A pequena figura soluçava, abraçada às pernas, sentada na grama à sombra do carvalho. Todo seu pequeno corpo sacudia com o choro que ela parecia querer esconder, fracassando tremendamente. Ela não queria ser fraca. Queria ser forte, como Tuney era.
– Não chore, Lily. – disse a outra figura diminuta, com uma mão entre hesitante e ansiosa a roçar-lhe o ombro. – Ela nunca vai entender por que você tem que ir.
– E por-por que é que eu tenho que ir sem ela, Sev? – soluçou ela, levantando os olhos estupidamente verdes para encarar o menino a sua frente.
– Ela não é como nós, Lily. Ela não possui magia suficiente para entrar lá, seria espantada antes que pudesse chegar aos portões. – ele disfarçou o prazer que sentia em dizer isso, vendo Lily limpar a ponta do nariz na manga do vestido verde-claro.
A cena permaneceu intacta por alguns instantes. O vento balançava preguiçosamente os galhos mais frágeis do carvalho, desviando o curso de algumas folhas que iam caindo. Naquela manhã, Lily recebera a carta de que tanto ouvira Severus falar. Uma carta escrita em pergaminho, com caligrafia rebuscada em tinta verde-esmeralda. Foi realmente uma festa quando chegou, pois a menina podia finalmente contar aos pais que era portadora de magia de verdade. Só Tuney não tinha ficado feliz com a notícia.
A discussão tinha sido realmente feia quando a mais velha perguntou sobre a ida da garota para a escola de magia, com um desdém tão carregado na voz que chegava a machucar. Abandono, estupidez, burrice e esquisitice, eram os argumentos dela. Mas, mesmo que secretamente, todos sabiam que, na verdade, ela também queria ir para a escola de "gente esquisita".
– Eu não quero deixá-la pra trás, Sev... – choramingou Lily mais uma vez, como se convencendo-o disso, pudesse levá-la consigo, mesmo sem o consentimento do tal Professor Dumbledore.
– Mas você tem, Lily. Têm que deixá-la e viver a sua vida! – ele quase implorava.
– Mas vou estar sozinha lá, Sev... Sozinha numa escola estranha, com pessoas estranhas até o Natal!
Ele hesitou um instante, pensando no que ia fazer, então colocou sua mão sobre a da garota sobre a grama e acariciou-a levemente, com um sorriso fraco e ansioso no rosto.
– Você nunca estará sozinha onde eu puder estar por perto.
Lily sorriu sob o rosto vermelho e borrado, devolvendo o carinho.
Come stop your crying
It'll be all right
Just take my hand
Hold it tight
I will protect you
From all around you
I will be here
Don't you cry
For one so small,
you seem so strong
My arms will hold you,
keep you safe and warm
This bond between us
can't be broken
I will be here
Don't you cry
– Whee – ela festejava enquanto voltava suavemente para a grama do parquinho. Tuney a proibira de fazer aquilo, mas era divertido, e Tuney não estava por perto. Severus riu com ela quando ela se sentou, jogando os cabelos vermelhos para trás.
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You'll be in my heart
Fanfiction"Então, ele se aproximou dela, envolvendo seus ombros num abraço meio sem jeito. Lily apenas fechou os olhos, sem se assustar ou afastar. - Vai dar tudo certo com a Tuney, você vai ver. - ele disse, sem vê-la. Dizer o apelido de Petúnia não era uma...