Nas serenas colinas do interior, onde o ritmo do tempo parecia desacelerar, a vida de Santiago, um jovem de 17 anos, fluía tranquilamente. O segundo ano do ensino médio havia chegado ao fim, deixando a Santiago todo o verão para relaxar, distante das agitações da escola.Tradição de nossa família, o Natal nos unia em alegria. Naquela noite, todos se reuniam na sala, compartilhando conversas e risos. No entanto, algo em mim não parecia estar em harmonia. Uma sensação estranha tomava conta, como se minha energia social estivesse se esgotando. Decidi, então, buscar um refúgio no meu quarto, que sempre foi meu porto seguro.
Ali, criei um espaço único, uma caverna pessoal onde tudo me trazia conforto. As paredes eram adornadas com assinaturas de amigos, uma conexão simbólica que mantínhamos. Apesar de nunca ter sido solitário, havia momentos em que nada parecia trazer animação, quando a sensação de ser ignorado se instalava. Encontrei-me assim, sentado no meu aconchegante canto, observando as redes sociais, onde todos compartilhavam suas felicidades natalinas.
Embora minha família estivesse presente em casa, eu não compartilhava da mesma intensidade de alegria. Mesmo assim, senti a necessidade de postar uma foto de Natal para que os outros pensassem que estava tudo bem. Levantei-me e, diante do espelho, busquei a pose perfeita, mas todas pareciam evidenciar meu desconforto. Vestia uma camiseta de gola alta preta, calças caqui e um par de All Stars pretos. Após dezenas de tentativas, escolhi uma foto aceitável e adicionei uma sutil música do The Weeknd antes de retornar à minha cama.
No entanto, no silêncio da minha casa, um som alto ecoou, rompendo o sossego.
"PEDROOO, são quase meia-noite, venha jantar..."
Era a voz de minha mãe, e embora eu tentasse me isolar, reconheci que essa era minha forma de autodefesa. Com relutância, desci para jantar com a família, deixando o celular de lado para poder estar completamente presente. Desci apressadamente, degrau por degrau, e encontrei meus familiares reunidos, com seus pratos repletos de comida natalina.
Conversei com eles por um longo período, aproveitando a companhia familiar antes de me dirigir à mesa para a ceia. Ao me aproximar, deparei-me com uma variedade impressionante de pratos, uma verdadeira fusão de sabores. Após comer, minha avó fez sua entrada triunfal, anunciando que faltavam apenas 2 minutos para a meia-noite.Todos nós nos erguemos e nos dirigimos à árvore de Natal, buscando a proximidade para a virada da noite.
Cinco... quatro... três... dois... um...
"FELIZ NATAL!!!" O som de vozes em coro encheu a sala, ecoando como um gol nos últimos segundos de uma partida emocionante. Abraços e comemorações seguiram, em meio à euforia de todos. Quando a adrenalina se dissipou, decidi retornar ao meu quarto.Ao pegar meu celular, deparei-me com uma mensagem :
(pe_Santiago) @meloo respondeu aos seus stories: FELIZ NATAL!!!
Naquele momento, questionei por que o Melo estava me desejando um feliz Natal. Afinal, mal tínhamos conversado. Se soubesse o impacto que aquela mensagem teria em minha vida, talvez jamais tivesse publicado aquela foto
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amor em cores vivas
RomanceSantiago é um menino de 17 anos que mora no interior. Sua vida tranquila e rotineira começou a mudar quando ele conheceu Melo, um jovem de 15 anos. A atração entre os dois cresceu gradualmente, criando um laço especial entre eles. A história de amor...