No silêncio, as palavras do Agricultor pareciam cada vez mais frágeis. Ele falava com tanta certeza, mas seus atos revelavam uma verdade oposta. O amor que oferecia parecia um presente embrulhado em papel bonito, mas vazio por dentro.
Ela olhou para suas folhas murchas e os galhos quebrados que pendiam, cercada por um vaso pequeno demais para suas aspirações e desejo de crescer.
Com um suspiro profundo, Dona Rosa refletiu sobre sua escolha de deixar o jardim. A lembrança do Senhor Abelha e o carinho que recebia dele aqueceram seu coração. Se o Agricultor não via seu verdadeiro valor, então ela deveria se lembrar de sua própria importância.
Com essa nova compreensão, decidiu que não poderia continuar assim. Era hora de se libertar do que a mantinha presa, de um amor que não a respeitava. O desejo de voltar ao antigo lar, onde era apreciada, cresceu dentro dela. Era hora de reavaliar suas escolhas e lutar pelo que realmente merecia. Dona Rosa sabia que não era apenas uma flor a ser cultivada, mas uma vida que precisava ser respeitada e amada em sua totalidade.
Enquanto a noite avançava, começou a sonhar com o dia em que encontraria sua verdadeira liberdade. Dona Rosa olhava para as paredes do vaso, sentindo um frio na barriga ao lembrar que, no jardim, era valorizada e cuidada. Aqui, porém, se sentia sufocada, como se sua essência estivesse sendo reprimida.

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Entre Amor e Espinhos
RomanceEm um jardim outrora vibrante, uma rosa luta para sobreviver em meio à negligência do Amor, consumida pela rotina e pelo arrependimento. À medida que a rosa desabrocha, ela representa tanto a beleza da vida quanto a tristeza da falta de cuidado. A h...