♡ | uma estrela em combustão

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algo naquela manhã era muito engraçado. beomgyu não sabia o quê e nem procurava saber, se contentava em apenas sorrir bobo pelos cantos de sua casa e cantarolar uma música meio estúpida de amor; era como receber um daqueles cartões de natal que piscam e tocam uma música temática, mas ainda não estavam nem perto de dezembro e a decoração de halloween mal vira ainda o mundo naquele ano. visto de fora ele parecia um completo louco, amigo ao tolo da pilha do tarot, porém exatamente como a carta choi beomgyu comemorava uma coisa nova em sua vida e a deixava entrar com honrarias. estava de braços, boca e coração abertos ao que não era tão desconhecido assim, caminhando sem olhar uma vez sequer para trás.

no meio de toda a sua euforia, explosão: dois braços rodeiam sua cintura e seu ombro recebe um peso diferente do que é comum e seu sorriso se alarga. não, não era mais como um cartão de natal. poderia dizer algo próximo àqueles ursos de dia dos namorados que seguram um coração com inscritos piegas que nunca saem de moda, ou talvez uma única rosa simplória, uma daquelas que faria o pequeno príncipe se questionar se sua rosa era uma rosa comum.

— bom dia, abelhinha.

beomgyu riria na cara do pequeno príncipe. a rosa dele não era nada comparada à doçura inerente ao ser de kai, uma daquelas contagiantes e explosivas; toda vez que sua voz cuidadosa dizia "bom dia, abelhinha", e deus sabia que eram várias e várias vezes, ele se sentia explodir junto dele. era simplesmente mágico ser o centro de um amor tão cor de sonho. pode-se dizer que tinha gosto de algodão doce azul, mesmo que todos tenham o mesmo gosto porque afinal são só açúcar. (kai era só açúcar e ainda tinha um sabor diferente todos os dias, variava de acordo com seu humor mas nunca deixava de ser aquela explosão típica de água com gás natural.)

choi é metódico quando se vira no abraço e observa os olhos meio irreais daquela figura tão hipnotizante. seu nariz, seu cabelo, sua boca: tudo é perfeito em huening, tudo é mágico. aqueles fios meio longos e rebeldes, sua cara com marcas de travesseiro, o cotidiano e apenas o cotidiano. ele era excepcional em cenários ordinários e isso — isso era o que encantava beomgyu dia após dia. ver simples coisas se tornarem complexas e majestosas por conta da existência de uma pessoa era tão vasto, um sentimento no qual beomgyu era consumido por inteiro; não havia mais espaço para temores nele visto que tudo estava carimbado com marcas de beijos passados, dias futuros e amores do presente. aquele amor era tanto que não podia ser um só.

ele abraçou kai um pouco mais forte como se fosse um boneco com frases programadas apenas para ouvir sua risada e admirou mais uma vez todas as notas dela, arrepiando por dentro quando suas costas foram acariciadas carinhosamente. de alguma forma ele sentia um frio por dentro que o esquentava, acordava seus órgãos e gritava que era a hora da estrela.

abraçados mais um dia naquele cotidiano, beomgyu encosta seu ouvido no peito de kai e pode ouvir aquele sussurro milagroso, um evento quase religioso: supernova. tudo explode mas é intacto em um único beijo e então há poeira cósmica por todo o apartamento, está salpicada em cada um dos cantos do lar. eles se separam fisicamente mas ainda há aquele fio prateado os ligando, sorrisos sapecas um dia inteiro para pela noite eles poderem dizer que tudo que explode ainda está completo.

o amor de kai kamal huening era uma supernova. choi beomgyu era banhado nos seus fragmentos todos os dias e se limpar não estava nos seus planos por muitos anos.

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