"café"

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a dangal week só começando e eu me desesperando.
esse é bem mais curto mas eu me diverti bastante escrevendo.
para os que ainda não sabem, estou no twitter falando bastante sobre a week! o user é pacocadogal. me encontrem por lá também!
agora sim, boa leitura.

· palavras: 720.

[···]

"É bonitinho, mas não faz o meu tipo. Ou faz?"

Pensou sozinho sobre o homem à mesa ao lado. Só dividia a cafeteria com ele e o barista, em plena noite alta. Tomas teve mais uma daquelas madrugadas que mal dormiu direito e precisava de café pra manter os olhos abertos, talvez finalmente terminar aquela letra de música que sondava seus pensamentos. Mas é bastante difícil se concentrar quando não consegue parar de encarar o leitor misterioso.

Esse nem parecia ligar para a sua presença. Folheava seu livro concentrado, esquecendo até mesmo do próprio expresso de vez em quando. De repente, um clique de fotografia atrapalhou o silêncio do espaço.

Tomas abaixou a câmera em um segundo. Deu um sorriso da sua ideia estúpida. Gostava de escrever sobre as pessoas, sobre coisas que ele não vivia, enxergar de outro ponto de vista. E não é certo tirar fotos de estranhos sem seu consentimento, mas era uma tentativa de guardar aquele rosto em algo além da memória para não errar quando composse sobre mais tarde.

O homem o encarou surpreso, desacreditado.

- Tirou uma foto minha? - Quebrou o clima estranho, conseguindo deixá-lo pior. Segurou a página do livro para não a perder. Tomas não conseguiu segurar sua risada.

- Foi mal! - Exclamou entre o riso. Foi uma situação engraçada para si, mesmo que soubesse que era errado. Não conseguia parar de rir da sua própria desatenção.

- Foi mal? - O homem ergueu a sobrancelha. Queria mostrar que estava enraivecido com a ousadia do moreno, mas ele tinha uma gargalhada contagiante, a qual quase o arrancou um sorriso. - Por que fez isso?

- Eu... - Tomas continuava achando graça. - Perdão, perdão. Acho que causei uma má impressão. - Pegou seu café e se sentou à mesa em que o leitor estava, recuperando o fôlego. - Tirei uma foto porque achei você bem bonito.

Era inegável que tinha um charme na fala. Podia até ter acabado de causar um momento constrangedor, mas exalava simpatia e confiança ao se dirigir as palavras. Estendeu a mão a fim de cumprimentá-lo.

- Tomas. Eu faço música, e adoraria compor sobre um loiro que vi em uma cafeteria tarde da noite. Não acha uma boa proposta de letra para uma melodia mais calma?

- Gaspar. - Apertou sua mão, o rosto levemente avermelhado pela forma que Tomas falava. Agora o rapaz já não era tão misterioso. Ele fez um ajuste em seus óculos e fechou o livro, revelando sua capa e título: A Divina Comédia. As aparências não enganavam, tinha mesmo uma feição que denunciava ser apreciador de clássicos.

- Olha só, você acabou de nomeá-la. Divina Comédia. - Esboçou um sorriso com uma ponta de malícia. Tomas falava muito, e se expressava mais ainda. Talvez o leitor fizesse sim o seu tipo.

- Você vai apagar aquela foto, não é? - Desviou o olhar desinteressado. Claramente não tinha o mesmo dom conversador do músico.

- Depende. Se você me permitir ficar com ela, eu vou embora e deixo você terminar seu livro. Se não, vou ter que ficar aqui mais um tempinho para ter certeza de que vou me lembrar do rosto quando começar a escrever.

Gaspar suspirou. Parecia ser carismático, mas nunca tinha recebido flertes tão escancarados quanto os que ele fazia.

- Não sei se gosto da ideia de um desconhecido ter uma foto minha.

- Nesse caso, vou ter que memorizar cada coisinha em você, loirinho. - Imediatamente deletou a foto, voltando a vislumbrá-lo com certa pressa.

- E onde é que eu posso ouvir suas músicas, então? - Perguntou curioso, talvez desconfiando que não fosse artista coisa alguma e só queria uma desculpa esfarrapada para jogar conversa fora.

- Eu posso pegar o seu número e mandar uma palhinha do que faço.

Agora sim parecia uma justificativa qualquer para ter seu número e continuar com essas prosas rasas. Gaspar se entregou com uma expressão de surpresa, tinha que admitir que Tomas era muito bom com seu charme especialmente malandro. Como nos filmes antigos, anotou seu número em um pedaço de papel e o entregou - revidando aquelas paqueras escrevendo "loiro da cafeteria".

Quando Tomas mandou sua primeira mensagem, não pensou duas vezes antes de dizer: "me manda uma foto para eu saber se é você mesmo, loirinho."

Notas:
eu me divirto muito escrevendo um Gal todo malandrinho.
passem lá no meu twitter pra me dar oi! :D
ah, todas as capas dessa week foram feitas pelo mysafeagatha no tt também! o cara é foda!
obrigado por ler <3

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