Red roses · Soukoku

why red?

Quem é vivo sempre aparece.
.
.
.
.
.
🍒｡･ﾟ♡ﾟ･｡🩸｡･ﾟ♡ﾟ･｡

O sino que decorava o exterior da casa soou mais uma vez às seis horas da noite, era a segunda vez na semana e a décima do mês.

Uma caixa por cima do tapete escuro, uma caixa branca e decorada, cheia de rosas. Rosas vermelhas e chamativas, atraentes e elegantes. Todas sem seus espinhos, porém com sangue respingado por todo caule verde.

Os presentes fazem parte da vida de Nakahara desde o mês anterior, a princípio foram tratadas como uma piada lamentável pelo rapaz. Mas com o passar do tempo, reparou que as caixas continham presentes semelhantes, mas todas haviam algo em comum: rosas sem seus espinhos.

Intrigante, por que nenhuma delas tem espinhos? Chuuya não sabe, mas reconhece que as rosas sempre vem manchadas de sangue, sangue humano e fresco. Sangue tão vermelho quanto o seu, tão espesso e fluído quanto o seu.

Apanhou a caixa de sua varanda, agora mal iluminada pela falta de uma lâmpada em um de seus receptáculos que não haverá tempo de comprar ainda. Caminhou pela grande mansão deveras exagerada para somente uma pessoa, mas não é como se o incomodasse de alguma forma.

Chuuya morava em um bairro nobre de Yokohama. Sua casa, mesmo ao lados de outras tão extravagantes quanto ainda destacava-se. Talvez pela escolha de tons escuros para o exterior ou pelo próprio morador do lugar, talvez pelos boatos que ouvia sobre si mesmo. Nunca parou para pensar somente nisso, não tinha tempo para algo tão pouco revelante em sua vida.

Sentou no sofá vermelho carmesim, com almofadas de cetim quase do mesmo tom do móvel, vendo sua felpuda gata preta sentar ao seu lado. A mesma que morava consigo desde que mudou de cidade era calma e silênciosa, o dono as vezes mal reparava que ela estava presente. Com o animal olhando para a caixa como quem pergunta o que tens dentro, quando nem o proprietário sabia.

Tomado pela curiosidade, abriu a caixa novamente, a mesma coberta por rosas que havia visto antes. Remexeu as flores à procura de algo a mais, por fim encontrando um bilhete, com caligrafia elegante e linguagem extremamente formal, quase o tornando impossível de ler ao lado do que de longe julgaria ser somente uma quinquilharia sem valor, mas ao toca-la, sentiu a pedra de rubi tão discreta como enriquecedora. O que essa pessoa tinha com vermelho? Ele não sabia, pois mesmo com tantas variedades de tons de rosas por aí, todas eram vermelho vivo, mais vivo do que a pessoas as quem a mandava jurava ser.

O contraste da pulseira dourada e delicada em sua mão trazia mais atenção a suas unhas pintadas anteriormente pelo ruivo, com esmalte vinho descascado. Coube perfeitamente no pulso fino do ruivo, incrédulo como coube tão perfeitamente. Finalmente forçou a vista para ler o bilhete.

Um convite.

Chuuya a tempos não visitava tal lugar, a localização de um restaurante elegante no centro de Yokohama e a hora do "encontro". Temendo por sua vida mas curioso em descobrir quem era a pessoa que mandava tais presentes para si. Olhou para sua gata ainda sentada ao seu lado, a mesma com olhar entediante porém confuso.

- Eu devo ir? - murmurou para a gata, não esperando por uma resposta, a mesma que somente virou-se para não encarar o ruivo.

Encarou a caixa novamente, tomado pela adrenalina de talvez ser um maníaco e ter que "resolver-se" com o mesmo, levantou e caminhou até sua suíte para arrumar-se.

🍒｡･ﾟ♡ﾟ･｡🩸｡･ﾟ♡ﾟ･｡

Caminhava pela extensão do lugar como se estivesse em um palco de desfile, não propositalmente porém mais elegante impossível. O ruivo mesmo havia sido modelo em uma das fases de sua vida, abandonou tal trabalho a anos mas seus aprendizados ainda se faziam presentes. As peças escolhidas sendo uma blusa social vermelha e calças escuras do mesmo tom do chapéu elegante com uma pequena corrente dourada como decoração, conversavam com o coturno pesado em seus pés, a pulseira cara cintilando em seu pulso - anteriormente recebida pelo seu "stalker" como o apelidou - , apenas não brilhava mais que seus olhos, fato que não passou despercebido pelo moreno alto no canto do lugar.