ALÉM DO DESEJO - SIMOLON

Epílogo

SIMONE NARRANDO:

O que dizer do nosso primeiro aniversário de casamento? Simplesmente perfeito,tudo. Cada mínimo detalhe pensado com tanto cuidado e carinho por ele,foi muito mais do que eu podia imaginar. O meu marido é incrível,ele é o meu encaixe perfeito,a minha metade e a cada dia que passo ao lado dele eu me convenço mais e mais disso. De que somos pra sempre,somos pra sempre.

Ele me fez prometer que não iria contar pra ninguém sobre o que aconteceu no motel,tadinho ficou tão envergonhado e se a Heleninha souber ele não irá ter paz porque ela adora provocá-lo e quando se junta com a Janjinha,pobre do meu marido. Mas eu prometi a ele que será um segredo nosso mas que se ele pisar na bola ou qualquer coisa do tipo,eu vou contar e com prazer.

Nos meses seguintes eu dei graças com o fim dos enjoos insuportáveis que me acompanham desde o início da gestação, eu não sei porque comigo é tão intenso mas isso deixa a lição de pensar muito bem antes de querer um terceiro filho. Aliás eu já tive essa conversa com o Alessandro,disse que depois desse vamos esperar pelo menos uns cinco anos pro próximo e assim que eu der a luz vou colocar um DIU. É claro que ele torceu o nariz pra essa minha decisão, principalmente quando eu disse que no terceiro eu fecharia a fábrica,mas meu corpo,minhas regras.

O que foi alívio pra mim se tornou um desespero pro Alessandro,porque com o fim dos enjoos insuportáveis veio a época dos desejos insanos. E dessa vez eu judiei ainda mais dele,era praticamente todos os dias um desejo maluco diferente e ele ficava louco, porque quando estava vindo com um eu já estava querendo outra coisa totalmente diferente.

Isso nos rendeu algumas brigas mas nada muito sério afinal era só eu fazer um bico e lembrar o fato de que eu estou esperando um filho dele para tê-lo totalmente submisso à qualquer vontade ou desejo meu. Não tenho pena afinal foi exatamente ele quem ficou insistindo para termos outro filho,então agora ele que me aguente.

Mas ele estava se saindo muito bem, afinal a paciência do meu marido é infinita,ainda mais se tratando de mim. Que sorte a minha,bendita hora que eu resolvi ir até aquela praia,apesar de que eu e o Alessandro iríamos nos encontrar de qualquer maneira,afinal eu vim pro Rio de Janeiro pra trabalhar no escritório que ele já trabalhava,ou seja... Nós seríamos um do outro,sim ou sim. Nós apenas adiantamos o nosso encontro pra história ser mais interessante mas isso está muito claro pra mim,eu e ele tinha que acontecer e aconteceu.

Agora estamos aqui,felizes e juntos. A espera do segundo fruto do nosso imenso e incalculável amor. Ansiosos pra descobrirmos o sexo do nosso segundo filho,bom eu bem menos que ele pois o meu instinto de mãe grita dizendo que é um menino e mesmo comigo assegurando isso pro meu marido ele só vai se convencer quando a Doutora disser com todas as letras que estamos esperando,um menino.

No dia em que finalmente iríamos descobrir o sexo do nosso pequeno ele quase não dormiu e por consequência também não me deixou dormir. Pulou cedo da cama e me arrastou pra clínica muito antes do horário que estava marcado.

-Dra:Olha aqui,os bracinhos,as mãozinhas,aqui!

Eu estava deitada e o Alessandro segurava a minha mão,de pé ao meu lado e com os olhos vidrados na tela do computador e a mão dele que segurava a minha já suava de tão nervoso e impaciente que ele já estava.

-Ale:Aí Doutora, fala logo! Pelo amor de Deus eu estou quase tendo um treco,aqui.- eu ri da ansiedade dele e a Doutora também.

-Simone:Calma meu amor,desse jeito vai esmagar a minha mão.- reclamei porque ele realmente estava apertando forte e nem estava se dando conta.

-Ale:Desculpa vida,é que estou um pouco nervoso!- se inclinou e levou minha mão até a boca deixando um beijinho no dorso dela.

-Simone:Ah,um pouco? Claro,um pouco.- ri e ele fez careta de indignação.