A CULPA É MINHA!

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- Querida Filha! Seja obediente e faça o que eu mando! Assim sua mãe saíra bem e ilesa!

Ele fala passando a mão na minha cabeça. Como ele pode? Como pode fazer isso com a família dele? Tenho que cuidar da minha mãe, ela não está bem! E Eu sei disso.

- C-Certo!

- Boa menina!- ele sai e eu vou correndo ver a minha mãe

- Mamãe! mãe, por favor responde!!

Eu tento levá-la para o meu quarto, pego o pouco de álcool que tinha na cozinha e coloco um pouco no nariz dela.

- hum...

- Graças a Deus a senhora está bem! Descansa mãe! Tudo ficará bem!

Nesse momento decidi me vingar do meu pai, de tudo que ele fez para a minha mãe. Eu o via como uma pessoa que precisava de cuidados, mas agora não mais! Não depois dele me vender pra sei lá quem! Irei sair dessa e me vingar disso eu tenho certeza!

Acabo adormecendo sentada no chão ao lado da minha mãe. Quando acordo percebo que ela não está mais na cama então levanto as pressas para saber aonde ela foi.

- mamãe! Mamãe?- vejo ela sentada na cadeira da cozinha- mãe o que a senhora está fazendo aqui?

- Desculpa Ember, m-me desculpa.

Quando vejo minha mãe chorando pode acontecer qualquer coisa, eu vou me sentir mal e chorar junto com ela, quando ela chora sinto uma parte de mim desmoronando.

- Mãe, por favor não chore! Não há motivos para de desculpar- meus olhos se enchem de lágrimas.

- É culpa minha! Eu devia ter escolhido melhor quem seria seu pai, é minha culpa você ter uma família assim! Ele te vendeu e eu não posso fazer nada para impedir, eu falhei como mãe!

- Mãe não diga isso! A culpa não é sua! Não tem como saber quem é bom ou quem é ruim, não conseguimos ver o interior das pessoas, e mesmo que essa família seja ruim, eu tenho você! Você é a minha mãe, pelo menos você não fugiu sem mim... tudo bem mãe, vai ficar tudo bem...

Eu sei que não vai ficar tudo bem, mas senti que deveria falar aquilo para a minha mãe. Nos abraçamos e choramos, não por que apanhamos, mas sim porque logo iríamos nos separar.

Resolvi arrumar minhas coisas, já que, meu pai falou que o moço iria vir me buscar, tenho que ser forte pela minha mãe! Assim como ela sempre foi forte por mim. Infelizmente sinto um cheiro de cachaça no ar e ao me virar vejo meu pai.

- Lembre-se sua mãe ficará bem, se você se sair bem.
- Eu sei.....

**************** Calisto*******************

Que loucura eu estou fazendo? Aceitando uma menina como minha esposa, enfim bom que minha avó pare de me azucrinar com encontros e casamento!

- Sr Calisto a senhora Julia Wright, mandou uma mensagem perguntando que horas o senhor volta para casa!

- Ela deve estar querendo que eu vá á outro encontro.. diga a ela que tenho uma reunião e não poderei ir!

- Sim senhor, deseja mais alguma coisa senhor?
- Ah...Mande meu motorista buscar uma menina na casa do senhor Robert.

- E levá-la para onde exatamente senhor....?

- Para onde mais seria? Para minha casa é óbvio, quanta incompetência!- grrr

- S-sim senhor.

Parece que estou rodeado de incompetentes, será que devo despedi-los?

Vejo meu celular tocando, olho para ver quem é, claro é minha avó

- Alô vó!

- Querido você tem que ir nesse encontro!!

- Vó não tem como, tenho uma reunião por vídeo conferência.

- Você precisa de uma esposa, está ficando velho.

- Vó eu só tenho 25 anos- falo franzindo a testa.

- Por isso mesmo! Tem que ter uma antes que seja tarde!!!

- Ok vó, vou ver o que eu faço, tchau!

- Tchau !

Isso está me dando uma baita dor de cabeça, se tive dúvidas sobre se casar com a menina, elas acabaram de se dissipar agora!


******** *******Ember**********************

Já arrumei minhas coisas... não são muitas, mas são o que eu tenho, estou levando o bordado que minha mãe fez quando eu era pequena, estarei longe, mas ela estará perto de mim... é meu amuleto da sorte. Vejo um carro passar pela rua e estou bastante nervosa, não sei com quem vou me casar, não tive tempo para paquerar pois estava ocupada com minha mãe, não que eu me arrependa.

Por sorte aquele não era o carro do homem que irei me casar. Passaram- se algumas horas e finalmente um carro estiloso que nunca tinha visto antes para em frente a minha casa, minha respiração começa a ficar pesada e meu coração começa a doer pois sei que o momento de se despedir da minha mãe chegou.

Sai do carro um homem usando um palito em um tom amarronzado, e me pergunto se é ele com quem irei me casar, meu pai está parado na porta.

- Ember querida, sua carona chegou!- ele fala com um sorriso no rosto, segurando o braço da minha mãe.

- E-estou indo- desço com a mala e vou até o rapaz parado.

- Deixe-me que a ajude senhorita!

- N-não é pesado- digo olhando para baixo.

- Não tem problema irei colocá-la no porta malas

Uso esse momento para dar um último beijo na bochecha da minha mãe, quando penso em voltar meu pai segura meu braço e sussurra em meu ouvido

- É pela sua mãe, pense nela

Olho para ele com um olhar de desgosto, como se eu não soubesse disso.

Corro para o rapaz que abre a porta para mim, escolho não encarar muito a minha mãe, pois sei que irei desistir e voltar correndo para os braços dela. O rapaz fecha a porta e entra no carro.

EMBEROnde histórias criam vida. Descubra agora