou toda minha atenção... Meu coração parou na mesma hora, será possível? A menina por quem eu era apaixonada na minha adolescência trabalhava aqui? O quão bom e ruim isto pode ser ao mesmo tempo?

Caramba... Karla Camila Cabello Estrabão... Ela era oque? Médica? Será que ela quem irá me examinar? Começo então a ficar nervosa

Ela conversava animadamente com um outro médico, extremamente bonito por sinal... Senti uma pontada no estômago e automaticamente me repreendi, eu não tinha motivos pra ciúmes, afinal... Já faziam anos que eu não a via e ela sempre foi só isso... Um antigo amor platônico

Duvido até que ela me reconheça, a única vez que ela olhou pra mim de verdade, foi quando eu ajudei em uma apresentação da escola... Eu havia composto um poema sobre o dia da Independência, havia buscado bem no fundo sobre a história do nosso país. E quando eu acabei de ler perante toda a escola eu pude sentir o olhar dela em mim, estava brilhando...

My secret LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora