capítulo 10

55 41 1
                                    

O expediente de trabalho acabar. Camila sai da lanchonete com medo dos caras que assediaram. Estavam à espera dela para poder terminar o que não conseguiram fazer na lanchonete. Camila andava mais rápida, atenta a todos os carros e caminhões, talvez os homens estivessem de carro. Camila chegou em casa, ela entra, fecha a porta e dá um respiro de alívio. Camila grita:

Camila - Carmen, eu cheguei! Você não vai acreditar o que aconteceu comigo hoje no trabalho.

Camila entra no quarto, ao abrir a porta, ela sente um cheiro horrível. Camila coloca a mão no nariz e diz:

Camila - Porra, que cheiro é esse?

Camila olha para a cama onde Carmen está deitada e percebe que Carmen está imóvel, de olhos abertos. Os olhos de Camila começam a escorrer água. Camila vai correndo até o corpo de Carmen.

Camila dá um grito tão alto que pode ser ouvido pela vizinhança inteira. Logo, os vizinhos todos se reuniram na frente da casa de Camila. Os vizinhos começam a chamar, mas não ouvem resposta, então eles entram e todos ali presentes testemunham a cena, com Camila abraçada com o corpo todo magro, cheio de feridas por conta da doença, e o corpo está fedido. Camila está chorando.

Um tempo depois, o corpo é retirado da casa por uma ambulância. Os vizinhos tinham chamado. Camila está sentada em uma cadeira, sem dizer uma palavra, parada com olhar distante. Camila começa a se lembrar da sua adolescência.

Camila, que ainda estava em transição, sua cara era masculina, mas os seus seios já estavam começando a crescer. No 2º ano do ensino médio, Camila senta em uma carteira e um grupo de garotos, 4 meninos, se aproximaram de Camila e começaram a dizer bem alto para todos na sala ouvir:

Menino - Ei, olha só gente, se não é a aberração da turma.

Outro garoto que estava com ele disse:

Garoto - Agora só falta voltar, agora nós temos que ficar espertos com as mulheres, pois talvez elas sejam aberrações igual a essa bicha aqui.

Camila fica quieta, sem dizer nada, mas com uma grande vergonha.

Todos na sala começam a rir, até a professora que está na sala começa a rir.

A professora, depois que acabou de rir, diz:

Professora - Tá bom, agora vamos começar a aula.

Quando o sinal tocou, Camila pegou a sua mochila e foi direto para onde ela vai para o seu sofá, procurando aconchego. Carmen, que estava no quarto passando maquiagem, ouviu Camila chegar e então foi até ela e acabou vendo Camila deitada. Carmen se aproximou com uma voz calma:

Carmen - Está tudo bem, meu amor?

Camila - Eu odeio a escola.

Carmen - O que aconteceu?

Camila - Alguns garotos na minha sala começaram a me zoar.

Carmen - Você já falou com a professora?

Camila - Ela viu tudo e começou a rir, junto com a turma inteira.

Carmen - Eu sinto muito, mas você não deveria se sentir mal. Isso prova que você é melhor do que eles, você é incrível. Nunca deixe ninguém fazer você se sentir mal por você ser quem é. Você é incrível do jeito que é.

Carmen dá um abraço em Camila, reconfortando-a.

Camila volta a si, um dos vizinhos que estava na sala chega e diz:

Vizinho - Você está bem?

Camila - Eu vou ficar bem.

Vizinho - Se você precisar de alguma coisa, nós estamos aqui.

Camila - Obrigada.

O vizinho sai da casa, deixando Camila sozinha. A casa está silenciosa. Camila está perdida em seus pensamentos e nas lembranças.

fera radical Onde histórias criam vida. Descubra agora