Pegadinha do Sílvio Santos

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— Coiso, seu telefone tá tocando!

— Atende não, deve ser a Claro.

Lívia somente deu de ombros e acomodou-se no sofá, cruzando suas pernas. Com o controle em mãos, passava os filmes de terror um por um, lendo a sinopse que a Netflix disponibilizava para o público.

Na cozinha, Luana voltou a sua missão: preparar aquela pipoca maravilhosa que só ela sabia fazer.

As amigas haviam combinado de maratonar incontaveis filmes naquela noite, com direito a guloseimas e bebidas feitas pela estudante de gastronomia, Luana.

Falando nela, a menina havia terminado na cozinha.

— Ei!

— Hum?

— Levanta essa bunda preta do sofá e vem me ajudar.

Resmungando, a de cabelos crespos caminhou até a amiga de longa data e pegou dois copos do armário.

— O que você tá fazendo?

— Ajudando ué. - deu de ombros.

Silêncio.

— Mas é uma cara de pau mesmo.

No fim, Luana carregou "tudo" sozinha.

— O Chamado? - propôs Lívia, mastigando uma pipoca.

— Pode ser, mas se eu não conseguir dormir depois, vou acabar com a sua raça. - esbravejou, colocando refrigerante para as duas.

— Fica tranquila, você não vai ser a única a virar a noite. - se olharam por um tempo e riram.

Duas medrosas se entupindo de comida e assistindo filmes de terror à 00:00 de um sábado. O que poderia dar errado, não é?

Lívia apertou botão de play.

[...]

Pularam de susto.

— Denovo?

— Ah, qual é!

Reclamaram as meninas ao mesmo tempo. Agora, tente adivinhar o porquê de tamanha frustração.

O telefone fixo da - praticamente - mansão tocava novamente.

Irritada (meio aliviada) Luana atendeu.

— Alô?

Do outro lado da linha, uma voz rouca e baixa sussurrou:

— Sete dias...

Primeiramente, a garota de 21 anos pensou que era trote, depois cogitou a ideia de recomendar uma água com halls para Seja-Lá-Quem-For do outro lado da linha.

E foi aí que ela lembrou.

— Pra cortar a Internet? Porra, sabia que tinha esquecido de alguma coisa.

Não sabia se a pessoa iria responder, porém, mesmo que fosse, não conseguiria, já que o grito de Lívia a fez derrubar o telefone.

— Que merda é essa?! - seguia gritando, assustada com o que ocorria bem em frente ao seus lindos olhos.

Samara, a assombração do filme, havia acabado de colocar um pé para fora da TV.

Luana sentiu seu corpo tremer, mas não antes de perguntar:

— Pera, era 3D?

Medrosas? Sim! Burras? Nunca!Onde histórias criam vida. Descubra agora