𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍; Tsukishima Kei

𝐃𝐈𝐒𝐓𝐑𝐀𝐂𝐓𝐈𝐎𝐍; one shot

Oh, merda. Que situação desgastante eu estava vivenciando. Eu estava esgotado, minha paciência estava próxima do limite. Contextualizando, acabei discutindo com meu pai, não havia sido nada agradável. De forma resumida, nunca tive certeza da minha sexualidade, mas fazia questão de esconder, afinal, apesar de eu achar meu melhor amigo atraente, eu me considerava hétero. Isso fazia com que alguns amigos do meu pai e pessoas de fora "alertassem" o homem de meia idade. Meu pai, um policial extremamente conservador, estava furioso, de fato, mas eu também. Já era de costume essas discussões acontecerem, mas não com tanta intensidade.

"Se você beijar um garoto, eu juro que atiro em você" - Foram as palavras que ficaram cravadas no fundo da minha mente, ao passo que meu pai colocava a arma dele em minha testa. Eu não havia visto aquilo como um "ataque pessoal", inicialmente, mas havia despertado uma fúria ainda maior em mim. Que se foda! Eu estava furioso, é claro que em situações normais, eu não ousaria o desafiar, mas quem havia dito que eu estava em minhas devidas condições mentais?

Eu não estava tolerando permanecer no mesmo ambiente que a minha família. Na mesma noite, liguei para meu melhor amigo, ele já sabia da situação em minha casa, era como se já estivesse acostumado.

- Se arrume, irei te buscar - Foi a única coisa que Tsukishima me disse antes de desligar. O que custava ser mais específico? Tsc, misterioso de merda.

E cá estávamos nós, ambos no carro de meu melhor amigo, em frente a uma loja de conveniências e um posto de gasolina. Era por volta das 23h. O carro estava parado. Ouvíamos músicas e conversávamos. Eu devia admitir, ele era uma ótima companhia. Era como se o loiro tivesse a capacidade de ler as entrelinhas não esclarecidas em minha própria mente. O clima era descontraído, apesar da situação anterior. Ele tentava me distrair e me arrancava risadas com o jeito "arrogante" dele. A brisa gelada da noite batia contra meu rosto, era quase que libertador.

Era uma noite fria, o sereno fazia com que eu quisesse abraçar meu próprio corpo. Mas apesar disso, era um clima reconfortante. A lua era refletida no vidro do carro, criando um clima aconchegante. Com poucas pessoas na rua, mas as lojas próximas ainda estavam abertas.

- Hey, o que quer fazer? Você que manda hoje - Ele diz tentando esconder um sorriso de canto, e puta merda, que sorriso maldito!

- Espera! Quem é você e o que fez com Tsukishima? Não sei ao certo, estou aberto a sugestões. - Respondo em um tom brincalhão, buscando saber o que o loiro iria me proporcionar.

- Vamos lá, eu não sou uma pessoa tão cruel assim, entendo suas condições, vai que você acaba ficando melhor com isso. Você tá acabado, com todo respeito, precisa relaxar. Só por hoje. - Ele dá ênfase no "só por hoje", enquanto continuava com aquele sorriso debochado, sem me encarar. Uma de suas mãos estava para o lado de fora da janela do carro, enquanto a outra permanecia na coxa do mesmo, ele apresentava uma postura desleixada.

Relaxar? O que esse cara está querendo me dizer?

- Hey, sem esses seus joguinhos. Está sugerindo que eu durma? - Pergunto com as sobrancelhas franzidas

O mesmo solta uma risada áspera, revirando os olhos. Malditos enigmas.

- Você é bem burro! - O loiro exclama, eu estranhava tal comportamento do loiro, ele sempre fora um tanto enigmático, mas não dessa forma. Bem, mas a proposta do mesmo é tentadora, eu podia escolher o que quisesse naquela noite. Até que tenho uma ideia, ele chutaria minha cara se eu ousasse falar aquilo para ele em situações normais. Isso porque somos melhores amigos! Mas bem, eu não estava completamente consciente de minhas ideias, a discussão com meu pai só me enfureceu, em um ato de rebeldia por conta das palavras de meu pai, eu sugiro algo.