Cap.XII

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Sn e Elizabeth estavam andando por aí, até que Elizabeth viu alguns homen e mulheres apresentando um teatro quase que no meio da rua. Então ela chamou Sn para se aproximar e dar uma olhada.

-Eu não acho isso uma boa ideia Lizzie.

-Vamos. Não vai fazer mal algum.- Sn já havia visto peças de rua e a maioria delas retratava machismo e preconceito em todas elas. Mas se Elizabeth realmente queria ver, ela a levaria até lá.

As duas se aproximaram em meio ao povo que ria descontroladamente de coisas idiotas.

Sn se posicionou atrás de Elizabeth segurando firmemente sua cintura para nenhum homem a puxar para longe e evitar intrigas.

Ela usava sua máscara e emprestou outra para Elizabeth colocar em seu rosto devido a fumaça de homens e mulheres que fumavam perto delas.

-E porque a primogênita mais velha do rei não se tornou alguém importante?- um homem da peça perguntou rindo ao outro.

-Porque mulheres não prestam para mais nada além de cuidar de bebezinhos!- todos da plateia riram e Elizabeth olhava aquilo surpresa pela quantidade de merdas que os homens haviam falado em apenas duas frases.

-Você é a mais velha?- ela perguntou baixo para Sn que apenas concordou com a cabeça.

-Por mais que fossemos gêmeos, um deles nasceu primeiro. E fui eu, mas meu pai e minha mãe mentiram sobre isso para o reino inteiro porque de acordo com meu pai, mulheres não podem se tornar grandes líderes como os homens. Mas o Trono por direito é meu, só que meu pai não aceita isso.

-E como descobriu?

-Depois de um tempo, um homem que trabalhava no castelo foi demitido e contou ao reino inteiro que eu havia nascido antes do meu irmão, e com isso eu acabei descobrindo. Eles sempre falaram que minha mãe era amaldiçoada porque nós fomos os únicos gêmeos a nascerem no reino inteiro. O único homem que se atreve a dizer isso foi morto por meu pai. Mas não foi só minha mãe que foi considerada amaldiçoada. Eu também fui, e sou até hoje julgada como uma maldição encarnada.

-Porque dizem isso?- Elizabeth perguntou e logo se deu conta.

-Eu nasci quase albina Elizabeth. Meu pai é moreno minha mãe é morena e meu irmão também. Mas eu...- ela riu um pouco.- Sou branca quase como papel. Meus cabelos sempre foram extremamente claros e minha pele é mais sensível ao sol. Chega a ser estranho.

-Você é especial Sn. Sempre foi especial.

Ela tinha seus olhos fixos na peça e não suportava ter que escutar aquelas coisas sobre ela. Elas estavam prestes a sair dali quando um homem deu um paco a frente.

-A primogênita é fraca!- um deles fala imitando o Rei.- Não é atoa que escolhi meu filho como próximo rei do Reino da Lua!- aquilo foi o ponto final para Sn. Ela saiu dali passando por Elizabeth e invadindo a apresentação.

-É isso que acham sobre a princesa da Lua?- ela pergunta rindo e todos concordam com um sorriso no rosto.- Pois falem na cara dela!- ela arrancou o capuz e sua máscara.- Digam para mim, que eu sou a mais fraca desse reino!- Todos olharam aquilo surpresos e Elizabeth sorriu ao ver a cena.- Andem! Digam logo!

-Você é fraca! Assim como a futura rainha desse reino!- um homem se atreve a dizer e Sn puxou sua espada fazendo todos se afastarem.

-Como é?- ela se aproximou mais, agarrando o homem pela roupa e colocando a espada em seu pescoço.- Nunca mais toque no nome da Futura Rainha! Ou sofreram com as consequências!- ela soltou sua roupa o fazendo cair no chão.

Elizabeth a seguiu e logo estavam em outra parte da feira, escondidas, e com comida de sobra.

-Aquilo que você fez... Obrigada por me defender Sn.

Ela sorriu.

-Bom... Não fiz nada que um cavaleiro não deveria fazer.

-Você quer se tornar uma cavaleira um dia?

-Quem sabe... Sempre quis ser como eles.- ela olhou para um dos cavaleiros parados em um canto da rua. Ele montava um cavalo marrom extremamente bonito.- Quer voltar para o castelo?- ela se encostou contra o corpo de Major que estava deitado atrás delas enquanto ela comia um espeto de carne.

-Não... Ainda não.

Já se passavam de três da manhã e as duas ainda vagavam por aí nas costas do cavalo.

-Vamos voltar agora. Está ficando tarde e outra, semana que vem também tem festival. Tem toda Sexta.

-Então nós voltamos na próxima semana.

Sn sorriu e as duas voltaram cavalgando para o palácio.

-Posso ficar aqui por enquanto?- ela pergunta se referindo ao quarto de Sn.

-Claro.

-Não tem medo da sua mãe descobrir?

-O que? Que eu fui lá?- Elizabeth acenou positivamente.- Não. É só eu falar que passei a noite dormindo no castelo.

-Que quadro é esse?- ela perguntou olhando o quadro de um dragão dourado na parede do quarto da garota.

-O Dragão de Ouro. É uma lenda antiga do reino. Dizem que ele bota ovos de ouro que poderiam pagar uma dívida de milhões. Mas claro, tem aqueles que acreditam fielmente na lenda e eu, sou uma dessas pessoas.

-Realmente acha que ele existe.

-Com certeza. E você deve acreditar também. Já que viu dragões com seus próprios olhos.- Sn se deitou na cama e Elizabeth começou a olhar em volta do quarto.- Quer sair pra uma cavalgada amanhã?

-Quem sabe...- ela deu de ombros e se sentou ao lado de onde Sn estava deitada.

-Quem sabe...- ela se deitou de bruços ao lado de Elizabeth- A gente não procura aquele dragão.

-Tá falando sério?- ela acenou positivamente.- Acha que é fácil assim?

-Com cavalos não. Mas com dragões. O pessoal da ilha flutuante deve conhecer a lenda. Basta chamar eles e pegar um dragão pra você.

-Sn, a realizadora de sonhos.

Sn riu e se deitou de lado.

-Sn... Como você sabe que encontrou a pessoa certa pra você?

-Olha... Eu nunca me apaixonei de verdade.- claro que era mentira. Sn estava apaixonada por Elizabeth e a única que se negava a dizer isso para si mesma era ela.- Mas eu acho que é quando o silêncio deixa de ser desconfortável quando está ao lado dessa pessoa. Na minha opinião é isso.

-Acho que encontrei a pessoa certa pra mim...- ela aproximou seu rosto do rosto de Sn e depositou um leve beijo nos lábios dela.

-É melhor você voltar pro seu quarto. Está tarde alteza.- Lizzie sorriu e deixou o quarto de Sn. Que quase não dormiu naquela noite.

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