01.

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Tudo que ela gosta de escutar.

Keisuke Baji

O gelo do meu copo derretia de forma rápida por estar toda hora despejando bebida sobre ele. Já passavam das quatro da manhã e ninguém parecia nem ao menos pensar na possibilidade de ir embora.

Me encostei no balcão ao lado de Chifuyu que pedia mais bebida ao barman. Rolei meus olhos por aquele salão enorme parando em uma garota específica, Mai.

Ela me encarava sem ao menos disfarçar, todos dizem que ela é caidinha em mim, mas nunca tentei comprovar isso. Acho que não teria paciência para o tipo que ela aparenta ser.

Sempre com os carros importados do ano, celulares do ano e coisas chiques. Seu pai é dono de várias empresas no Japão e fora dele. Pelo que eu saiba ela é filha única então com certeza seria nariz empinado.

Mas eu poderia dar uma chance, não tenho nada a perder. Se fosse muito insuportável eu teria que achar uma escapatória, apenas.

— Decidiu retribuir as encaradas da Mai? — Chifuyu brincou me fazendo desviar a atenção que nem percebi que mantinha na garota.

— Vai que né. — Sorri pequeno dando um gole na bebida que segurava.

— Eu sempre te disse, cara! — Realmente, ele insistia muito e era o que mais me irritava.

— É, talvez eu chegue nela mais tarde. — Disse bebendo o resto do líquido alcoólico que tinha em meu copo. — Bora atrás do Kazutora.

Disse já começando a caminhar em meio a multidão, festas de faculdade sempre lotam até pessoas que não estudam aqui aparecem em todas.

Procuramos Kazutora por um tempo até achá-lo na sala com alguns moleques. Ele estava sentado em frente à mesinha de centro enquanto ajeitava carreirinhas de cocaína.

Neguei com a cabeça vendo ele cheirar duas de uma vez. Me aproximei o chamando, ele claramente estava chapado.

— Ai Kazutora, vamo jogar uma água nesse rosto, cara! — falei para que ele pudesse escutar e ele negou falando que não queria sair dali.

Eu simplesmente o arrastaria, mas eu estou de bom humor hoje. Supirei o soltando e indo até Chifuyu de novo.

— Deixa esse louco aí. — Disse dando de ombros.

— Ai Baji, bora ali — Me puxou sutilmente pra que seguisse a mesma direção que ele, ele estava indo na amiga da Mai.

E ela também estava lá, acho que teria que ser agora.

Nos aproximamos e Chifuyu cumprimentou as duas me fazendo fazer o mesmo. Mai tinha um sorriso fechado no rosto enquanto deixava o celular de lado.

Me sentei em sua frente na mesinha alta vendo Chifuyu e a outra garota sumirem no meio da multidão. Levei meus olhos até a garota que brincava com os anéis que tinha nos dedos.

— Está sem ninguém? — A garota indagou apoiando o queixo sobre as mãos.

— Tô com você. — vi seu sorriso antes fechado se abrir junto de um sinal de negação com a cabeça.

— Engraçadinho. — Manteve seu sorriso que brincava em seus lábios me fazendo apoiar o queixo na mão imitando sua pose.

— Você tem um sorriso bonito, Mai. — Elogiei vendo um leve quase imperceptível rubor dar com as suas bochechas.

Mulheres sempre adoram escutar elogios sobre seus cabelos e sorriso, sempre.

— Você é o primeiro que elogia isso em mim. — Disse soltando um riso nasalado.

— Não brinca? — Perguntei realmente surpreso. Como não elogiar o que as mais gostam de escutar?

— Sério, custam elogiar mais o meu corpo. Mas eu prefiro que falem do sorriso. — Admitiu fechando os olhos por alguns segundos antes de abri-los de novo.

— Cansada? — Perguntei soltando um riso baixo.

— Exausta. — Riu. — E você? não está também?

— Tô nada, eu fui acordar hoje às oito da noite. — Disse fazendo ela me encarar com as duas sobrancelhas arqueadas. — Não vou sentir sono tão já.

— Eu também não sentiria. — Sua atenção foi até seu celular que desbloqueou e pareceu responder alguém.

— Tenho que ir. —Disse meio cabisbaixa se levantando.

— A gente se tromba na faculdade. — Eu disse simples parecendo animar um pouco a garota que sorriu mais e acenou logo também sumindo entre a multidão.

Não é tão ruim quanto eu pensei.

𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐥𝐚 𝐠𝐨𝐬𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐞𝐬𝐜𝐮𝐭𝐚𝐫 | 𝐊𝐞𝐢𝐬𝐮𝐤𝐞 𝐁𝐚𝐣𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora