Linhas Invisíveis - Theo's Version

prólogo | theo

"Às vezes desistir é a coisa mais forte a se fazer

Às vezes fugir é a coisa mais corajosa a se fazer

Às vezes ir embora é a única escolha

Que irá trazer a coisa certa para você"

It's Time to Go | Taylor Swift

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Cheguei em casa e logo que entrei já ouvi as risadas dos meus pais, espiei da sala e os vi na cozinha brincando enquanto cozinhavam, trocando juras de amor, beijos e carícias. Desde que me lembro, eles são sempre assim, aqueles casais super apaixonados e que não se cansam de ficarem juntos.

Fui ensinado por minha mãe desde cedo a gostar de leitura, ainda me lembro dela sentada comigo na minha cama quando eu ainda era criança, lendo as mais belas histórias para dormir.

Quando cresci, mudei das aventuras e ficção, para os livros de romance. Li em centenas de romances diferentes, onde Shakespeare, Jane Austen, irmãs Brontë, entre outros, afirmavam que o amor é o centro do universo, e que ele é capaz de curar qualquer coisa.

Crescendo em um lar repleto de amor, e vendo o quanto meus pais são completamente apaixonados um pelo outro, sempre acreditei que isso fosse real.

Aos quinze anos conheci Emma, e não foi difícil me apaixonar por ela. Linda, inteligente e determinada, ela dizia que formávamos o casal perfeito, capitão do time de futebol e capitã do time de torcida do colégio. Fui influenciado pelo meu pai a jogar, ele quem me ensinou a maioria das coisas que sei sobre futebol, ser do time me ajudou também com as garotas, mas nunca achei que me ajudaria com ela, a bela líder de torcida dos cabelos loiros e olhos azuis hipnotizantes.

Fizemos planos juntos, e quando chegamos ao último ano, um deles estava prestes a se realizar. Ainda me lembro do dia que recebi a carta de aceitação para Stanford.

Estava na cozinha com meu pai, ele me contava sobre o último jogo enquanto ele preparava um shake proteico para levar para o treino. Minha mãe chegou animada dentro de casa, carregando consigo um envelope grande que logo reconheci pelo emblema da faculdade estampado nele.

Ashley desceu as escadas toda uniformizada e ao mesmo tempo preocupada quando ouviu nossa mãe gritar nossos nomes.

— O que aconteceu? — Ashley perguntou enquanto terminava de descer as escadas.

— Acabou de chegar. — minha mãe esticou o envelope para mim e eu o peguei de suas mãos.

— Abre, Theo. — Ashley pediu animada, me puxando pelas mãos para sentarmos no sofá.

Vi meus pais se aproximarem enquanto abria o envelope, vi que além da carta logo na frente, também havia panfletos e revistas da faculdade, mas me preocupei com a carta primeiro.

"Prezado Theo Julian Rios,

Parabéns! O comitê de admissão tem o prazer de oferecer sua admissão na Stanford University e convida você a ingressar no nosso programa de ensino do próximo ano. Você se destacou e estamos impressionados e inspirados por sua paixão, determinação e realizações. Reconhecemos e celebramos tudo pelo que você trabalhou com essa carta de boas-vindas."

Minha mãe chorava quando eu terminei de ler a carta, e Ashley me abraçou forte.

— Eu entrei. — disse emocionado.

— Eu sabiaa! — Ashley comemorou. — Sempre soube que conseguiria, você vai para Stanford.

— Eu não sei se fico feliz ou triste de saber que você vai embora. — minha mãe choramingou e eu corri para lhe dar um abraço — Estou muito orgulhosa de você, meu bebê — ela segurou meu rosto com carinho e depois se colocou nas pontas dos pés para me dar um beijo estalado na bochecha.