Prólogo

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Meu coração batia tão rápido que podia ouvi-lo ecoando como se estivesse tocando numa caixa de som a centímetros de mim.

Ela estava sentada numa das tantas cadeiras naquele salão de festas, com as pernas cruzadas como várias outras mulheres naquela noite, com um vestido branco brilhante assim como vários outros.

Eu estava bem ciente de que seus olhos estavam sobre mim.

E que me acompanhavam em cada passo que eu dava em direção a saída.

Um copo de uísque enfeitava minhas mãos ansiosas, tive que me concentrar em andar corretamente e evitar cair enquanto caminhava para o terraço. Havia bancos estofados da cor branca por toda parte, mas estavam vazios, todos estavam concentrados no bar ou dançando bêbados pelo salão.

O ar da noite pura me acalmou instantaneamente. Uma piscina iluminada estava no fim do terraço, havia copos largados pelo chão deixados pelos ex ocupantes. A água brilhava tanto pela luz neon nas beiradas, como pela luz da lua.

Fui em direção a beirada do terraço, encostando-me na parede de pedra enquanto fechava os olhos e pensava avidamente naqueles olhos verdes escuro em mim. Havia um interesse compartilhado, isso é certo, mas por que ela me olhou como se conhecesse minha alma?

Sabia de sua presença apenas de sentir seu olhar sobre mim, meus olhos se abriram na velocidade da luz.

Toda a leve calma que eu detinha, evaporou antes que ela pudesse abrir a boca para dizer a primeira palavra.

Ela me deixa nervosa só de direcionar seus olhos para mim - Lamentei mentalmente. Eu pareço uma adolescente na puberdade.

- Vai falar comigo ou eu tenho que tomar a iniciativa? - Sua linda voz com um sotaque de uma terra bem longe daqui ecoou. Havia um toque italiano nele?

- Oh desculpe, tomei muitos destes - Levantei o copo de uísque; ela sorriu. - Faremos isso direito. - Como quem não quer nada, reduzi o espaço entre nós e dei meu melhor sorriso. - Olá, bela senhorita, como se chama?

Ela riu; o tipo de risada que é sexy e engraçada ao mesmo tempo. Ótima combinação. - É assim que você comprimenta alguém que não conhece? - Ela riu de novo, me senti envergonhada rapidamente, me perguntei se o resultado seria o mesmo se eu não estivesse bêbada. Talvez eu estivesse perdendo o jeito.

Sorri para ela sentindo minhas bochechas queimarem. Afinal quem era ela?

- Bom, meu nome é Carol, está aqui pelo mesmo motivo que eu? - Acenei em direção ao céu, embora minha visão ficasse turva por alguns segundos, eu conseguia discernir perfeitamente sua silhueta. Não demoraria muito até que eu começasse a tagarelar.
Péssimo dia para se embebedar.

- Eu vou te ajudar, me chamo rosamaria. - uma pausa, entre, me olhar de cima a baixo e voltar seu olhar para a cidade lá fora. Levando sua mão até o queixo em uma expressão divertida - Há muitas coisas interessantes por aqui. - Um comentário óbvio. Eu sabia que ela não estava tão bêbada como eu, na realidade ela parecia sóbria em demasiado.

Tomei consciência de que estávamos bem próximas e com toda a audácia que eu não teria em outras circunstâncias, rolei meus olhos por tudo que eu podia ver nela. Sua expressão seguinte seria cômica se não fosse trágica.

Os olhos verde se tornaram repentinamente mais escuros e ávidos, como se ela tivesse tomado uma dose de adrenalina. Meus sentidos se aguçaram rapidamente, e como uma guerra que não parece ter fim, o barulho de tudo ao redor pareceu perder a força, como um zumbido distante.

Tudo que importava era ela e aqueles olhos.

Nos juntamos como se fôssemos imãs, suas mãos descansaram sobre meus ombros como se pertencessem àquele lugar. As minhas, alternavam entre sua cintura e suas costas claramente definidas. Uma de suas pernas, encontrou o espaço definitivo entre as minhas. Nossas bocas estavam a centímetros, eu a sentia e ela me sentia de volta.

Fluorescent adolescent - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora