Enquanto ainda temos tempo parte II

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Valentina Pov

Eu saí da casa da Marcela um pouco irritada com tudo que eu ouvi, eu confio na Luiza, sei que ela não faria nada disso comigo, mas pensar na cara de deboche da Marcela, nela falando e insinuando as coisas que fez naquele apartamento, eu precisei ter muito sangue frio pra não perder a cabeça

Desligo meu celular e o jogo dentro da mochila, preciso pilotar um pouco por aí sem rumo pra me acalmar

Nesses momentos que sou eu entre duas rodas e a estrada, eu me sinto bem, tranquila, como se todos os medos e dúvidas sumissem e eu só precisasse me concentrar a minha frente

Estou pilotando tranquilamente na velocidade permitida da estrada quando vejo pelo retrovisor um carro vindo em alta velocidade, ele ultrapassa minha moto de forma tão rápida que mal consigo perceber, o sinal fica vermelho, freio a moto e presencio o carro bater em um outro que passava para o outro lado, o carro gira algumas vezes antes de parar

O outro motorista simplesmente sai cantando pneu, a estrada tava bem vazia e acho que fui a única a ver de perto o que aconteceu, desço da moto, tiro o capacete e corro em direção ao carro

- Ei, Ei, vocês estão bem? - vejo um casal jovem lá dentro

- Meu pescoço - a mulher que estava ao volante diz

- Não se mexe por favor - peço

- Como...como ele tá? - ela pergunta

- Meu Deus moça, o que houve? - um outro homem chega e pergunta

- Chama uma ambulância, moço

- Por favor...como ele tá? - a garota pergunta novamente

Dou a volta no carro e vou até o rapaz, ele estava aparentando tá bem mais mal que ela, a batida ocorreu no seu lado do carro, checo seu pulso, uma das poucas coisas que sei fazer, estava fraco mas tava ali

- Ele tá vivo - decidi só falar a parte boa

- Pedro...amor? Porque ele não tá me respondendo ? - ela começa a se agitar e eu volto a ir pra o seu lado

- Ei, calma, me escuta tá, eu sou a Valentina, e você ?

- Be..Beatriz

- Beatriz fica calma, vai ficar tudo bem só fica quietinha até o socorro chegar, tá bom?

- Eu não posso perder ele - ela começa a chorar - não posso, por favor não deixa eu perder ele

O pedido dela entra como uma faca no meu peito, eu não sei o que fazer, tão pouco posso prometer a ela algo assim, a única coisa que posso fazer por ela é tentar mantê-la quieta, ele estava desacordado então eu priorizei minha atenção

- Ele é seu namorado?

- É sim, ele tá bem mesmo ?

- Ei, ele ta, só tá desacordado, presta atenção em mim, tá ?

- Ele precisa acordar Valentina

- Vai ficar tudo bem, só espera um pouco - seguro sua mão - fica conversando comigo, tá?

- Uhum, tá bom

A ambulância demorou uns dez minutos pra chegar, eu procurei conversar com ela e a manter consciente, aparentemente ela só tinha alguns arranhões e um ferimento na cabeça por provavelmente ter batido no volante do carro

Retiraram o rapaz e o levaram rapidamente embora, com ela as coisas foram mais calmas e em todo o processo que a examinaram eu a sentia apertar minha mão

VALU-Amor em segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora