Capítulo Único: O Prêmio

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-Eu gostaria de lhe dizer algo como: "Vá em frente." "Você pode!" "Confiamos em você!". Mas a verdade é que... não, nós não confiamos em você dessa vez, Draco.

O garoto de pele negra, apoiado contra a parede, alega.

Blaise Zabini tinha plena consciência do que estava havendo nesse momento.

Em primeiro lugar, a partida final de quadribol desse ano estava a um passo de iniciar. Sonserina contra Grifinória.

Em segundo, por mais que ele odiasse e tivesse uma preferência perceptível em morrer antes de ter de admitir, ele sabia que a Grifinória estava em uma posição mais privilegiada do que sua casa.

E, por último, mas com toda certeza mais importante, seu amigo, capitão de time e apanhador, Draco Malfoy, parecia estar pouco se fodendo para toda essa situação!

-Olha, sabemos que desde que te elegimos como capitão, vencemos tantos jogos quanto antes. Mas você precisa abrir os olhos, parar de se admirar nesse espelho com essa cara seduzente ridícula, e fazer alguma coisa!

Draco, que até agora não tirava seus olhos de seu próprio corpo no reflexo do vidro, lhe respondeu.

-Eu estou fazendo algo, Zabini. O que tanto te preocupa?

O mais alto respirou profundamente assim como Pansy o havia ensinado, tentou contar até trinta (desistindo no décimo número) e se limitou a ranger os dentes.

Blaise gostaria de esganar seu melhor amigo nesse momento.

-O quê eu quero que você faça...madame, é que você crie um maldito plano de ação para o jogo que começará em dez minutos. Nós tivemos cerca de três ou quatro treinos no último mês, menos da metade daqueles leões estúpidos. E você não parece dar a mínima para esse ponto.

O loiro abotoa suas luvas, indiferente.

-Precisamos daquela taça, Malfoy. Não ganhamos uma há anos.

O loiro pega sua vassoura e sai do trocador masculino, com Blaise ao seu lado.

Os dois caminham lentamente até o meio do campo e, quando Zabini estava prestes a desistir e meter um soco na cara desse loiro maldito, Malfoy falou.

-Eu tenho um plano.

Um breve sentimento de paz e sossêgo preencheu o peito de Zabini, mas ele sabia que não deveria se precipitar tão cedo.

-Então me diga, oh, grande capitão da Sonserina.

O loiro rodou os olhos, com um sorriso nada contido em seu rosto. E foi ai que Blaise percebeu que, desde o amanhecer, seu amigo não havia deixado de sorrir.

Zabini estava certo, Malfoy estava pouco se fodendo, mas não para o jogo, e sim para os olhares desconfiados que lhe distribuíam desde o começo do dia. Assim como ele estava pouco se fodendo para o que Zabini achava de toda a situação.

Ele acordara como a pessoa mais feliz do mundo. Dormira na noite anterior como um verdadeiro rei. Tinha escolhido seu melhor perfume, o melhor hidratante de pele e negado com a cabeça ao olhar para seu gel de cabelo ao se arrumar de manhã.

Então, ele saiu para tomar café com um sorriso convencido no rosto. Seus amigos nem se deram ao trabalho de perguntar o porquê da felicidade de Malfoy. Contanto que ele ganhasse a maldita taça, estava tudo ótimo!

Hoje era um dia muito importante. O dia mais importante de sua vida.

Bem, é claro que, se tudo ocorresse como planejasse, haveriam mais días que poderiam ser comparados com esse. Mas Malfoy era um adolescente com o pé no chão. Não adiantava viver sonhando e se esquecer de realmente viver.

The Real Prize - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora