capítulo 14

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Acordei sentindo um conforto inexplicável, o calor do seu corpo junto ao meu, e sua respiração na minha nuca me desconcertou. Sem tirar suas mãos da minha cintura, me virei para encará-lo. Ele fica tão vulnerável comigo. Ele é apenas o Haruchyo Akashi, mas quando está em reuniões ou com qualquer outra pessoa, ele é outra pessoa: o Sanzu da Bonten.

Está tudo tão calmo ultimamente. Lembro-me de que Izana disse que eu estava correndo perigo, mas não vejo esse perigo. Haruchyo lentamente vai abrindo seus olhos, me encantando com aquele lindo olhar cristalino.

---- Bom dia, Lie. -ele deixa um selar em minha testa- tudo bem?

---- Bom dia, Haru. Estou bem sim, e você?

---- Acordando com você ao meu lado, lógico que eu me sentiria bem -ele sorriu se levantando- vamos tomar café?

---- Vamos -seguro em sua mão, o acompanhando- eu estive pensando, quando irmos embora, vou querer visitar Roppongi

---- Por que essa vontade do nada? -ele estreita os olhos

---- Os Haitanis são de lá, né? -ele acena- eu ouvi alguns comentários sobre lá, e eu fiquei encantada. Sempre morei em Yokohama, acho que tá na hora de sentir outros ares.

Eles chegaram à cabana, ela foi em direção ao banheiro e ele ficou esperando a vez dele, observando aquele quadro. Um sentimento de nostalgia o atingiu, aquele sentimento do qual não teria certeza se poderia sentir novamente.

---- Pensativo? -Izana se aproxima- cadê a Ellie?

---- Tô apenas divagando, Lie tá no banheiro, eu tô esperando ela sair -Haruchyo diz apontando para o cômodo

---- Certo. Mas uma coisa, hoje a noite quando as meninas estiverem dormindo, tirando a Senju, terá uma reunião aqui. ---- ele suspira fundo alisando suas têmporas ---- tem uns merdinhas dando trabalho pra nós, porém não queremos atrapalhar a diversão das meninas.

---- Entendo. ---- a porta do banheiro é aberta, e Ellie sai, oscilando seu olhar entre Izana e Sanzu ---- bom, minha vez.

Sanzu entra no banheiro, e Ellie fica encarando Izana confusa. Ele estende suas mãos para ela, que aceita imediatamente.

—— Vai comigo, ou vai esperar o Sanzu? — Izana coloca uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

—— Vou com você — sorrio, enquanto seguia o irmão.

Os dois saíram de casa, sentindo a brisa suave em seus rostos. O sol estava radiante naquela manhã, onde até mesmo os pássaros se mostraram cantando uma melodia harmoniosa. Os dois sentaram em um tronco de árvore que estava ali embaixo de uma árvore, observando as cerejeiras dançando com o vento.

—— Irmão, eu pretendo ir para Roppongi depois que irmos para casa — o vento se tornou forte, balançando os cabelos platinados em sintonia com os brincos de Hanafuda

—— Apenas me diga, por que essa vontade do nada? — os olhos violetas caíram sobre a garota — sabe que eu não te proíbo de nada, desde que não seja perigoso.

—— Sempre morei em Yokohama, algumas vezes eu ia para Shijunku ou Shibuya, para casa dos nossos irmãos, e nunca para turistar por lá . Porém, dessa vez quero ir para Roppongi, para eu ver pessoalmente as atrações e exposições.— seus lábios curvaram em um fino sorriso, vendo seu irmão balançar a cabeça em negação

—— Mas lembre-se, qualquer coisa que acontecer com você eu estarei sabendo, e eu não vou me importar em revirar Tokyo por você, Maninha — acariciou sua bochecha, deixando um beijinho ali — agora vamos? Percebi que você não conversou muito com os meninos da Toman ultimamente

—— Ah, é que eles são mais novos, e eu prefiro a energia das gangues com membros mais velhos, sabe? — ele a encarou confunso — panela velha que faz comida bo-

—— Nem termine essa frase! — colocou as mãos em sua frente a repreendendo, fechando os olhos — vamos!

—— É brincadeira maninho!

—— Ou não! Eu te conheço, sua sapeca — soltou um sorriso baixo, em quando me fazia o acompanhar

É bom ver o Izana sorrir. Ele quase nunca sorrir quando está com o povo da gangue, e as vezes em um sorriso sem graça. Os únicos motivos de seu sorriso verdadeiro somos nós, seus irmãos.

🍒 𝗖𝗥𝗜𝗠𝗘; 𝗛𝗮𝗿𝘂𝗰𝗵𝘆𝗼 𝗦𝗮𝗻𝘇𝘂 Onde histórias criam vida. Descubra agora