06/07/2010 - Sexta-feira 09am
A multidão me apavora, todas aquelas pessoas no corredor escolar juntamente com minha irmã apertando meu braço estava me deixando maluca. Ficamos todo esse tempo sem voltar para o internato, na casa de nossa tia Aurora, irmã do papai. Não estava mais suportando o fato de ter que viver nesse mundo, e ter que voltar para o internato me assombrava mais ainda.
– Elsa, quero a titia. - minha irmã, com os olhos cheio d'água, suplicou.
– Cenourinha, está tudo bem! - exclamei tentando encorajá-la, mas quem eu estava tentando enganar? A mim ou a ela? - Vamos conseguir. - sussurrei apertando a mão de minha irmã.
Assim que as pessoas começaram a nos reconhecer, os sussurros já começaram, coisas do tipo: "são elas" "as garotas do incêndio" "soube que o pai delas matou a mãe e agora se matou". Mas o que mais me aterrorizou foi a última frase que ouvi antes de adentrar a sala de minha irmã: "Se tornaram anjos da morte".
– Elsa? - Anna me olhou paralisada na porta, com sua expressão facial tão dolorosa que não consigo nem explicar. Ela ouviu.
Olhei por cima do meu ombro, para avistar quem havia proferido tamanha barbaridade, e é claro. Lá estavam eles, Hans e sua turma que sempre faziam de tudo para atormentar a minha vida. Minha única vontade naquele momento era acabar com cada um deles, meu punho fechado implorava para beijar a cara de Hans. Como pode viver uma pessoa tão sem coração assim?
– Deixe-a em paz, Hans. - falei com desprezo. - E mantenha apenas para você a sua frustração com sua vida.
Antes que ele pudesse responder, o ardente som do sinal nos interrompe, o ignoro e me despeço de minha irmã. Segundo para minha sala.
06/07/2010 - Sexta-feira 06am
Ainda sentado em minha cama, penso em todas as possibilidades de fugir e me esconder em algum lugar para não ir à escola. Porém, meu sonho me aguarda e eu ainda vou perturbar muita gente na CIA, assim como minha mãe.
– Jackson, se você não se levantar dessa cama logo, eu vou te arrancar pelos cabelos. - Ah! O amor paterno, o que dizer, não é mesmo?
– Claro, comandante!
Atiro minhas cobertas para longe e vou direto ao banheiro cumprir as higienes matinais, me olho no espelho e fico imaginando quais tipos de cicatrizes eu poderia ganhar em uma missão. Uma no canto da boca? Nããão! Muito tosca, tem que ser impactante. Talvez uma no olho que me deixasse cego ficaria maneira. Acho que foi impactante até demais.
– Querido, vai se atrasar. - minha mãe, encostada no batente da porta com um olhar orgulhoso. - Sei muito bem o que está fazendo se admirando tanto no espelho, você tem apenas quatorze anos, filho!
– Eu sei, mãe. - respondo. - Mas eu estou me preparando a anos para ser um agente, e faltam apenas três anos para eu conseguir fazer a prova. - Mesmo que eu não fosse tão bem na prova, ter minha mãe na CIA já era suficiente para conseguir ser aceito.
– Filho, só porque eu faço parte da CIA, não significa que você também fará. - e foi assim que minha mãe colocou meus planos por água abaixo. - Quero dizer, claro que você tem competência o suficiente para isso, só estou dizendo para você repensar. É muita responsabilidade. - ela sorriu, e saiu do meu quarto.
– Sem contar, que um dia você irá herdar a empresa, e não conseguirá esconder sua identidade secreta dos fotógrafos. - disse meu pai abotoando sua camiseta.
– E quem disse que quero herdar a empresa? Dê para a Emma.
– Jack! - caminhou o suficiente para entrar em meu banheiro e fechar a porta. - Eu quero que VOCÊ herde a empresa, pois você é meu primogênito. Emma é nova demais para isso, ela não entende.
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Um tiro por amor - Jelsa
FanfictionEm uma pequena cidade chamada Brantford, no Canadá, Elsa luta para descobrir o que está causando o grande sumiço de mulheres no local, inclusive de sua própria mãe. Cada dia que passava, ao menos uma mulher era encontrada morta ou dada como desapare...