Minha Imperatriz - Michael Kaiser

Meine Schatz

"Ei ei ei! Meine Blume!"
(Minha flor)
A última mensagem que pude mandar antes de ser completamente bloqueado por ela, Minha querida Gabrielle... A minha Imperatriz do vôlei, uma representante divina nas quadras... Eramos o casal perfeito!

A realeza coroada por Deus tinha se separado, em partes, por minha culpa...

Okay, majoritáriamente por minha culpa.
Enquanto eu me afogava na gloriosa espiral de frustração por minha adorável rosa do império não querer mais olhar na minha cara, Alexi se aproxima de mim, tombando a cabeça para me encarar.

- Kaiser? - ele estala os dedos bem diante do meu nariz.

O Estalo me despertou de vez, reparando que eu encarava uma foto angelical de uma viagem rápida que eu e Gabrielle fizemos a Grécia, ela abraçava o meu tórax e sorria com os óculos escuros da Ferrari na cabeça enquanto eu estava sem camisa e sorria sem olhar pra câmera especialmente nessa selfie, já que ela me destraiu com sua beleza amável.

- O que foi? - Perguntei erguendo minha cabeça, a minha cara estava tremendo de raiva e isso assustou o pobre coitado do meu sudito.

Vejo seus olhos correrem suavemente até a foto antes que eu apague a tela do celular.

- O treinador... Ele acabou de nos chamar - ele fala após gaguejar um pouco

- Tá, sai da frente - quase o Empurro do caminho que eu decidi traçar. Que não foi pra dentro do campo.

Marchei com o meu uniforme mesmo para dentro do meu carro, um Audi Q8 e-tron azul que eu fiz questão de pisar fundo. Sendo um amante da velocidade, nunca testei a velocidade total desse carro que era especialmente novo...

A velocidade era algo que ligava o meu relacionamento com Gabrielle.

Para isso eu precisaria voltar a um ano e meio atrás, tinha chego para mim a proposta de uma corrida beneficente nos moldes da Fórmula 1, oferecido pela princesa de Mônaco na própria pista de Mônaco.

Acho que era dia 13 de fevereiro, eu tomava café da manhã enquanto meu empresário passava a proposta como se fosse algo qualquer, a manhã de sol ficou ainda mais iluminada só por escutar a proposta... Hoje em dia eu interpreto como um sinal divino.

- Mas, Kaiser... Não é ideal que se distraia no momento... - Meu assessor fala ajeitando seus óculos, senti uma certa tensão em seus ombros.

- Eu acho que você não quer ser demitido, não é? - Sorrio já com vontade de enfiar a faca de pão na mão dele para parar de me questionar - trate de marcar aulas para mim e confirmar a minha presença.

- Tu-tudo bem - ele treme e eu não o vi durante o resto do dia.

Após isso a McLaren mostrou interesse em ser minha patrocinadora na corrida, onde eu recebi um carro completamente customizado para mim que seria leiloado para a caridade logo depois.

Assim que eu o vi planejava arrematar, o carro mais incrível de todos, branco com o escudo do Bastard (o clube decidiu patrocinar também quando eu informei que participaria) brilhando orgulhosamente na parte de trás, da espada do escudo desciam ramos com espinhos e rosas azuis que tomavam o carro, deixando o espaço do carro nas laterais para ostentar o número 10 da minha camisa e "Kaiser" escrito em letras vermelhas garrafais. Um sonho!

Claro que não chegou aos pés da emoção em pilotar, para alguém como eu que respira futebol e expira jogos incríveis, era uma renovação nos ares mesmo sendo apaixonado por isso, era a primeira competição para mim.

Para quem não conhece de automobilismo, a pista de Mônaco não é comum, quase uma cidade inteira é fechada para as corridas, simplesmente uma das mais luxuosas do ano, bilionários do mundo se encontram lá.

Então ter as atenções de Mônaco viradas para uma corrida beneficente mostrava muito a respeito da princesa que organizava isso, ela era extravagante até em suas contribuições.

No dia da corrida recebi meu uniforme que acompanhava a temática do meu carro, apenas destoando com a flor "Princess de Mônaco" no meu peito, a rosa que tinha seu miolo do tom creme e apenas a ponya de suas pétalas adquiriam o tom rosado como chiclete.

Essa rosa era o símbolo da corrida, nas apresentações os corredores eram chamados de "Cavaleiros das rosas" Eu me sentia um competidor em uma justa, só não estava a cavalo e nem atravessaria ninguém com uma lança.

Infelizmente.

Enquanto meus braços se tensionavam para pilotar com a vibração que o carro elétrico permitia, eu me lembrava desse dia ainda mais vivamente, da sensação de se sentir perseguido por um monstro, um dragão celestial na pista. A sensação me lembrar do modelo branco e dourado fez meu corpo se tensionar ainda mais, mesmo que não estivesse mais correndo contra ele.

Era vivido na minha lembrança, existiam outros corredores, mas na pista era somente eu e o corredor que largou em último lugar. Aquele que tornou o pareo duro até a última volta em Virage, a curva final que fecha o círculo. Aquele maldito corredor me venceu eleganteme.

Eu me sentia frustrado, domado, era como se meu peito tivesse sido pisado e meu orgulho jogado junto com o buquê da noiva do príncipe em Saite Devote (esse é o nome da igreja que faz a primeira volta do circuito de Mônaco, é uma tradição que a noiva do príncipe deixe seu buquê lá), foi só assim que eu sai do carro, quase jogando meu capacete no chão que eu vi...

Os flashes das câmeras me cegaram por uns instantes, mas não o bastante pra que eu não visse seu explendor. Ela descia do pequeno carro, jogando o capacete no chão com violência, mas fina como um golpe de boxe (boxe é tido como um 'esporte nobre') revelando cabelos loiros esvoaçantes como os de uma deusa, o sorriso era divino e eu tive certeza que nenhuma daquelas fotos desesperada teria saído menos do que abençoada.

Só quando se virou para mim eu pude reconhecer o meu lindo algoz...

Gabrielle Grimaldi

A princesa de Mônaco.

Quase bati o carro no instante em que me recordei de quando encarei seus olhos ferozes a primeira vez.

Quem me pisou havia sido um ser elegante, era como se um salto agulha estivesse bem no meu tórax agora e a sensação era muito excitante.

— Elle... Você acaba comigo — ar quente sai da minha boca no presente, pensar nela me enlouquecia e eu preciso chegar até ela.