Akai Ito não existe

Extra

Midoriya on

– Sorria, amor! – minha mãe, sorridente sem parar, pediu. Sorri o melhor que pude para o trilhão de fotos que ela tirava de mim segurando o diploma da Yuuei nas mãos. – Hã? Memória cheia? Como assim? – ela perguntou indignada para a câmera, fazendo bico ao ser obrigada a apagar algumas fotos. Eu ri com isso.

Eu e meus colegas finalmente havíamos nos formado na Yuuei, recebendo nossas licenças definitivas para atuar como heróis e hoje era nosso último dia juntos. Foi gratificante ver todos meus amigos e seus parentes reunidos. Alguns choravam de emoções como eu, Ochaco e Tenya e outros estavam tão animados que eletrizavam os demais, como Denki que se sobrecarregou emocionalmente e eletrizou Jiro, Momo e Shoto quando foi os abraçar alegremente. Sorte dele que foi depois dos discursos e quando todos já não se importavam mais com a boa aparência. Endeavor não gostou muito do novo penteado espetado do filho mais novo, e com felicidade, Shoto quase matou seu pai do coração ao dizer que pensava em deixar daquele jeito. Foi engraçado, admito.

Mas nem tudo são flores, por mais que diversas pétalas de cerejeiras viajassem entre todos por meio do vento, havia seu lado, talvez não negativo, mas entristecedor. Katsuki estava lá. Bem vestido com seu uniforme e – incrivelmente – gravata. Seu cabelo loiro ainda era uma explosão de fios, mas isso não o deixava sem sua beleza, muito pelo contrário, só a destacava como sempre. Ao seu lado, tirando foto com ambas as famílias, estava Kirishima, seu ainda atual namorado.

Acho que as pessoas estão certas de que quanto mais tentamos esquecer alguém, mais essa pessoa invade nossos pensamentos. Mesmo tratando Katsuki como um colega e nada além disso, eu não poderia esquecer o que passamos. Mas eu não poderia fraquejar. Rompi nosso laço naquela noite e não pretendo voltar atrás. Kac- Katsuki merece a felicidade que eu gostaria de dar a ele, e se é possível de eu oferecer isso dessa maneira, que assim seja. Focar no meu futuro como herói agora, era o que mais importava. Ainda desejo ser aquele que vai salvar para ganhar.

– Aaah! Consegui! – a voz animada de minha mãe chamou minha atenção. – Havia algumas fotos tremidas de quando eu estava chorando durante o discurso. – ela riu sem jeito e eu a acompanhei. – Sorria novamente, querido! – ela me olhou através da câmera e dessa vez eu sorri com mais leveza, de olho em meu futuro como pro-hero e sucessor de All Might.

[...]

Alguns dias depois...

Bakugou on

– Tsc. Velha enxerida do caralho, querendo mandar na minha vida. Porra de chata! – resmunguei irritado, começando a empacotar algumas coisas do meu quarto que haviam ficado na casa dos meus pais.

De repente, algumas batidas na porta chamaram minha atenção. Suspirei.

– Entre. – respondi, somente para ver meu velho abrindo a porta com um sorriso gentil nos lábios. – Sabia que era você. Aquela velha nunca bate! – comentei jogando tudo das minhas gavetas da minha escrivaninha na cama.

– Querido, perdoe sua mãe. Ela só ficou surpresa com essa coisa de... Você ir morar sozinho.

– Eu já falei que não vou estar sozinho. Ei e eu vamos dividir um apartamento. – revirei os olhos pelo drama. – E por que dessa preocupação toda? Ela gosta do Ei, não gosta?

Ele sorriu singelo, caminhando até minha cama bagunçada e limpando um espaço ao seu lado antes de me chamar para sentar. Bufei frustrado, mas fui até seu lado, sentando-me de braços cruzados.

– Desembucha. – resmunguei impaciente e ele riu brevemente.

– Não seja assim, filho. Você sabe que tanto eu quanto sua mãe queremos o seu melhor. – ele suspirou, encarando-me seriamente – Gostamos do garoto Eijiro. Só esperávamos que você ficasse um pouco conosco depois de três anos dormindo na Yuuei. E eu sei que almeja por sua independência. – ele disse antes que eu abrisse a boca – Mas tem certeza que é isso que você quer? Sei que ama Kirishima, e tem seus planos, mas-