❪ 𐇮̸॒ ❫ 𝗣𝗢𝗜𝗦𝗢𝗡 𝗚𝗜𝗥𝗟 𓂃 𖹭 ܸ

𝟭𝟵 ⌗ 𝗛𝗢𝗦𝗘 𝗕𝗔𝗧𝗛

(𝟷𝟿𝟿𝟼)

─── banho de mangueira?  ─── eu questionava lavando a louça, estava confusa, para falar a verdade eu estava muito confusa, como assim banho de mangueira? eu nem sei que diabos seria isso

─── sim, você nunca banhou disso? bom, é meio que uma piscina, só que ao invés de ser uma piscina é uma mangueira grande e borocoxô que nós temos, ai banhamos nela e tudo mais ─── valeria me explicava e eu assinto, mesmo ainda estando confusa

─── bom, eu agradeço por terem me convidado, mas eu irei apenas observar vocês brincando com isso, me desculpem ─── eu digo secando as mãos e me curvando em 90° graus

─── ah poxa maninha, você vai amar eu prometo ─── bento diz me encarando e segurando minhas duas mãos

─── eu não trouxe roupa, eu prometo ficar no batente da porta olhando vocês, não é por minha causa que vocês não tem que se divertir ─── eu falo sorrindo fofa e beijo a bochecha dele que sorri e sai para fora

─── sai dinho, oh valeria olha ele só querendo molhar eu aqui ─── julio dizia rindo e fica tentando desviar da água que vinha a sair pela mangueira enquanto todos riam com os cabelos e roupas molhados e eu coloco a mão na testa para tampar o raio solar 

eu havia percebido uma coisa desde esse pequeno tempo que eu estou aqui, eles eram felizes com muito ou pouco dinheiro, conseguiam rir e darem o jeito deles para tudo e isso me fazia pensar que talvez eu não precisasse de todo o dinheiro que eu tenho e se eu...ai o que eu estou falando, eu preciso desse dinheiro, assim como eles precisam do deles...se bem que doar um pouco não é pecado né gente, por favor

eram pobres felizes, aqui tem bêbado em porta de bar, velho com carrinho de latas, crianças brincando de futebol, o Brasil era um paraíso ao meu ver, e se eu me mudasse para cá? eu até queria, mas do que adiantaria ter uma casa mas não parar quieta e ainda ter que pagar por um lugar que eu nem se quer respiro praticamente

─── molha a nana ali ─── escuto bento sussurrar, e quando vou sair samuel me segura e dinho me molha com a mangueira, eu apenas fico sem reação e encaro ele com vontade de rir

─── agora tem roupa pra banhar xuxu, simbora ─── dinho diz me puxando para banhar com eles e ali ficamos

─── olha o sérgio ─── eu grito e dinho corre atrás de sergio que se esconde atrás da claudia, que toma uma enxurrada de água no rosto, ela toma a mangueira de dinho e corre para pegar ele que, ria correndo e se desviando

─── corre alecsander ─── julio diz e dinho escorrega no piso, dando chance para claudia o molhar, e assim ela faz, mas ele se levanta e continua a correr dela

─── corre cadeirante , grita quando ela chegar perto seu mudo ─── sergio diz e todos nos rimos

─── segura a na-young ─── todos dizem e eu arregalo os olhos, me escondendo atrás de samuel, que me coloca nas costas e saimos correndo, com todos vindo atrás e nós escondemos rindo baixo

passamos esse tempo todo brincando de pega - pega, uma brincadeira chamada truco, e como as cartas eram de plásticos acabaram grudando na mesa, tivemos bastante dificuldades para tirar mas conseguimos, até aprendi a jogar e falar umas gírias básicas daqui, eu queria tanto virar brasileira, essa época está sendo a melhor de toda a minha vida, é a década

estavamos nós enxugando e samuel me puxou para se juntar a ele, eu apenas ri e me aconcheguei em seus braços, eu não seu porque ele fez isso, mas na hora que a paula iria me entregar a toalha ele me puxou, ela apenas rio e piscou, eu fiquei sem entender nada, mas preferi não gastar neurônios com gente brasileira, eu acabo ficando sem reação ou sem palavras, era um costume meu apenas tentar ignorar

entramos para dentro depois de secos e fizemos uma fila para ir ao banheiro, eu era a última da fila e como tinha muitas pessoas eu resolvi ir sentar na entrada, e digo e certo, eu fui para lá e, então estava sentada na escadinha da entrada da casa da valeria, era uma ótima vista para a rua devido as grades serem baixas, eu apenas escutava alguns brasileiros gritando sobre comida, rindo ou tomando uma bebida gelada nesse verão

─── posso me sentar aqui? ─── samuel me pergunta, já se sentando 

─── já sentou né ─── eu falo com minha grosseria de sempre, não estava brava, eu estava normal, mas acho que era extinto ou sei lá, eu era grossa com todo mundo até mesmo não querendo

─── tá bruta gatinha, que bicho te mordeu? ─── ele pergunta com a mão no peito enquanto seca seu cabelo

─── me desculpa, eu só estava agindo normal, eu pareci grossa? ─── eu falo sendo sincera com ele, eu realmente estava normal

─── bom...─── ele passa a mão em meu ombro e deita sua cabeça em meu pescoço ─── pareceu sim, mas eu só vou ignorar ─── ele diz rindo de leve e encarando a rua comigo

─── sua vez ahsan ─── bento diz secando seus cabelos que estavam sem o rastafari ou as tranças, eu amava o cabelo do meu irmão natural, era um liso tão bonito e invejável

─── desculpe samuel mas o chuveiro me acompanha ─── eu bato nas minhas pernas e me levanto mas samuel me puxa de novo, me dando um selinho, que eu retribuo enquanto escutamos todos gritando a nossa volta

─── eu só precisava disso gatinha, apenas isso ─── ele me encara

─── é, você pede por isso a algumas horas ─── eu falo rindo

─── obrigado yuyu ─── ele diz e me ajuda a levantar e vamos em direção ao banheiro, ele me deixa e me entrega sua toalha, e eu a pego ─── cuidado com o monstro do banheiro, quer que eu entre para caso ele aparece e te sequestre? nunca se sabe ─── samuel diz com seu jeito bobo

─── o único monstro que vai pegar ela é você ─── aninha diz e as meninas riem, me fazendo ri leve abaixando a cabeça e o encarar, e percebo que há uns cabelos em meu rosto, atrapalhando minha visão

─── eu poderia ser esse monstro? ─── samuel diz e tira ad mechas do meu rosto, as colocando atrás da minha orelha e eu entro no banheiro negando

─── a senha para entrar? ─── eu questiono, não havia senha, e era fácil pensar nessa lógica, mas eu sabia que ele erraria

─── nayoung linda um, dois, três ? ─── samuel diz fazendo carinha de cachorro e eu rio negando

─── resposta errada, bip bip idiota ─── eu falo fechando a porta e a abrindo para que eu possa ver o rosto dele

─── sempre assim, bip bip raivosa ─── ele diz e eu fecho a porta em sua cara, e rio boba antes de ligar o chuveiro no quente e tomar meu banho, estava com bastante frio e eu poderia pegar resfriado,assim como todos os que banharam

bip, bip, clube dos idiotas. . .