Capitulo 01

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~Narrador P.O.V~

Parecia um dia comum como qualquer outro presente em uma manhã de primavera, eram 6:45 e o sol já estava alcançando os prédios mais altos quando aquele incidente peculiar aconteceu. A majestosa cerejeira da praça, a mais velha de todas e mais bem cuidada pelos habitantes da grande cidade japonesa estava derrubando flores demais naquele período junto do estranho âmbar que parecia sair de seu tronco.

Cerejeiras possuem âmbar?

Ninguém ao certo sabia explicar o fato da árvore estar derramando aquele líquido amarelado, pareciam lágrimas de dor e sofrimento igual a uma mulher quando entra em trabalho de parto. As flores ainda caiam e caiam, até que um baque se foi ouvido de dentro da cerejeira em seguida outro e outro, parecia que havia alguém dentro da árvore tentando escapar.
Rapidamente um grupo de lenhadores foi chamado e um buraco significante foi aberto em um dos lados da velha árvore, lá dentro ele permanecia vivo, ofegante e com certo temor a claridade solar. As pessoas se afastaram e ele pode ser retirado pelos médicos daquele líquido amarelado, a pele esbranquiçada quase igual a neve o fazia se comparar a uma vela recém acesa, as roupas não se comparavam às que se vestiam naquela época em pleno século 21. Ele olhava tudo confuso tentando entender onde estava e quem eram aquelas pessoas e por que estavam o olhando como se ele fosse algo extraordinário. Afinal Ciel Phantomhive era algo extraordinário.

Eram exatamente 7 horas quando ele finalmente estava sã e salvo daquela prisão gosmenta, o tempo parecia ter parado para tal feito antes mesmo de tudo começar a andar normalmente na cidade ele foi levado ao hospital local. Aquela árvore já estava plantada naquele local há mais de 50 anos e como aquele simples garoto de roupas antigas havia conseguido suportar o tempo?
Exames foram constatados, sangue coletado, radiografias tiradas e nada de alterado no corpo daquele garoto que parecia estar mal humorado com algo em sua mente, ou pelo menos era o que parecia.
Na praça alguns ainda tentavam entender o que de fato havia acontecido dentro da árvore, havia ainda alguns objetos, velas, flores murchas e várias pelúcias de coelhos, aquela não era uma simples árvore estava mais para uma câmara mortuária.
Ciel ainda permanecia incomodado com algo sussurrava e olhava para os lados atrás de alguém que nunca apareceu, o laudo médico contatava a idade de 146 anos, como podia ele ter 146 anos mas com a típica aparência de um menino de 13 quase 14 anos bem vividos?
Era um belo garoto muito bonito para a época, seus olhos e cabelos pareciam ter o mesmo tom azulado escurecedor, o corpo emagrecido e frágil igual a uma boneca de porcelana que a qualquer baque quebraria, estava de tapa olho e sempre que chegavam perto ele segura os pulsos dos enfermeiros quase os quebrando, tinha força e era persistente.

-"Muito bem Ciel, eu preciso que me conte um pouco sobre você"-pediu a enfermeira gentilmente se sentando de esquina pro mesmo deitado na maca com os soros cuidando-o.

-"Não tenho necessidade disso"-respondo curto fechando os olhos refletindo sobre algo vago, abri-os novamente encarando-a escrever na prancheta.

-"Parece que você não é de falar muito, por enquanto eu apenas preciso saber coisas básicas, nome, idade, sexo, família e conhecidos"-ela tentou mais uma vez.

Ciel virou o rosto olhando a janela do quarto enquanto sentia-se alimentado pelo soro, fechou os olhos e suspirou levemente estressado. Outros médicos haviam se agrupado ao redor da enfermeira com seus tablets abertos no site de pesquisa mais famoso.

-"Eu me chamo Ciel Phantomhive, notório conde da família Phantomhive, tenho 14 anos, sou do sexo masculino e não tenho família e conhecidos além dos meus empregados e do meu mordomo"-respondeu relaxando na cama abrindo de leve os olhos vendo aquelas intrometidos na sala, os enfermeiros mostram as telas dos tablets pra enfermeira chefe e ela se espanta com a informação prensar na tela. Se levanta saindo da sala a procura de alguém da área de pesquisas científicas, na tela do tablet mais próximo a notícia repercutida no passado veio finalmente à tona.

"Conde britânico sequestrado e traficado para o Japão não tem paradeiro descoberto até os dias de hoje, ele sumiu certo dia nas dependências de sua mansão nunca mais sendo visto pelos empregados"

Então era ele? O Conde sumido por décadas? Aquele que nunca foi encontrado morto por que estava vivo dentro de uma árvore?
A árvore, ela o protegeu como se fosse seu filho, lhe deu comida e abrigo cuidando-o do frio e do calor até ele finalmente ser achado para ela poder descansar em paz.

-"Vocês são estranhos"-disse o conde se levantando da cama dando passos lembrando como se caminhava, os enfermeiros o ajudaram e ele aceitou mais a presença dos mesmos.

Enquanto Ciel era cuidado pelos enfermeiros na praça a árvore ainda chorava, devia estar com saudades do filho, daquele que cuidou desde o dia em que ele foi colocado dentro dela por mãos alheias em meio a escuridão da calada da noite. Ela sabia o que havia acontecido mas não poderia falar era apenas uma árvore e árvores apenas podem fazer folhas caírem sendo isso o que ela fez. Deixou as folhas caírem, caírem e caírem, quase ao anoitecer enquanto o Phantomhive finalmente recordava como andar ela permanecia em silêncio observando o céu e sentindo o vento em seus galhos, o âmbar havia finalmente parado de escorrer do seu caule, o vazio interno era perceptível e ela poderia enfim descansar em paz, havia-o protegido do mal e daqueles que o queriam morto.

Ciel

Tentava dizer.

Meu primeiro fruto finalmente está livre

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⏰ Última atualização: Sep 20, 2023 ⏰

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