Uma noite triste

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Sou Carolline, moro em Angeles, tenho uma vida parcialmente péssima, meu namorado e eu não estamos tendo uma relação 100%. Não sei, mais depois de 3 meses para cá ele anda distante, de vez em quando perde a paciência ou nao fala comigo por alguns dias... Talvez eu realmente posso estar tirando a paciência dele, talvez eu não esteja realmente sendo generosa o bastante, hoje resolvi preparar algo romântico a ele, comprei algumas velas, tem um frango no forno, e estou cortando alguns legumes. O suor escorre pelo meu corpo, quero dar tudo de mim, eu realmente amo ele.
Depois de tudo pronto saí correndo ao banheiro, tomei um bom banho quente, e escolhi meu melhor vestido, um vermelho bem decotado, coloquei minha fragrância mais cara, que eu recebera da minha patroa no final de ano, ele era importado, usava-o apenas em momentos extremamente importantes, e esse era o momento, no último nó da minha sandália, minha capainha toca.
John!
-Oi Linda.
-Amor! -Abracei ele, senti seu cheiro amadeirado, ele sorrio de canto. Desprendeu-se de mim e retirou seu casaco, sentia falta daquele abraço. -Entra!

John entrou, viu a mesa e parou.
-Simples e bonito, perfeito para nós dois.
Sorri e acenti, sorri.
-Que bom que gostou. -Me sentei, ele se sentou, servi o vinho. -Estava com saudades, faz um tempo que não nos vemos.

Uma expressão séria e raivosa tomou de conta do seu rosto, ele olhou fixamente para mim. Derrepente um arrepio se espalhou pelo meu corpo, quase engoli seco.
-Você sabe o por que Carolline. Você acaba com minha paciência, eu precisava de tempo.
Sinto como se suas palavras ferisse meu coração, e sagrasse até não poder mais.
-Tudo bem, eu entendo que te fiz ficar com raiva, realmente, você prescisou de tempo e eu tenho que rever meus conceitos. -Ele segurou minha mão, elas estavam frias e trêmulas, não poderia acabar, não agora.
-Fico feliz que queira mudar.
Um alívio toma de conta do meu corpo e solto o fardo pesado que se encontrava em minhas costas.
-Ah -Dei uma pequena risada. -Farei o possível, eu te amo.
Ele assentiu, sorrio de canto e resolveu focar na comida, segurou o garfo espetou o frango e colocou em seu prato. Me liguei e retirei um pedaço para mim mesma. Ele enfiou o primeiro pedaço em sua boca.

-Caprichou hoje.
-Tudo pra você.
-Melhor jantarmos logo. -Ele diz apressado. Me sinto rígida, queria tê-lo a mais tempo, queria tê-lo comigo.

Começamos a saborear o suculento frango assado que minha mãe havia ensinado a mim quando era apenas uma adolescente, John não comia muito, ele olhava algumas mensagens no seu celular, fui reparar em seu rosto, ele estava sério e tenso, talvez acontecera algo? Afastei os pensamentos para longe, não queria que John passa-se mais alguns dias longe e distante, hoje teria que ser perfeito, está sendo perfeito.

O telefone toca.

-Alô? -John atende a ligação. -Ah claro, já estou indo. -Meu coracao dói novamente, não deveria ser tão rápido, mais ele mal ligava.
-Onde vai amor?
-Ah, é o Alex, parece que apareceu um cliente agora, e não podemos perder a venda.

Meus olhos marejam, tento disfarçar.

-A-ah... e... O jantar...?
-Deixamos pra outro dia. -Disse ele com tanta normalizade que reparei que ele nao se importava muito com esse jantar.

Apenos concordo, sinto uma pontada no coração, John me trocou por mais uma de suas vendas.. de novo.

-Linda, tá chateada? Qual o problema? É meu emprego, eu tenho que fazer isso.
-Eu... entendo. -Digo rispida e tensa, cambaleio um pouco, me levanto.
-Você sempre estraga tudo.
-Eu não estraguei tudo John! -Uma lágrima cai.
-Te vejo semana que vem.
-John!?

Ele foi embora, bateu a porta.
A segunda lagrima encontra meu rosto, apenas me sento no canto do sofá, e deixo a tristeza e mágoa tomarem conta de mim.

Me desfazendo de Ilusões Onde histórias criam vida. Descubra agora