- 𝐈 𝐜𝐚𝐧'𝐭 𝐥𝐨𝐬𝐞 𝐲𝐨𝐮 -

357 45 20
                                    

Eu estava sentada na varanda, com o olhar voltado para o céu com nuvens escuras acima. A brisa suave carregava consigo o doce perfume das flores recém-desabrochadas, proporcionando uma atmosfera suave e relaxante. Mas apesar do ambiente sereno, minha mente estava sempre consumida pelo mesmo pensamento, Tom. A dor de sua ausência ainda era tão crua quanto naquele dia fatídico. Agora acredito que ele esteja vivo, mas a incerteza ainda me atormentava a cada momento, tornando quase impossível para mim encontrar paz.

No momento em que estava perdida em pensamentos, ouvi passos se aproximando da varanda. Com as mãos instintivamente alcançando a arma escondida em minha cintura, virei a cabeça para ver quem era. Meu coração desacelerou quando vi a figura diante de mim, Bill.

Bill sentou-se ao meu lado na varanda, uma sensação de solenidade emanando de sua presença. No silêncio que se seguiu, ele finalmente falou. "É amanhã..." Suas palavras pairaram no ar como uma nuvem de poeira, enquanto ele olhava para mim com uma intensidade que me causou arrepios. "Se o Tom voltar... o que acontecerá com... Nós?" Ele disse, sua voz sumindo, como se não tivesse certeza se queria terminar a frase.

"Nós? O que você quer dizer?" Eu finalmente perguntei. Ele desviou o olhar, com uma risada desapontada.

"Esqueça isso." Ele respondeu balançando a cabeça, enquanto se levantava para sair. Observei ele voltar para dentro, o peso da pergunta como um fardo físico. O que ele quis dizer com "nós" e por que a ideia do retorno de Tom o deixava tão inquieto? É o irmão dele, ele deveria estar feliz. Havia algo que estava faltando, algo que eu precisava saber? As perguntas sem resposta pairavam no ar.

Quando finalmente voltei o olhar para o céu, a luz vermelha da madrugada iluminando o horizonte. Com um senso de determinação, percebi que era hora de colocar meu plano em ação. O plano para resgatar Tom ou propagar vingança. Ao entrar na sala, todos já pareciam prontos para a guerra que estava por vir. "Chegou a hora, rapazes" desembainhei minha arma, e entreguei as chaves dos carros nas mãos de Bill, que ainda parecia muito inquieto. Tem algo acontecendo e eu preciso descobrir o que é.

______________________________________________

Após algumas horas de estrada, já era de manhã mas o sol ainda estava escondido sob uma espessa camada de nuvens escuras.

Quando finalmente chegamos ao local designado, uma enorme mansão situada no campo. A enorme estrutura pairava sobre nós como um gigante adormecido, ficamos atentos examinando a casa e seus arredores em busca de qualquer sinal de movimento. Escolhendo cuidadosamente o caminho por entre as árvores, encontramos um ponto de observação próximo, de onde podíamos observar a casa sem sermos notados. Foi um movimento estratégico e que pode ser crucial nas próximas horas. Com uma tempestade se aproximando, observamos com as armas em punho. Com frequência víamos pessoas passando através das janelas, algumas estavam armadas.

Cerca de uma hora e meia se passaram. Já sabemos os tipos de armas que são utilizadas por eles e as principais entradas do lugar. A hora de atacar se aproxima, mas antes de dar a ordem, minha atenção é voltada para Bill novamente. A expressão dele parece indecifrável, mas posso dizer que ele não gostaria de estar aqui. Ele quer desistir? Por que?

Eu me aproximo dele, meu tom de voz baixo para que só ele possa me ouvir. "Você está bem?"

Ele não diz nada e parece ficar ainda mais inquieto. "Stella... Nós não deveríamos estar aqui"

"O que? Por que você pensa isso, Bill? Trabalhamos duro para chegar aqui!"

"Stella, me escuta. Já se passaram dois anos. Você mudou, eu mudei! Mesmo se o Tom estiver vivo... Ele não é a mesma pessoa de antes. Tudo isso vale mesmo a pena? ..." ele parece muito convicto com o que está dizendo, mas não posso evitar de sentir raiva. Como ele pode pensar assim? Respiro profundamente, me preparando para iniciar uma briga, caso necessário mas ele me interrompe. "Eu não posso perder você, Stella." Ele diz quase como um sussurro, segurando os meus ombros de forma forte mas reconfortante. "Eu não posso..." Ele repete.

                          _______________

Âmago - Tom Kaulitz E Bill KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora