Em meio a escuridão da floresta, homens marchavam com armas carregadas em suas mãos, na direção do castelo da família real. Na calada da noite o ataque se iniciou, quebrando o tratado de paz que o país havia assinado e condenando toda a família.No penúltimo quarto do último andar, a princesa Petrova se encolhia no canto da cama, totalmente desesperada para tapar seus ouvidos. Seu coração estava acelerado, fazendo a mesma se assustar com qualquer pequeno barulho.
A garota acordou com barulhos de tiros e gritos que, pareciam ser dos empregados. Sua mãe fechou a porta dela com uma chave e correu para o corredor, sem dizer uma palavra para a filha além de " eu te amo." Petrova odiou aquela palavra naquele momento, pois parecia uma despedida.
Segurando firmemente nos lençóis a menina abraçou os joelhos se mexendo para frente e para trás, cantarolando uma canção que sua mãe cantava todas as noites para a mesma dormir. Fechando os olhos bruscamente ao ouvir mais uma vez um berro e mais sons de tiros.
Os sons dos tiros eram as únicas coisas que ela ouvia, os gritos profundos e então o silêncio. A mesma se encolhia contra a parede tentando controlar sua respiração, a preocupação com seus pais e irmãos era maior do que seu medo.
Petrova ouviu a porta de seu quarto sendo aberta, ela esperava que fosse seu pai ou sua mãe, mas as botas pretas que a mesma viu por debaixo da cama não pertencia a nenhum dos dois.
— Princesa. — uma voz estridente soou pelo quarto. — Princesa Petrova, venha rápido.
A garota de cabelos pretos levantou a cabeça espiando o homem. Um capuz preto cobria sua cabeça, mas pelo reflexo de luz ela conseguiu vê olhos azuis escuro a encarando.
— Seu pai me deu ordens para á levar a um lugar seguro. — a voz se tornou mansa ao olhar a garotinha. — Venha comigo.
— como posso saber que não é um dos homens que estão tentando me matar, não posso confiar no senhor. — ela fungou apertando os lençóis entre os dedos.
O homem levantou o olhar segurando uma risada, apesar do momento inoportuno seus pensamentos o levaram a perceber que a garotinha era exatamente como diziam.
— Não confie. — estendeu a mão esquerda enluvada.
Petrova olhou para a mão incerta. Só tinha duas opções, e nas duas a mesma poderia morrer. Ela estendeu a pequena mão tremida e agarrou com firmeza. O homem assentiu a puxando para o corredor, arregalando os olhos ao vê os corpos caídos.
— Ahh venha aqui, eu vou te carregar para sermos mais rápidos. — sussurrou segurando nos ombros da garota.
— O que, e os meus pais ahhh. — Petrova segurou nos ombros do homen que escondia o seu rosto.
— Depois conversamos sobre isso, mas agora majestade temos que ir. — resmungou. — a senhorita não precisa vê isso.
Os passos pesados do homem estavam cuidadosos tentando não chamar atenção de ninguém. Petrova espiou por entre a capa preta, arregalando os olhos ao vê todo o sangue e os corpos. As lágrimas grossas caíram de imediato, seu pai e sua mãe estava caídos no pé da escadas com os olhos abertos e o corpo cheio de sangue.
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Herdeiros da dor
RomanceEm 2010 na manhã do dia 26 de outubro se espalhou a notícia de que a família real da Escócia estava morta e sua primogênita desaparecida. toda a Inglaterra ficou em silêncio, a guerra havia acabado mesmo que não por suas mãos. Mas na calada da noite...