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Cheng não esperava que a vingança do Lan seria na mesma noite. Quem diria que Lan Xichen poderia ser tão deliciosamente vingativo? Ainda mais com aquela carinha de anjo!

Já que o mais velho cozinhara, a louça era sua. Cheng saiu da mesa sem se importar com o rosto corado e o olhar lascivo que Xichen lhe dirigia. Colocou o prato na pia e ligou a torneira. Tinha um curioso sorriso de satisfação no rosto.

"Anda, traz logo seu prato, ou você que vai lavar depois"

Ele não se deu ao trabalho de virar para encarar o Lan que seguia tão silencioso quanto seu irmão caçula. Se Huan não queria levantar por estar de pau duro, tudo bem, ele lavaria o que sujara depois. De novo, não era sua culpa, sua consciência estava limpa.

Uma das regras do apartamento era não acumular louça. Se sujou, você deveria lavar. O mesmo valia para roupas nos cestos, tirar o lixo e limpar a mesa depois de qualquer uso. Aquilo costumava funcionar bem entre eles, então o Jiang não se assustou ao ouvir o som da cadeira sendo arrastada ao fundo, e os passos leves de Xichen se aproximando depressa de si.

Susto mesmo, ele tomou quando sentiu as mãos do outro envolverem sua cintura e o puxarem contra si, fazendo com que suas costas e bunda tocassem no corpo atrás de si. Ok, aquilo era novo.

Cheng arfou quando uma mordida leve foi deixada em seu pescoço. As mãos atrevidas do Lan ultrapassaram o tecido da camisa, apertando e tocando tudo que podia. Ocorre que o perigo não estava na destra estimulando seu mamilo, ou na esquerda que apertava sua cintura. O verdadeiro perigo estava no volume considerável de Xichen encostado em sua bunda.

As mordidas viraram beijos, que deram lugar a alguns chupões e a uma língua perigosa dançando perto da orelha alheia. Cheng fechou a torneira e deixou os talheres caírem na pia. Para o inferno com aquilo, agora ele também estava excitado!

O telefone poderia ter tocado, algum talher poderia ter caído de sua mão no centro da pia, qualquer coisa poderia ter acontecido para evitar aquilo. Talvez uma buzina alta do lado de fora ou o cachorro do vizinho latindo? Cheng esperou que algo assim acontecesse, era assim que funcionava, não é? Algo anticlímax deveria cortar o clima e separá-los de forma brusca, deixando ambos envergonhados e querendo mais.

Só que nada aconteceu. Não houve uma pausa milagrosa e curiosamente inserida no momento mais inoportuno possível. E Jiang Cheng, orgulhoso como era, esqueceu por alguns minutos que existia uma aposta em jogo. Se concentrar em qualquer coisa que não o calor do outro sendo transferido para si em carícias gostosas era uma aposta muito maior contra a razão e a volúpia.

Os movimentos lentos e ritmados, porém fortes, de Xichen contra seu corpo deixavam-no atordoado. E daí que ainda estavam vestidos? Sentindo a pele toda arrepiada aos estímulos, Cheng deixou um suspiro alto e relaxado saltar da ponta dos lábios úmidos. Aquele fora o melhor alerta que poderia dar a si mesmo.

"Lan Xichen, o que pensa que está fazendo?"

Parafusos soltos (Xicheng)Onde histórias criam vida. Descubra agora